terça-feira, 22/08/2023 - 341 Ordinária

Projeto de Lei nº 112/2022

VEREADOR LUCAS CAREGNATO (PT): Bom dia novamente, presidente. É com muita felicidade que eu ocupo este espaço na sessão de hoje para falar de um projeto de lei que vem ao encontro de nós pensarmos, refletirmos e construirmos uma cidade da equidade, uma cidade em que as diferenças possam ser respeitadas e que nós tenhamos homens e mulheres sendo premiados de forma igualmente nas premiações desportivas, financiadas com recursos públicos no nosso município.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Peço a palavra.
VEREADOR LUCAS CAREGNATO (PT): Quero agradecer a presença do representante, aqui, da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. O secretário Citton não pôde estar presente. E dizer, vereadora Gladis e vereadora Rose Frigeri, que são as colegas mulheres que estão aqui no plenário.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Um aparte, vereador.
VEREADOR LUCAS CAREGNATO (PT): A vereadora Estela me justificou, está com um problema de saúde. Vai participar da sessão on-line. Mas vocês, de que nós, homens, precisamos ser parceiros na luta e na construção de uma sociedade que enfrente o machismo estrutural e que nós possamos nos colocar nessa luta como parceiros. Eu trago alguns dados aqui, a esta discussão. Por exemplo, o Brasil, hoje... Presidente, muito barulho. Não estou conseguindo me...
PRESIDENTE ZÉ DAMBRÓS (PSB): Por favor.
VEREADOR LUCAS CAREGNATO (PT): Obrigado, presidente. Então, o Brasil, hoje, ocupa a 92ª posição em um ranking que mede a igualdade entre homens e mulheres. Isso um dado do Fórum Econômico Mundial. Ainda, nas práticas desportivas, a gente tem um processo ainda muito difícil, que privilegia os homens em relação às mulheres. Há muitos investimentos públicos e privados onde os esportes e as práticas desportivas masculinas acabam tendo muito mais recurso. Isso acaba resultando, logicamente, num resultado melhor para os homens, porque tem recursos, tem investimento, tem condições muito mais efetivas que as mulheres. Dado histórico: em 1965, 58 anos atrás, a ditadura militar proibiu as mulheres de praticarem esportes, por exemplo, como futebol e o futsal. Um atraso imensurável que os anos de recessão aplicaram ao nosso país e que os resultados são vivenciados até os dias de hoje. No domingo, acabou a copa do mundo de futebol feminino, em que a Espanha foi campeã. A gente percebeu que a Fifa ofereceu R$ 110 milhões em premiações. Enquanto a mesma Fifa ofereceu R$ 440 milhões em premiações na copa do mundo masculina. Então isso demonstra as discrepâncias que são profundas e evidentes na questão esportiva. É por isso que nós apresentamos este projeto de lei, que tem como objetivo que as premiações desportivas no âmbito municipal, com recursos públicos através do Fiesporte, sejam de caráter equitativo.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Um aparte, vereador.
VEREADOR LUCAS CAREGNATO (PT): Então, esse projeto de lei vem a corrigir esse processo histórico de desigualdade entre homens e mulheres. E o nosso mandato, que é um mandato que se pautou, desde o primeiro dia, na luta contra qualquer tipo de intolerância, contra qualquer tipo de discriminação, a gente quer trazer essa correção aqui. Nós, que já travamos várias batalhas importantes sobre o tema das intolerâncias, que fomos acusados inclusive de forma injusta e vil neste plenário de praticarmos o machismo, nós viemos aqui dar a resposta aprovando esse projeto de lei hoje que passa, eu espero que seja aprovado pelos colegas e pelas colegas vereadoras, que passa a fazer justiça e a corrigir esse erro histórico. Peço desculpa, vereador Cadore, mas acho que tem mais espaço para as manifestações e no momento oportuno peço o voto e votarei favorável logicamente. Era isso. Obrigado, vereador Dambrós.
