O vereador Rafael Bueno/PDT participou na tarde desta segunda-feira (29) de uma audiência promovida pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC) da Câmara Municipal de Caxias do Sul, que tratou das condições dos moradores em situação de rua da cidade. O pedetista havia solicitado ao presidente da Comissão, vereador Rodrigo Beltrão (PT), para que fossem reunidos representantes de órgãos públicos e de movimentos ligados à população em situação de vulnerabilidade social. Apesar de vários órgãos da prefeitura terem sido convidados pela Comissão, nenhum representante compareceu. O pedetista também apoiou a decisão da Comissão de convocar a presidente da Fundação de Assistência Social (FAS), Rosana Menegotto, para dar explicações na Câmara em até 10 dias sobre a situação dos moradores de rua em Caxias do Sul.

Para Bueno, o número de moradores nessa situação tem aumentado principalmente porque o serviço "Acolhe Caxias" foi fechado pelo município. Hoje há apenas 70 vagas em duas casas de atendimento, mas há mais de 400 pessoas na rua. Bueno comentou sobre o Pedido de Informações feito por ele à FAS sobre esse problema e que apontou dados graves, como as 24 mortes de moradores em situação de vulnerabilidade ocorridas em 2018, sendo 14 de forma violenta. Histórias que muitas vezes não são reveladas publicamente, completou Bueno.

"A negligência é nítida, porque o crescimento dos números aponta para isso, de moradores de rua e de mortes. O prefeito Daniel Guerra fechou o 'Acolhe Caxias', deixou de repassar verbas para outra casa que acolhia moradores, no bairro Reolon, e inviabilizou as cozinhas comunitárias que davam uma refeição diária aos moradores. Ele está sendo omisso, tanto, que nenhum representante da prefeitura está aqui hoje para debater esse tema que diz respeito a todos, ainda mais quando estamos às portas do inverno", ressaltou Bueno.

O parlamentar ainda ressaltou que resolveu solicitar a audiência depois do fato de o senhor Irineu Seibert, 56 anos, ter sido humilhado ao levar um banho de mangueira no banheiro público da Praça Dante Alighieri na primeira semana de janeiro deste ano em ato cometido por vigilantes terceirizados pela prefeitura.

"Pessoas que moram na rua também são vítimas da violência", destacou a representante do Movimento Nacional dos Moradores de Rua Veridiana Machado, que veio de Porto Alegre para a audiência. Ela pediu mais políticas públicas e projetos voltados às pessoas em vulnerabilidade, como estariam ocorrendo na Capital.