A Comissão de Saúde da Câmara Municipal de Caxias do Sul, presidida pelo vereador Rafael Bueno/PDT, promoveu na tarde desta quinta-feira (25) audiência pública dedicada aos direitos e às necessidades das pessoas ostomizadas (pessoa passar por uma cirurgia para criar uma abertura artificial no corpo, chamada estoma, que permite a saída de fezes, urina, ar ou alimentos do organismo. A condição pode ser para eliminação de resíduos, como na colostomia – fezes, ou urostomia - urina, ou para auxiliar na respiração -traqueostomia ou alimentação).

O vereador Rafael Bueno abriu a audiência ressaltando a relevância de ampliar os espaços de diálogo e garantir políticas públicas voltadas ao bem-estar e à inclusão social dos estomizados. “É fundamental que possamos ouvir quem vive essa realidade diariamente e transformar essas demandas em ações concretas, assegurando dignidade e qualidade de vida aos pacientes”, afirmou.

Entre os principais temas discutidos na audiência estiveram os direitos das pessoas ostomizadas, os cuidados com a saúde, a luta pelo reconhecimento da condição como deficiência (PCD) no Brasil e a apresentação de propostas para aprimorar os serviços de atendimento em Caxias do Sul. Um dos momentos de destaque foi o anúncio da criação da Associação de Ostomizados de Caxias do Sul (AOC), iniciativa liderada por Roselaine Sumariva, que convive com uma ileostomia desde 1986 e tem se dedicado a dar voz e representatividade ao público ostomizado no município.

“Estamos em busca de melhorias nas leis municipais, de adequações em prédios públicos, especialmente nos sanitários, além da captação de recursos para auxiliar pacientes em situação de vulnerabilidade social. Também trabalhamos para superar entraves burocráticos da regulamentação da associação e promover encontros que orientem os pacientes sobre os direitos já garantidos em lei”, destacou Roselaine.

A audiência contou com a presença do deputado estadual e médico Dr. Thiago Duarte/União Brasil, que destacou a criação da Frente Parlamentar pela Ostomia e Cidadania na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul. Ele reforçou a necessidade de políticas públicas específicas para garantir melhor qualidade de vida aos pacientes. “Precisamos enfrentar dois problemas centrais: a longa fila para exames de colonoscopia, que em alguns municípios ultrapassa dois anos, e a inadequação no fornecimento das bolsas coletoras, que muitas vezes chegam em condições impróprias para os pacientes”, ressaltou o parlamentar.

Também estiveram presentes a diretora-presidente da Federação Gaúcha dos Estomizados (Fegest), Marlene Theresa Hammes da Silva, primeira mulher a assumir a liderança da entidade em 30 anos; as representantes da Secretaria Municipal da Saúde, Daniela Mendes Vicentino (enfermeira estomaterapeuta) e Aline Cristina Bacarin Poletto (diretora administrativa); além de Jaqueline Fedrizzi, psicóloga da Coordenadoria de Acessibilidade, que destacou o debate sobre o enquadramento dos ostomizados como pessoas com deficiência.