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Andressa Marques lamenta crescimento de feminicídio no Brasil

A vereadora rebateu manifestação do parlamentar Sandro Fantinel/PL, que se manifestou preocupado com a morte de homens, em sessão ordinária de terça-feira (23/07)


A parlamentar Andressa Marques/PCdoB lastimou o crescimento do feminicídio no Brasil e defendeu a necessidade de estancar a cultura da violência no ambiente familiar e na sociedade em geral. Na plenária desta quarta-feira (23/07), a vereadora voltou a tratar do assunto, em contraponto ao pronunciamento do legislador Sandro Fantinel/PL, que se manifestou preocupado com a morte de homens, em sessão ordinária de terça-feira (23/07).

“Quando um vereador vem na tribuna dizer que precisamos tratar da questão da violência contra os homens porque morrem mais homens que mulheres e que mulheres matam mais os homens do que homens (matam) as mulheres, e se essa informação não indigna os senhores e as senhoras, alguma coisa errada está acontecendo entre nós. Quando o vereador diz que os homens também são mortos pelas mulheres, qual o objetivo dessa fala?”, indagou Andressa.

A parlamentar prosseguiu no discurso, apresentando o Atlas da Violência 2025, com dados de anos anteriores, como 2023 e 2024, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). Entre os números registrados, Andressa informou que, por homicídio, em 2023, foram mortos 39.459 homens e 3.887 mulheres. Explicou que a motivação é variada.

Já o feminicídio, esclarece, é quando a mulher é morta no ambiente doméstico, familiar. Nesse caso, os números cresceram de 2023 para 2024.  Foram vítimas 1.449 mulheres em 2023 e 1.459, em 2024.  O registro foi de quatro mulheres assassinadas por dia, num aumento de 0,69%. Segundo a vereadora, ao lado dessa cultura da violência, a mulher acaba sozinha tendo de acumular e administrar diversas tarefas, como o cuidado da casa e a responsabilidade sobre os filhos, além do trabalho e todas as demais atribuições que a sociedade lhe impõe.

“A realidade esta aí para nos mostrar que, histórica e socialmente, temos uma questão de gênero nas famílias e precisamos enfrentá-la. Queremos que vocês nos ajudem a dizer que homens não podem mais violentar suas famílias e mulheres. Os homens morrem por diversos motivos e um deles é a violência. Não podemos mais compactuar com a cultura da violência. Nessa cultura, a vida vale pouco. E a vida das mulheres, muitas vezes, acaba em casa”, lastima a vereadora, considerando que a maioria das vítimas é morta por quem deveria cuidá-las.

Ao mesmo tempo, a parlamentar reconhece que muitos homens têm abraçado a luta das mulheres por mais respeito e direito. Andressa entende que a vida do público feminino não deve ser definida por algo imposto socialmente e, nesse sentido, disse que seguirá atuando pelas causas das mulheres. Em aparte, os vereadores Cláudio Libardi/PCdoB e Elói Frizzo/PSB parabenizaram Andressa pela postura, citando sua luta como vereadora e a participação na Procuradoria Especial da Mulher (PEM).

23/07/2025 - 17:12
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861

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