A Frente Parlamentar sobre a População em Situação de Rua promoveu, nesta terça-feira (06/05), uma audiência pública para ouvir as demandas de quem se encontra em situação de rua e também para entender como a Fundação de Assistência Social (FAS) tem prestado atendimento a esse público. Cerca de 20 pessoas se manifestaram, durante o encontro, que foi conduzido pela presidenta da Frente, vereadora Andressa Marques/PCdoB, e gerou algumas indicações.

Entre elas: construir um diagnóstico com perfil das pessoas em situação de rua; retomar o documento entregue ao Executivo, contendo um plano para o segmento, pedindo retorno a respeito; programar uma visita ao futuro espaço que a Fundação Caxias está articulando para acolher a população; conhecer projetos exitosos em outras cidades; saber se o comitê e a abordagem de rua ganharão sequência. “Precisamos de um olhar humanitário de todos, inclusive fomentar os municípios vizinhos de nossa região a também terem uma política intersetorial e um serviço que acolha e oriente as pessoas em situação de rua”, defendeu Andressa.

Presente à reunião, o presidente da Câmara, parlamentar Lucas Caregnato/PT, se disse apoiador e disposto a tratar das temáticas que se voltam à dignidade da pessoa humana.

Nilton Policena, coordenador do Movimento Nacional de Luta em Defesa das Pessoas em Situação de Rua, diz que o que tira as pessoas da rua são as políticas públicas, como a viabilidade de moradias e de atendimento em saúde, por exemplo. “O que me tirou de rua foi política pública. Hoje, sou formando em Serviço Social”, disse, ao relatar a sua própria experiência de superação. Segundo ele, Caxias declarou ter cerca de 1,2 mil pessoas em situação de rua. O coordenador informou que já recebeu denúncia de agressões feitas a pessoas em situação de rua na cidade e pediu que as abordagens sejam mais respeitosas e sem preconceito.

No comando da FAS, Samuel De Avilla entende que a questão da população de rua exige empatia e sensibilidade. “São nossos irmãos e, no depender de nós, nenhum irmão neste inverno estará passando frio nas ruas. Enquanto FAS, estamos fazendo a nossa parte e, pelo que ouvimos aqui, os serviços funcionam”, afirmou o presidente da instituição depois de as gestoras técnicas terem apresentado números e ações de atendimento.

Coordenadora do Centro POP Rua, Cristiane Oliboni mostrou dados de atendimento na própria unidade e também em outros espaços, como as Casas de Passagem Carlos Miguel dos Santos e São Francisco de Assis, e serviços de atendimento.  Para exemplificar, mencionou que uma média de 120 pessoas passam diariamente pelo Centro POP Rua, para usar os serviços ofertados.

Atualmente na Casa de Passagem Carlos Miguel, Marcos Borba Bairros, 36 anos, elogiou e agradeceu à equipe que o recebeu. Ele veio de Santa Catariana há dois meses, precisou de acolhida e já conseguiu emprego como churrasqueiro. Para breve, espera conseguir um lar.

A vereadora Rose Frigeri/PT pediu um retorno do Executivo em relação ao plano que foi criado por várias representações, inclusive do Parlamento, e que trata das pessoas em situação de rua. Também indagou a FAS por não dar continuidade à abordagem de rua. O parlamentar Calebe Garbin/PP questionou o governo federal por ter cortado verbas a comunidades terapêuticas. Parlamentar Hiago Morandi/PL cumprimentou a Guarda Municipal pelo trabalho que tem feito na força-tarefa. Na visão do vereador Capitão Ramon/PL, há pessoas que, às vezes, vivem pelas ruas em condições sub-humanas e, para elas, defendeu um atendimento acolhedor no sentido de mudar tal realidade.

Além de Andressa Marques, compõem a Frente Parlamentar as vereadoras Estela Balardin/PT e Rose Frigeri/PT, e os vereadores Aldonei Machado/PSDB, Tenente Cristiano Becker/PRD, Calebe Garbin/PP, Hiago Stock Morandi/PL e Pedro Rodrigues/PL.

Neste link, a audiência na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=mrF1XHqfxXw