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VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Bom, eu também quero aproveitar e parabenizar, agradecer, ao meu colega Lucas Caregnato pela proposição deste projeto. Uma luta antiga, histórica a igualdade das mulheres no esporte.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Um aparte, vereadora.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Se nós pensarmos, voltando bem atrás, Lucas, lá na Grécia Antiga, foram a partir das mulheres o agradecimento no Monte Olimpo que surgiu às olimpíadas, embora pouquíssimas pessoas saibam disso, porque a história não conta a parte da maioria minorizada.
VEREADORA GLADIS FRIZZO (MDB): Um aparte se possível.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Mas foram a partir das mulheres e as mulheres nunca puderam participar das olimpíadas, nem na Grécia Antiga e nas fases mais modernas das olimpíadas, que ressurgiu na França. Só recentemente as mulheres conseguiram e hoje elas podem participar de todas as modalidades, isso com muita luta das mulheres que depois que encerrava as olimpíadas elas corriam para mostrar que elas tinham condições físicas também.
VEREADOR RICARDO ZANCHIN (NOVO): Peço a palavra, senhor presidente.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Isso está se falando do ponto de vista de participação. Do ponto de vista da premiação, vereador Lucas, então está a léguas, léguas de distância. Eu gosto muito de vôlei e foi uma luta das gurias do vôlei que jogaram com camiseta, os homens do vôlei jogaram, para conseguir também premiações, mas aí nós estamos falando num esporte de alto rendimento no Brasil que acabou conquistando isso com luta, sempre através de lutas das pessoas. Então aqui na nossa cidade que isso seja reconhecido é fundamental. E também quero aproveitar, depois eu dou, acho que foi a vereadora Gladis que pediu um aparte, o Cadore também, o vereador Cadore, de nesse momento dizer que as mulheres precisam ter igualdade de participação, de premiação e de respeito porque o que nós vimos no domingo, que a vereadora Gladis me chamou atenção agora e eu fui pesquisar, do presidente da Federação Espanhola ao beijar e ao passar mão na camisa 10 da campeã mundial da Copa do Mundo Feminina, no mínimo vai na contramão de tudo que se luta pela igualdade das mulheres. Então quero fazer essa fala nesse sentido, nós, as mulheres, precisamos de igualdade econômica, participativa, mas principalmente também de respeito, porque isso foi no mínimo uma atitude desrespeitosa com uma campeão mundial. Seu aparte, vereador Cadore.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Vereadora Rose, gostaria de parabenizar o projeto do vereador Lucas. É importante, a gente viu que a seleção brasileira não teve um desempenho na 9ª edição da Copa do Mundo e a seleção brasileira ainda não conseguiu um título. Isso demonstra o pouco  investimento que está sendo feito. E eu tenho participado e me envolvido no esporte amador, em Caxias do Sul, e observo que realmente as mulheres estão em segundo plano e nós precisamos apoiar sim o esporte feminino, o futebol feminino de salão que eu estou bem próximo, do envolvimento. Precisamos dar condições, criar o CNPJ para esses times para que eles tenham condições de ser assistido pelo Fiesporte, porque sem dinheiro, sem investimento, com certeza nós não teremos um resultado melhor à frente. Então parabéns pelo projeto e contem com o meu apoio.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Obrigada, vereador. Vereadora Gladis.
VEREADORA GLADIS FRIZZO (MDB): Vereadora Rose, só para a gente complementar um pouquinho, a gente fica pensando que a luta das mulheres sempre foi gigante e as mulheres muito guerreiras, porque não desistiram e não desistem ainda hoje, sabendo que o salário de uma atleta da seleção brasileira feminina nem se compara a um atleta do sexo masculino da nossa seleção brasileira. Mas falando disso que aconteceu com essa jogadora, eu me senti, inclusive, ofendida, porque ele segura a cabeça dela para poder dar um beijo na boca dela. Ela não está livre se defender. Ele pega e agarra ela. E dizer que eu assisti domingo de manhã. Eu, por exemplo, gosto muito de futebol, tanto masculino como feminino. Eu sou fã desse esporte e eu vi os comentaristas dizendo que a audiência desse campeonato ela subiu 47%. Então teve um grande progresso aí. Também queria, só para encerrar aqui, desculpa, vereadora. Mas pelo o que a gente tem ouvido aí falar, existem as mulheres trans que também estão querendo jogar futebol feminino. Eu, particularmente, não acho justo, porque o físico dessas mulheres é muito diferente do físico das mulheres que nasceram mulheres. Não sei como me expressar. Mas eu acho que o físico é totalmente diferente. Desculpa se eu...
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Obrigada, vereadora. Esse é outro debate que nós temos que fazer em outro momento. Obrigada. 
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VEREADOR ALBERTO MENEGUZZI (PSB): Vereador-presidente Dambrós, quero parabenizar o vereador Lucas pelo projeto. E citar exatamente esses números. Os números são discrepantes entre premiação de homens e mulheres, mas já houve um avanço. Por exemplo, ponto facultativo em jogo de Seleção Feminina de Futebol. Isso é um avanço astronômico. A gente nunca imaginava que isso pudesse acontecer; muitas pessoas assistiram e torceram. Eu sou uma daquelas pessoas que assisto tudo, tudo mesmo. E já vejo também em outras modalidades esportivas mulheres e homens disputando juntos, como tênis, por exemplo. Existe isso. (Manifestação sem uso do microfone.) Oi? A dupla mista. Mas quero destacar também, vereador Felipe, o senhor que também é um desportista, que assiste até jogo de bolinha de gude. Ele sabe tudo... A presença da mulher na narração esportiva, porque, assim, quando começou a narração esportiva da presença das mulheres. Era só ver os comentários que falavam delas. O baixo calão, as ofensas que falavam das mulheres que transmitiam o futebol. E as emissoras de rádio... Eu fui repórter de rádio muito tempo, na década de 90, e era raro ver uma mulher em um campo de futebol, era raro ver uma mulher repórter num campo de futebol. Hoje nós temos mulheres repórteres em rádio, temos mulheres repórteres conseguindo seu espaço, fazendo esporte, também sendo protagonista em programas esportivos, e isso é muito importante. A mulher tem que ter seu espaço no esporte. Agora essa questão da FIFA, eu não vi, eu não vi, sinceramente, eu não vi. Eu estava trabalhando nesse horário, no domingo pela manhã; por incrível que pareça, eu estava trabalhando no domingo pela manhã e não vi essa cena. Mas me parece que essas entidades, vereador Cadore, como FIFA, como CBF, elas adoram fazer isso, elas adoram fazer isso. Olha o que aconteceu recentemente com a CBF. Nós somos amigos do Tite, a gente ficava constrangido. O Tite vinha para Caxias, eu dizia: “Como é que tu aguentas trabalhar com aquela turma da CBF que assedia mulheres?”.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Um aparte, vereador.
VEREADOR ALBERTO MENEGUZZI (PSB): Que assedia mulheres, que bolina mulheres, que faz das mulheres quase que um lixo. A CBF faz isso. Então eu não me surpreendo que a FIFA também faça. As entidades fazem isso. Então eu lamento esse episódio, lamento esse episódio de domingo que eu não vi, mas, por outro lado, eu vejo uma conquista muito grande das mulheres no esporte, nos times de futebol, nas transmissões esportivas de jogos que às vezes parecem pequenos, mas em horário nobre... Esta Copa do Mundo já foi um avanço, embora a discrepância entre valores da campeã do mundo, a Espanha, e da campeã do mundo masculina. Então a gente tem que lutar realmente por isso, vereador Lucas. Tem que lutar por isso mesmo. Na imprensa a gente tem que lutar por isso realmente, que as mulheres estejam mais presentes nas narrações, nas transmissões, nas reportagens, nos programas esportivos, porque até bem pouco tempo atrás, e não é assim, 300 anos atrás, é questão de cinco anos atrás isso não acontecia, e isso vem acontecendo por causa de lutas como essa, como projetos como esse. Porque a gente tem que discutir, tem que reforçar, tem que bater nessa tecla. A gente não pode desistir. A mulher é igual ao homem na profissão, no esporte, enfim, em todas as modalidades, e ela precisa, sim, e essa luta está sendo conquistada ter essa valorização, ganhar a mesma coisa que o homem ganha e ser menos ofendida nas redes sociais, porque são ofendidas. É, assim, repugnante de ver quando há uma narração de uma mulher no jogo de série A e depois ver numa rede social as ofensas que elas levam de homens principalmente por terem sido elas as narradoras. Isso é lamentável. Então, evidentemente que voto favorável a esse projeto, vereador-presidente Zé Dambrós.
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VEREADOR FELIPE GREMELMAIER (MDB): Senhor presidente, senhoras e senhores vereadores. Eu não poderia deixar de fazer um breve comentário, vereador Lucas, com relação ao seu projeto, que é bem importante, até para que tenhamos garantias futuras com relação a isso, não é. Na cidade de Caxias muitas coisas nesse sentido já acontecem, mas é importante a gente ter isso registrado. E o que a gente percebe e, vereador Meneguzzi, a gente que acompanha bastante as outras confederações nacionais de futebol, a Real Federação Espanhola, é assim chamada, não é, não é exemplo para nada. É só nós pegarmos o que acontece com o Vinicius Junior na questão do racismo: não tem punição nenhuma para ninguém. Então, a Real Federação Espanhola passa a mão no racismo, vai passar a mão agora nessa questão do assedio que aconteceu na final da Copa do Mundo e nada vai acontecer. Até porque a Federação Espanhola de Futebol não é exemplo para nada, não toma atitude nenhuma e vai seguir fazendo isso, porque os principais clubes da Espanha não têm interesse em ver a punição de quem comete esse tipo de atos na Espanha. Infelizmente é isso que vai acontecer. O que a gente percebe e essas movimentações, vereador Lucas, são importantes porque a gente já começou a ver, não é, vereador Meneguzzi, trio de arbitragem feminino, que antigamente não existia, depois era ou a bandeirinha, ou a outra bandeira, ou a quarta árbitra, e agora a gente vê trio de arbitragem feminino. Isso é evolução, né? Outras coisas que estão acontecendo que são bem importantes: estádios interditados, briga de torcida. O que está acontecendo aqui no Brasil? Em vez de fechar o estádio, está se permitindo que só entrem mulheres e crianças para assistir os jogos. Então afasta quem faz a briga, a confusão e o estádio só pode receber mulheres e crianças até 12 anos. E isso tem dado resultado. No final de semana agora, o Paysandu em Belém lotou o estádio só com mulheres e crianças. O Curitiba fez isso, o Atlético Paranaense fez isso. Então esses tipos de punições, eles são exemplares porque eles não esvaziam os estádios, vereadora Gladis, e permitem com que mulheres e crianças frequentem em 100% do espaço, e isso eu tenho certeza de que é educativo, é educativo. Então nós tivemos vários exemplos no Brasil disso acontecendo neste ano e são bem importantes. Então esse tipo de legislação, ele vem para somar a toda essa movimentação que vem acontecendo. Não é somente um ato isolado, não é? Nós vivíamos lá de Hortênsia, de Paula, de Ana Moser, de algumas mulheres que se destacavam no esporte, e a Marta apareceu no futebol para mudar muito disso. A Marta virou a maior atleta do mundo de futebol feminino, e a jogadora que mais recebeu a Bola de Ouro até hoje no mundo é a Marta, uma atleta brasileira. Então são os fatores que vêm acontecendo e a gente tem que utilizar esses atos que aconteceram na final da Copa do Mundo, porque não existe momento mais emblemático para o futebol do que a entrega da premiação da campeã do mundo e foi o que essa atleta, a Jenni Hermoso, se eu não me engano é esse o nome dela, que foi assediada sim pelo presidente Federação Espanhola. E o que aconteceu com ele até agora? Nada, nada. Uma Federação que só emite nota quando acontece caso de racismo, que é o que vem acontecendo com o Vinícius Junior há muito tempo na Espanha, e que não vai fazer nada, não vai fazer nada. Então nós podemos aqui dar uma demonstração, sim, através da Câmara de Vereadores, votando esse projeto e trazendo para cá outros exemplos de coisas, de situações que já estão acontecendo no país e que podem servir de exemplo de atitude e de movimento com relação à inclusão cada vez mais de mulheres nos estádios. Aqui em Caxias, muitas mulheres frequentam os estádios, muitas mulheres, tanto no Alfredo Jaconi, como no estádio Centenário, e muito no Caxias do Sul Basquete mulheres participam e atuam nas arquibancadas dos estádios. Eu tenho certeza que domingo, no jogo do Caxias, vai ter muita mulher frequentando o estádio Centenário.
VEREADOR ALBERTO MENEGUZZI (PSB): Um aparte, vereador.
VEREADOR FELIPE GREMELMAIER (MDB): Inclusive com promoções que os clubes fazem, em datas específicas, que mulher, com a camisa da equipe, muitas vezes não paga ingresso. Vereador Meneguzzi, seu aparte.
VEREADOR ALBERTO MENEGUZZI (PSB): Só para destacar isso que V. Exa. Falou, vereador Felipe. Jamais se vê confusão com mulher em estádio de futebol, né? Jamais se vê confusão com mulher. Se está metida ali, é porque tem algum homem fazendo bagunça. Então é bom destacar isso. As mulheres estão cada vez mais presentes no estádios de futebol, com seus filhos, com seus companheiros, torcendo, com suas camisetas. E isso é muito importante. Obrigado, vereador Felipe.
VEREADOR FELIPE GREMELMAIER (MDB): Obrigado, vereador Alberto. E é isso, né? Eu acho que é uma forma de punição a quem faz a transgressão, que é tirar do estádio, e permita com que mulheres e crianças possam frequentar e ter um jogo em perfeita paz e harmonia. Obrigado, senhor presidente.
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VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Senhor presidente, caros colegas vereadores, a gente ouviu e presenciou aqui, hoje, vários elogios e apoio da participação feminina no esporte de um modo geral. Se não me falha a memória, acho que a juíza do final da copa do mundo, que a Espanha foi campeã, é uma juíza brasileira.  Comentaristas esportivos, e diga-se de passagem eu tenho presenciado e acompanhado, fazem comentários que deixam os homens para trás. Citada aqui a Marta, a grande estrela do futebol brasileiro, ela joga um futebol de uma qualidade incrível. Então a mulher está participando, sim. Nós temos que elogiar o que está acontecendo. Foi falado aqui no investimento na copa do mundo feminina, diferente da copa do mundo masculina. Isso é compreensível, mas o investimento existiu. E nós temos que lutar para que, na próxima copa do mundo, o investimento seja maior. Aqui na Câmara de Vereadores, pela proposição da vereadora Gladis, nós adequamos o horário, mudamos o horário de funcionamento da Câmara de Vereadores para propiciar que os funcionários, assessores e todos nós assistíssemos aos jogos da copa do mundo. Foi uma demonstração, apesar de alguns criticarem, foi uma demonstração clara de apoio, incentivo e valorização ao futebol. Eu, como disse anteriormente, tenho participado em Caxias do Sul, me envolvido nos bairros com o futebol amador masculino, mas muito com o futebol amador feminino, e as mulheres têm necessidade de apoio. E começa pelo apoio cultural, o apoio das pessoas, das ideias. Mas há muita necessidade do apoio financeiro. Elas não estão vinculados ao Fiesporte, elas não recebem financiamento do Fiesporte. E aí elas têm que pagar tudo: o transporte da van, o fardamento, a bola, o juiz. Elas têm que pagar toda a logística que elas fazem para participar. Então o momento é importante, de apoio a esse projeto. Como disse, é um projeto que vem ao encontro do meu pensamento e, pelo que eu presenciei, de todos os vereadores. Nós temos que continuar nessa levada de incentivarmos e apoiarmos as mulheres, que pratiquem futebol. Porque, junto às mulheres, vem o marido, vem o filho. Está se formando, graças a Deus, uma cultura e um envolvimento extremamente positivo para que as pessoas se ocupem, pratiquem exercícios, se envolvam em sociedade, interajam com outras pessoas e que tenham uma convivência salutar com a sociedade. Com isso, consequentemente, teremos menos doenças, especialmente a doença mental, que a gente tem discutido e presenciado que aumentou nos últimos tempos na nossa sociedade. Um aparte, vereador Scalco.
