Em repúdio a acusações de irresponsabilidade com o dever da vereança, partidas de um vídeo postado nas redes sociais, Daniel Santos/Republicanos solicitou ao colega Capitão Ramon/PL, autor do vídeo, um pedido de desculpas. A declaração do republicano foi feita durante a sessão desta quinta-feira (10/07).

No vídeo em questão, Ramon lamentou a falta de quórum durante a sessão ordinária da última quarta-feira (09/07), condição que interrompeu os trabalhos e o impediu de concluir uma declaração sobre a acessibilidade no município. Descontente com o ocorrido, acusou os vereadores ausentes, incluindo Santos, de silenciarem as vozes das pessoas com deficiência (PcD) e idosas de Caxias que dependem de serviços de acessibilidade, tendo em vista que esse era o foco do seu pronunciamento na quarta-feira.

Para que uma sessão ordinária da Câmara Municipal de Caxias do Sul possa seguir adiante é preciso haver quórum, isto é, uma quantidade mínima de vereadores presentes. Conforme o regimento Interno do Legislativo caxiense, o quórum equivale a um terço, ou seja, pelo menos oito dos 23 parlamentares precisam estar presentes para que a sessão prossiga. No momento em que Ramon foi interrompido, já estavam encerradas a ordem do dia e o grande expediente, e decorria o pequeno expediente, espaço em que a pauta é de tema livre de cada vereador.

O republicano questionou as intenções do colega com a publicação que, segundo ele, omitiu o motivo da ausência de tantos vereadores. Explicou que se ausentou da sessão nos momentos finais, mas permaneceu na Casa acompanhando a plenária mensal do Conselho de Direitos da Pessoa com Deficiência (CMDPCD), que ocorre sempre em uma quarta-feira, na Sala das Comissões Vereadora Geni Peteffi, em horário que coincide com as sessões ordinárias. Para ele, houve a intenção de prejudicar a imagem dele e dos colegas, já que, naquele momento, estava envolvido com a pauta que Ramon diz ser omitida.

Instalada permanentemente no Legislativo, a Comissão de Acessibilidade, Inclusão Social e Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência é presidida por Juliano Valim/PSD, que considera o contato com o conselho um compromisso, pois o diálogo é baseado nas demandas desse grupo. Sugeriu que os encontros do Conselho tenham o horário transferido para que não seja necessário se ausentar do plenário.

Outro parlamentar envolvido com a reunião do conselho foi Wagner Petrini/PSB, que reiterou o pedido de retratação. Enxerga a atitude de Ramon antiética e motivo para denúncia e cassação de mandato.

Rafael Bueno/PDT, que estava em representação fora de Caxias, lamentou que o colega não pôde se manifestar, mas discorda que o ocorrido se trata de uma omissão ou de razão pessoal. Quanto à pauta, Bueno aconselha que trabalho do vereador seja para construir pontes e não muros, lembrando que é feito coletivamente para a comunidade. Calebe Garbin/PP e Marisol Santos/PSDB reiteraram que o compromisso de um vereador não se mede com presença em sessão, mas com a dedicação à comunidade.

Em própria defesa, Capitão Ramon disse que o vídeo foi mal interpretado, e pretende se retratar apenas com os colegas que têm um motivo para ausência. Conforme ele, no momento em que foi interrompido, os colegas foram chamados para voltar ao plenário pela vereadora Estela Balardin/PT, e a falta de mobilização o chateou. Ele se comprometeu a apagar o vídeo.