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Rafael Bueno repercute graves números da saúde e sugere mais atenção à área

Com dados da própria Secretaria Municipal da Saúde, vereador mostrou colapso em Caxias do Sul, onde quase 108 mil pessoas agonizam


Líder da bancada do PDT no Legislativo caxiense, o vereador Rafael Bueno repercutiu na sessão ordinária desta terça-feira (10/6) os recentes números da Saúde divulgados a partir de um Pedido de Informações formulado pela Comissão da Saúde (CS), a qual preside há vários anos. Entre consultas, exames e cirurgias a cidade tem quase 108 mil pessoas.

Hoje, em Caxias do Sul, 69.634 pacientes aguardam consultas com algum tipo de especialista. No caso da ginecologia, por exemplo, há pessoas aguardando desde 2019, chegando a 1.264 mulheres. Na proctologia, que atinge principalmente os mais idosos, são 4.329 casos, havendo espera desde 2021. Na neurologia infantil, desde 2022, são 2.271 pacientes. Para a psicoterapia infantil, são 1.348 à espera.

"Na questão da criança, não são apenas dados nem números. Sabemos que a infância é a principal fase de alguém. São crianças precisando de psicólogos, psiquiatras, neurologistas, porque podem ter problemas sérios no desenvolvimento, na leitura, na escrita, na relação social, algo que vem ocorrendo com frequência", enfatizou Bueno, relatando que apenas na saúde mental de Caxias do Sul, relacionada a crianças, somadas as especialidades, temos mais de 4.077 aguardando consultas, praticamente o mesmo número de adultos que estão à espera. 

No que se refere a exames, Caxias do Sul tem 30.971 pessoas aguardando algum tipo de procedimento. Apenas na ressonância magnética, são 6.652 pessoas. Para uma tomografia, 1.536 e, uma retinografia, 1.196. 

"Estamos falando de exames que não são simples, de colesterol, de diabetes, um hemograma, mas são casos que precisam de uma avaliação muito especializada da saúde do paciente, e que pode ser agravar", exemplificou.

Para cirurgia, são 7.291 esperando procedimento, mesmo após ter sido feito um recenseamento pela Secretaria da Saúde. Para uma neurocirurgia, há pacientes que esperam desde 2019. No caso de cirurgia torácica, desde 2016. Procedimento cardíaco, desde 2020. Uma cirurgia proctológica, desde 2019. Para traumatologia, há pessoas 2.098 aguardando.

"Além desses dados serem alarmantes e falarem por si só, estamos falando de pessoas que estão afastadas do seu local de trabalho, deixando de gerar renda e muitas obrigadas a trabalhar mesmo com dores para poder custear medicamentos e não deixar faltar o pão em casa", reforçou, novamente reforçando os dados.

O parlamentar destacou que seus quatro mandatos estão alicerçados em trabalho com seriedade, principalmente na área da saúde, porque entende o sofrimento da população e os altos custos para o município caso medidas não sejam tomadas, porque as comorbidades se agravam e, assim, aumentam as despesas e a falta de vagas e leitos. Sem contar as mortes, que se avolumam.

"Há pessoas morrendo nas UPAs, cinco dias em poltronas sem acompanhantes, tendo que ficar amarradas para não retirarem as próprias sondas, é porque a situação é grave mesmo. Isso, nós da Comissão da Saúde, vimos ao vivo", destacou Bueno. "Como o secretário da Saúde ainda não visitou as UPAs e as UBSs para verificar essa situação? Por que o município não se credenciou para receber profissionais do Programa Mais Médicos, que teve edital lançado em março? Eu respondo! Porque não houve iniciativa."

Sugestões para crise - Rafael Bueno sugeriu que a cidade poderia credenciar 90 leitos do Hospital Saúde pelo SUS, que podem ser ampliados para 110. Também citou que o Hospital Pompéia propôs ao município destinar área de 1 mil metros quadrados, no Cinquentenário, e construir um Centro de Especialidade de Exames, mas não obteve retorno. Outra sugestão, hoje o único serviço habilitado e ágil na cidade é o Ideas (empresa terceirizada), justamente por estarmos em decreto de calamidade, e eles poderiam imediatamente contratar médicos para as UBSs e para o Hospital Saúde, além de desafogar o funil das especialidades.

Outros programas - Também comentou que o governador Eduardo Leite anunciou investimentos para aplacar a crise na saúde no RS, como 600 novas vagas nos hospitais, somando-se ao aporte de R$ 20 milhões anunciados no mês passado para a Operação Inverno. Em outra frente, o Palácio Piratini prepara a criação de uma espécie de "Tabela SUS" gaúcha, na qual o Estado vai complementar, com recursos próprios, o pagamento por procedimentos prestados pelos hospitais. No caso do governo federal, lançou portaria que reconhece situação de emergência em todo o país pelo período de dois anos, garantindo mais agilidade na realização de pré-operatórios e de mais de 1.300 cirurgias em seis áreas prioritárias como oftalmo, onco, cardio, ortopedia, gineco e otorrino. Além de lançar o Programa Agora Tem Especialistas para ampliar o acesso da população a consultas, exames e cirurgias, por meio da equipagem de 150 carretas que percorrerão o país para viabilizar consultas, exames e pequenas cirurgias.

"Sugiro que o município, por meio do prefeito e do secretário municipal da Saúde, e me disponho a estar junto, fique acampado numa barraca em frente ao Ministério da Saúde para obter uma dessas carretas para percorrer os bairros de nossa cidade."

10/06/2025 - 15:10
Gabinete do Vereador Rafael Bueno/PDT
Câmara Municipal de Caxias do Sul

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