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Vereadores e assessorias do Parlamento caxiense conheceram, nesta segunda-feira (27/01), o funcionamento da Central de Tratamento de Resíduos Rincão das Flores, no distrito de Vila Seca. A iniciativa partiu de um convite da Coordenadoria de Relações Comunitárias (CRC) da prefeitura. Participaram dessa Visita Legislativa os vereadores Pedro Rodrigues/PL, Calebe Garbin/PP e Aldonei Machado; o ex-presidente da Câmara e titular da CRC, Zé Dambros; os ex-vereadores Lucas Diel e Nelson Acioly; assessores políticos e presidentes de bairros.
O grupo foi guiado por profissionais da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semmas), que é a pasta responsável por viabilizar o destino dos resíduos domiciliares na cidade, e da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), que é contratada para a operação da CTR. A gerente em exercício da área da Educação Ambiental da Semmas, Vania Maria dos Santos Moura, deu as boas-vindas ao grupo, informando que, no último domingo (26/01), foi lembrado o Dia Mundial da Educação Ambiental. Da Codeca, as engenheiras químicas Cátia Eliane da Silva e Patrícia Hubner reproduziram ao grupo a explanação que é feita para quem agenda as visitações, principalmente estudantes, por meio de suas instituições de ensino.
Responsável pela Central de Tratamento e pelo Aterro Sanitário, Cátia informa que o local recebe, em média, 380 toneladas de resíduos orgânicos diariamente, de segunda a sábado; e 70 toneladas diárias de resíduos seletivos. Cátia explicou passo a passo do tratamento do resíduo até chegar ao chorume descontaminado. Apresentou as lagoas para isso e a estação de tratamento, além do destino do gás que sai desse processo. Ela também enfatizou os benefícios da Educação Ambiental. “Na pandemia, tivemos uma dificuldade porque as crianças não tiveram aulas presenciais e nem esse tipo de visitação para reforçar a importância da separação dos resíduos”, observou a engenheira.
O coordenador da CRC, Zé Dambros, recordou que, no passado, a coleta de resíduos seletivos chegou a 100 toneladas diárias, que iam para as associações de recicladores. “Hoje, perdemos cerca de 40 toneladas/dia de seletivo porque são misturadas ao orgânico, sem a separação por parte da comunidade; outra parte é coletada por catadores ou vai para recicladoras clandestinas”, conta Dambros.
Durante a visita, os vereadores Pedro Rodrigues/PL e Calebe Garbin/PP manifestaram preocupação e cuidado com as questões ambientais relacionadas à destinação de resíduos. Cátia elogiou o interesse dos parlamentares e equipes pelo assunto. Além disso, após 15 anos de atuação na área, avalia que um caminho para a questão dos resíduos orgânicos no mundo seria a biodigestão anaeróbia, que é um processo de decomposição de matéria orgânica que ocorre na ausência de oxigênio. Assim, gerando biogás e um resíduo líquido rico em minerais, o qual pode ser utilizado como biofertilizante, adubo líquido para uso na agricultura.
Mais informações sobre a CTR Rincão das Flores:
- Segundo informações da Companhia de Desenvolvimento de Caxias do Sul (Codeca), a Central de Tratamento de Resíduos (CTR) Rincão das Flores foi inaugurada em 2010 pela prefeitura.
- A Codeca é a empresa de economia mista encarregada da operação desde a inauguração. O trabalho é realizado atualmente por uma equipe de aproximadamente 30 funcionários, incluindo engenheiros, operadores de ETE, operadores de máquina, motoristas, pedreiros, encanadores e auxiliares.
- Localizada numa área de 275 hectares, a CTR foi preparada para garantir proteção ambiental de acordo com as exigências dos órgãos licenciadores. Para evitar a contaminação do solo, a área é preparada com camadas de argila compactada e membranas de polietileno de alta densidade (PEAD), que garantem a preservação do solo e do meio ambiente.
- Todo o chorume (líquido orgânico resultante da decomposição do lixo) é canalizado, tratado e descontaminado. Após passar por três etapas de tratamento: lagoas facultativas, biológico e físico-químico, o efluente é utilizado para irrigação da área do CTR, através de um sistema de aspersores, similar ao utilizado na agricultura. A destinação final dos gases gerados pelo aterro é a queima.
- Diversos monitoramentos são realizados para garantir que não ocorra impacto ambiental na área do empreendimento e no seu entorno. Análises químicas são realizadas com frequência nos poços de monitoramento (piezômetros), no efluente bruto e tratado, no solo onde ocorre o lançamento do efluente e também nas águas superficiais no entorno do aterro. Esses monitoramentos fazem parte das exigências do órgão fiscalizador estadual (Fepam).