VEREADOR MAURÍCIO SCALCO (NOVO): Obrigado, vereador Cadore. Muito boa a sua fala. Mas eu também trago um tema que se completa aqui. As mulheres estão conquistando o seu espaço. Parabéns. Porém, a gente nota que, em algumas modalidades, está tendo muito transexual concorrendo com mulheres. A exemplo do que aconteceu agora em agosto, no Canadá. Teve um Campeonato Mundial de Levantamento de Peso onde uma transexual ergueu 200 kg a mais que a segunda colocada. Daí é injusto essa competição. Então a gente tem que deixar mulheres competindo com mulheres; transexuais se quiserem que venham competir com homens. Isso aí tem que ficar bem claro, porque é injusta essa competição entre os pares. Obrigado.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Obrigado, vereador Scalco. É um exemplo. Evidente que quem convive com o esporte e faz as regras eles têm que entender que algumas têm que ser adequadas de acordo com a modalidade. Lembrando, acho que na Arábia Saudita os nossos jogadores, as estrelas do mundo estão indo jogar lá e pelo que me consta, pelas informações que tem, nos últimos cinco anos, as mulheres estão conseguindo irem ao estádio. Então uma discriminação absurda, e que exemplos assim nós temos que combater. Era isso, muito obrigado.
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VEREADOR LUCAS CAREGNATO (PT): Obrigado, presidente. Só ao encontro do que os colegas... O vereador... Eu até tinha colocado aqui esse dado, o vereador Felipe lembrou da nossa principal jogadora reconhecida mundialmente, a Marta, e um dado que eu acho que ele é bem didático para a gente pensar na desigualdade dessa questão. A Marta, camisa 10, que foi eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, ela jogou mais uma Copa do Mundo sem patrocínio por não aceitar o patrocínio irrisório que a ela foi direcionado. Então isso demonstra como nós estamos a léguas de distância e que nós precisamos de legislação, que a legislação seja cumprida e que enquanto sociedade... Por isso que eu acho que essa luta é uma luta das mulheres, protagonizadas pelas mulheres, mas enquanto nós homens não nos damos conta disso fica difícil, não é? Então eu aqui no meu lugar de fala de homem, quando propus esse projeto de lei, ele vem ao encontro de que haja uma correção desse problema histórico, no caso o nosso aqui, que as premiações sejam... As premiações com recursos públicos que elas levem em consideração essa igualdade nas premiações. E, por fim, dizer e já convidar os colegas vereadores, no meu Prêmio Caxias, nós vamos fazer uma homenagem à categoria Feminina de Futebol do Esporte Clube Juventude. A Roberta, que é a capitã do time, como tantas outras atletas que estarão aqui na Câmara e a gente vai fazer uma homenagem muito bonita para elas no mês de outubro.
VEREADOR RICARDO ZANCHIN (NOVO): Declarar voto, senhor presidente.
VEREADOR LUCAS CAREGNATO (PT): No momento oportuno, a gente vai divulgar essa data, também, valorizando um time feminino do nosso município que, assim como os demais, tem um recurso muito menor do que o time masculino. Então era isso. No momento oportuno voto favorável e agradeço a todos os colegas que se manifestaram. Obrigado, vereador Dambrós.
