VEREADOR ELÓI FRIZZO (PSB): Caro presidente, eu quero cumprimentar o Executivo pela agilidade do encaminhamento dessa proposição, e também a nossa assessoria, na pessoa do doutor Paulo Dahmer, advogado Paulo Dahmer, que em duas sessões nós já conseguimos encaminhar esse processo e está, principalmente a V. Sa., na condição de presidente, por ter pautado esse tema tão importante. Esse Refis, ele melhora muito os outros Refis que foram apresentados ao longo do tempo, porque ele, principalmente, atende um uma velha solicitação minha, que é a inclusão das entidades. Entidades assistenciais, entidades com fins filantrópicos, que tem débitos com o Executivo e que não conseguiram quitar, vão ter um incentivo muito grande do ponto de vista de botar em dia essas entidades. E eu não preciso citar o nome das entidades, mas são várias que nós temos esse problema na cidade. Então, inova bastante tenta buscar os recursos dos grandes devedores, embora os grandes devedores, na sua grande maioria, são empresas que já faliram, com mil problemas do ponto de vista judicial e que dificilmente vão quitar. Mas é um incentivo, há um incentivo com essa redução dos valores para que essas empresas também busquem esse parcelamento de até 120 prestações, e colocar em dia, então, as suas dívidas com o Poder Executivo. Eu acho que no futuro, meu caro presidente, senhoras e senhores vereadores, nós temos que avançar, inclusive, em nível de propor ao Executivo alterações no Código Tributário. Porque, efetivamente, as multas aplicadas pelo Executivo, seja no meio ambiente, seja no IPTU, seja em um monte de situações, são muito rigorosas. Os valores são muito altos, tornam proibitivas as pessoas que, efetivamente, às vezes deixaram de pagar uma multa, aí corre ali um ano e, praticamente, dobra o valor. É multa, é correção monetária, é juros sobre uma dívida que se tem. Quando mudou a realidade brasileira. A inflação não é mais de 100%, né? Mas se trata uma dívida do Executivo aplicando-se multas e juros como se fosse do tempo dos grandes períodos de inflação. Então, isso torna muito ruim a relação do município com o contribuinte, porque ele simplesmente deixa correr, deixa correr. E agora, principalmente após a procuradoria do município ter alterado a sua condição, possibilitando que, nas execuções... Os profissionais que atuam nessas execuções e todos os servidores da Procuradoria-Geral do Município passaram a ganhar um percentual de comissão, o que é um absurdo, eu sempre disse. Teria votado contra se estivesse nesta Casa naquele período, porque essa não era a atividade precípua. E sei que vão ter profissionais que não vão gostar do que eu estou falando. Mas tudo bem. Então, aí se passou a executar. Está devendo R$ 10, cai uma execução e lá, de repente, bloqueia o salário do coitado lá no banco. Aí o coitado tem que contratar um advogado para desbloquear o seu salário no banco. É um absurdo. Com todo o respeito aos profissionais que atuam na Procuradoria-Geral do Município, mas tu bloquear o salário de um aposentado, bloquear o salário de uma pessoa deficiente, que está lá, se aposentou por problema de saúde, ganha lá dois, três mil, aí de repente tem o seu salário bloqueado? Aí vem me procurar. Quem de nós, advogados, que já não fomos procurados? “Bah, Frizzo, bloquearam meu salário lá no INPS.” Aí, bom, aí tem que contratar ou tem que ir à assessoria gratuita do Poder Judiciário, entrar em uma fila para conseguir desbloquear o seu salário. E a procuradoria sabendo que não pode. É um absurdo! Sabendo que não pode, que não pode bloquear salário de trabalhador para quitar dívidas com a Prefeitura e assim por diante. Então, nesse sentido, cumprimentos ao Executivo, porque inova nesse Refis, sem dúvida nenhuma. Mas fica essa postura minha, muito clara, com relação a essa forma de cobrança que, lamentavelmente, vem acontecendo em nível do município. Era isso, senhor presidente, senhores vereadores. No momento oportuno, votarei favorável.