Voltar para a tela anterior.
Uma pesquisa apresentada, nesta terça-feira (19/09), no Legislativo caxiense, analisou dados referentes ao suicídio em Caxias do Sul e detectou: a maioria das mortes envolve homens. O professor de Psicologia Maiton Bernardelli foi quem esteve na tribuna e detalhou aos vereadores e à comunidade o trabalho executado pelo Centro Universitário FSG em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde e envolveu indicadores de 1996 a 2019.
O profissional marcou presença na Casa também porque este é o Setembro Amarelo, mês de combate ao suicídio e de conscientização a respeito do assunto, e porque as taxas de morte por suicídio aumentaram 43% nos últimos anos, no Brasil, refletindo no território gaúcho. “Historicamente, o Rio Grande do Sul é o que mostra os maiores indicadores, com 12 a 13 óbitos a cada 100 mil habitantes”, informou.
O propósito foi investigar o número de óbitos, os anos de vida perdidos e os anos produtivos perdidos, para saber também quanto tempo viveriam se não tivesse ocorrido o suicídio.
Segundo o pesquisador, no período do recorte estudado, 1996 a 2019, ocorreram 915 óbitos, o que corresponde a 34.539 anos potenciais de vida perdidos. Desse total de 915 mortes por suicídio, 743 foram de homens e 172 mulheres. Bernardelli chama atenção para a faixa etária da maioria das mortes: 20 a 29 anos. “Perdemos pessoas muito jovens por suicídio e, a partir dessa constatação, podemos buscar políticas de prevenção”, sugere.
O professor observa que as mulheres costumam acessar serviços de atenção à saúde com regularidade, começando pela porta de entrada, que é a Unidade Básica de Saúde, enquanto que os homens são resistentes a tais procedimentos. “Se os homens trabalham o dia todo e não conseguem acessar os serviços, é preciso reconfigurar as estratégias desses serviços”, avalia o pesquisador, ao defender políticas que reflitam no dia a dia das pessoas.