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VEREADOR RICARDO ZANCHIN (NOVO): Bom dia, senhor presidente; bom dia, caros colegas. Obrigado. Eu sou um entusiasta do futebol feminino, todos sabem. No Dia Internacional da Mulher trouxe o time do Juventude para ser ineditamente homenageado. Atento, especificamente, à lei, que é o Projeto nº 112/2022, que o vereador colega Lucas Caregnato está propondo, que é a isonomia de premiação com recursos públicos. Ponto. Eu sou defensor de igualdades de direitos, mas diferentes de competência. Não dá para a gente comprar, por quê? Uma coisa são os direitos das mulheres, e eu achei repugnante o que aquele dirigente da Federação Espanhola fez. Aquilo ali, eu não tenho palavras para descrever o nojo que foi aquilo. Agora, o Messi foi para o Miami, ninguém conhecia o time do Miami, e agora está lotado o estádio. Então é tudo uma questão de mercado. Qual a audiência de um futebol masculino ou feminino? Então nós temos que evoluir com as pautas das mulheres. Eu lembro, e o vereador Felipe deve se lembrar também, o que era ir aos estádios nos anos 80, uma mulher, aqui no Brasil, estou em Caxias do Sul, Porto Alegre, nos anos 80, se você fosse com a sua namorada era um abuso. E hoje não. Hoje, os estádios estão alegres, felizes, com mulheres. Então, há uma evolução de diretos, mas quanto ás competências, é diferente. Não tem... O mercado paga mais, por isso que o Neymar vai ganhar R$ 1 milhão por dia, o mercado paga audiência maior e paga mais. Não é nada de preconceito quanto à narração feminina ou masculina. Tudo uma questão de patrocínio e questão de mercado que a gente precisa entender um pouco, mas, quanto ao projeto específico do vereador Lucas, eu concordo porque envolve recursos públicos, então oportunamente votarei sim. Só para concluir, futebol feminino nos Estados Unidos, quando tem jogo lá, lota as universidades, lota os estádios. Ele é muito forte e até me surpreendeu que não foi campeão mundial. Mas lá é o contrário: o futebol feminino tem mercado, tem publicidade. Então quando tem, acabar sendo prioridade. Obrigado, senhor presidente.
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VEREADOR ALBERTO MENEGUZZI (PSB): Senhor presidente, eu quero destacar aqui também, que corrobora com tudo isso que a gente está falando de futebol feminino, que eu participei, eu fui aluno de escola pública e participava muito de jogos escolares, jogos escolares. Os jogos escolares são muito importantes, muito importantes mesmo e eu vejo que de um tempo para cá, os jogos escolares, eles tiveram uma diminuição, inclusive de divulgação. Eu acho que precisa sim a Secretaria de Esporte e Lazer ter um orçamento melhor. Eu acho que a Secretaria é o menor orçamento. Eu não tenho noção, eu não tenho essa informação, mas é um dos menores orçamentos que têm do município é o da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Então não consegue fazer muita coisa, não consegue organizar uns jogos escolares interessantes. E o vereador Lucas Caregnato falou sobre o Fiesporte. Eu já conversei com o vereador Bressan a respeito do Financiarte e nós temos que avaliar o Fiesporte também. O Financiarte não pode ser tão burocrático como é, na área da cultura, com um clã que ganha sempre a mesma coisa e sempre os mesmos; e o Fiesporte a mesma coisa. Então nós temos que avaliar isso para que a gente possa envolver mais entidades esportivas femininas, para que elas possam receber também recursos públicos. Eu acho isso muito interessante. E é preciso discutir sim tanto o Financiarte, quanto o Fiesporte. Meu voto é sim ao projeto do vereador Lucas.
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Votação: Aprovado por Unanimidade

Parla Vox Taquigrafia
341ª Ordinária | 22/08/2023
Projeto de Lei nº 112/2022
Aprovado por Unanimidade
ADRIANO BRESSAN
PTB
Sim
ALBERTO MENEGUZZI
PSB
Sim
ALEXANDRE BORTOLUZ
PP
Sim
CLOVIS DE OLIVEIRA
PTB
Sim
ELISANDRO FIUZA
REPUB
Sim
ESTELA BALARDIN
PT
Sim
FELIPE GREMELMAIER
MDB
Sim
GILFREDO DE CAMILLIS
PSB
Sim
GLADIS FRIZZO
MDB
Sim
JOSÉ PASCUAL DAMBRÓS
PSB
Não votou
JULIANO VALIM
PSD
Sim
LUCAS CAREGNATO
PT
Sim
LUCAS DIEL
PDT
Sim
MARISOL SANTOS
PSDB
Sim
MAURÍCIO SCALCO
NOVO
Sim
OLMIR CADORE
PSDB
Sim
RAFAEL BUENO
PDT
Sim
RENATO JOSÉ FERREIRA DE OLIVEIRA
PCdoB
Sim
RICARDO ZANCHIN
NOVO
Sim
ROSELAINE FRIGERI
PT
Sim
SANDRO FANTINEL
PL
Ausente
TATIANE FRIZZO
PSDB
Ausente
VELOCINO JOÃO UEZ
PTB
Sim
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