A campanha do Agosto Dourado, mês da conscientização sobre a importância da amamentação, foi divulgada pelo Movimento Mamaço no espaço de acordo de lideranças, da sessão ordinária desta quinta-feira (31/07). A apresentação da iniciativa foi feita pela representante do grupo, Uine Monteiro.

O impedimento de uma mãe que amamentava em um shopping em São Paulo foi o incentivo para que o grupo de aleitamento materno solidário iniciasse o evento, batizado de Mamaço, que ocorre em diversas cidades do Brasil, incluindo Caxias do Sul. Segundo Uine, três mães são as idealizadoras do projeto. Explicou que o Agosto Dourado trata-se de uma ação do Ministério da Saúde, inspirada pela Semana da Amamentação, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1992.

A representante detalhou que os objetivos do Mamaço são acabar com o preconceito da amamentação em público, trocar experiências entre mães e oferecer apoio e incentivo à amamentação. Lembrou que, em Caxias do Sul, o movimento é realizado desde 2015. Todas as atividades são gratuitas e sem fins lucrativos. Relatou que o projeto é organizado atualmente pelas três idealizadoras Morgana de Mello, Larissa Simon e a própria Uine Monteiro. O projeto é realizado com o apoio de voluntários e do poder público, como a deputada federal Denise Pêssoa/PT e as vereadoras do Legislativo caxiense, integrantes da Procuradoria Especial da Mulher (PEM), afirmou Uine. Neste ano, ela pontua que a forma de atuação do projeto foi alterada, para a tentativa de levar as ações para as Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e chegar até a comunidade.

A representante explanou que, recentemente, dois acontecimentos foram fundamentais para dar visibilidade ao tema em Caxias do Sul: a aprovação da lei nº 8.918, de 23 de fevereiro de 2023, que institui a Semana Municipal de Incentivo ao Aleitamento Materno; e o Banco de Leite, implantado no Hospital Geral do município, que possibilita a doação segura de leite materno humano para os bebês internados na instituição e serve de atendimento e orientação, de forma gratuita, às mães que tiverem alguma forma de dificuldade durante a amamentação.

Uine reforça que o leite materno contém todos os nutrientes e anticorpos que um bebê precisa. “O aleitamento materno aumenta a inteligência do bebê, tanto cognitiva quanto emocional. Também reforça a imunidade, o que, a curto e médio prazo, diminui os casos de diarreia, alergia e problemas respiratórios. A longo prazo, reduz os riscos de obesidade, diabetes, colesterol alto e hipertensão. Melhora o desenvolvimento orofacial, prevenindo problemas ortodônticos, respiração oral e dificuldades de fala. E, para a mãe, auxilia na recuperação pós-parto, diminuindo o risco de hemorragias, facilitando o vínculo mãe e bebê”, esclareceu.

A representante declarou que somente uma minoria consegue atingir os seis meses exclusivos de amamentação ou ainda passar desse tempo, chegando aos dois anos, indicado pela OMS. Frisou que, segundo pesquisas do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), a amamentação como medida isolada é a intervenção que mais diminui a mortalidade infantil, sendo, por isso, um assunto de saúde pública, não apenas responsabilidade da mãe ou da família, e sim, de toda a sociedade. Em razão disso, o movimento busca apoio e promove cada vez mais ações, informa Uine.

O tempo de amamentação, apontado pela Unicef, é proporcional ao nível de escolaridade e renda, indicou a voluntária. Na visão da representante, isso significa que quem mais precisa é quem menos amamenta. Na sua avaliação, esse cenário só será mudado por meio de políticas públicas que deem condições para que as mulheres e as pessoas que amamentam consigam fazer o aleitamento, pelo menos, até os seis meses da criança e complementar até os dois anos ou mais, conforme a recomendação da OMS.

Mais informações sobre as ações do Movimento Mamaço podem ser encontradas no perfil @agostodouradocaxias.

Veja também o resumo da TV Câmara Caxias: