SR. CARLOS BERALDO: Bom dia. Bom, presidente, bom dia; bom dia a todos os vereadores, vereadoras. É um prazer enorme estar aqui na Casa do Povo novamente, e nós queremos só apresentar para vocês, então, alguns dados específicos em virtude do Maio Amarelo, que é de grande importância, foi uma batalha que a gente teve para ser promulgada uma legislação própria no município. Então, a gente vai apresentar. (Manifestação com auxílio de slides) Inicialmente, o tema desse ano aqui é: desacelere. Já fala sobre velocidade, o tema do Maio Amarelo esse ano está voltado à velocidade. Pode passar. Então, o que é o movimento do Maio Amarelo? É um movimento internacional de conscientização para a redução de sinistros de trânsito. Então tudo o que envolve a sinistralidade no trânsito, o objetivo do Maio Amarelo é esse: A redução no número de mortos e sequelados para o trânsito. Isso aí iniciou basicamente em 2011, 2009, 2010. Em 2011 foi batido através da ONU, através da Organização Mundial da Saúde, que tinha que ser feito alguma coisa em prol do trânsito em virtude do alto número de mortes que nós tínhamos no trânsito. Naquela época de 2010, 2011, se tinham algumas estatísticas um pouco dispersas no mundo inteiro, mas se calculava que mais ou menos nós tínhamos 1.350.000 mortes por dia... Por ano, aliás, melhor dito, no trânsito a nível de mundo. O Brasil sempre figurava entre o terceiro e quinto lugar no número de mortos no trânsito. Então, hoje ainda nós estamos em um patamar muito alto no número de mortes no trânsito, então a preocupação que nós temos do Maio Amarelo é essa, chamar a atenção de toda a população, dos órgãos governamentais, órgãos públicos, privados, enfim, abrir uma discussão para talvez conseguirmos soluções para redução no número de mortos e sequelados no trânsito. Porque o dia 11 de Maio foi o dia que iniciou a primeira década de ação, foi a nível mundial. Inclusive, nós aqui em Caxias do Sul tivemos o prazer no dia 11 de Maio também, só que em 2016, fazer o primeiro seminário de trânsito na nossa cidade, em complemento às ações, às atividades do Maio Amarelo. E o Amarelo por uma questão de nós, operadores da área do trânsito, a gente sabe que o Amarelo é o sinal de advertência, por isso que chama a atenção. Então, basicamente, a proposta do Maio Amarelo é chamar a atenção da sociedade para o alto índice de mortes e feridos no trânsito em todo o mundo, e claro, vamos regionalizar aqui para a nossa cidade, né. Então, os objetivos, o principal objetivo da década de ação é reduzir em até 50% o número de mortes e sequelados no trânsito. Essa que é a ideia, é onde que a gente vai trabalhar bastante para conseguirmos atingir essas propostas pela Organização Mundial da Saúde. Então, são vários campos que vão atuar. Então, através de planos nacionais e regionais com o engajamento de toda a sociedade. Isso aqui não é só uma secretaria ou uma prefeitura, isso aqui é todo mundo, nós temos que ter a empatia no trânsito. Precisamos praticar a empatia no trânsito, porque o maior índice, vamos dizer assim, o insumo maior que nós temos hoje, no trânsito, é de ordem comportamental. Nós temos que mudar o nosso comportamento no trânsito. Aí sim, nós começaremos a ter as mudanças que a gente propõe na década. Então, nós estamos em uma segunda década de ação já, então até 2030. Pode passar. E, aqui, então foi depois de muita conversa, com a ajuda da Câmara de Vereadores, que foi muito importante para a promulgação dessa legislação, nós temos uma data específica para o Maio Amarelo em Caxias do Sul. Inclusive até no material que a gente trouxe da Escola Pública de Trânsito tem esse flyer alusivo ao Maio Amarelo e mais algumas outras atividades que a Escola Pública de Trânsito se propõe em nível de Caxias do Sul. Então, as principais causas de acidente, isso aqui parece que é uma coisa de outro mundo, mas também contempla Caxias do Sul. Essas seis... Seriam cinco causas principais, mas hoje a gente trabalha com seis. Que é: o número um é o excesso de velocidade; a segunda é, principalmente, a direção das pessoas que estão com teor alcoólico no corpo; o não uso do cinto de segurança, aqui eu faço um entre parênteses, nós estamos notando, dentro da fiscalização de trânsito, um sensível aumento do número de pessoas que estão sendo flagradas sem o uso do cinto de segurança nos últimos tempos; a não utilização dos dispositivos de segurança pelas crianças, a gente diz as “cadeirinhas” das crianças; o não capacete ou o mau uso do capacete por parte dos motociclistas; e um dado que não dá para mensurar, mas se sabe muito bem que é uma preocupação, é a utilização do celular enquanto a pessoa dirige. Isso é uma coisa que a gente está ciente disso, só que é muito difícil das pessoas se controlarem hoje, porque o celular, a gente sabe que já faz parte até do dia a dia das pessoas no trabalho. E a gente vai só mostrar alguns dados para vocês, especificamente sobre velocidade que é o item número um na morte, principalmente na morte, no trânsito em todo mundo. De 2015 a 2019 nós operávamos com o radar móvel em Caxias do Sul. Dentro disso, só para vocês terem uma ideia das velocidades que nós flagramos de veículos com o radar móvel no período de 2015 a 2019. Na perimetral Bruno Segalla nós chegamos a atingir 126 km/h, um veículo. Na Bruno Segalla, só em um outro endereço, nós pegamos um veículo a 131 km/h. Isso são velocidades reais que já descontados 7%, enfim. Pode passar. Na Rubem Bento Alves também em vários locais dela, nós atingimos 113 km/h, 162 e 145 km/h. Então, vocês vejam que é uma velocidade, totalmente, inadequada para o perímetro urbano, sendo que a tendência mundial é a redução de velocidade nos perímetros urbanos para que seja reduzido o número de mortes. Aqui, na Moreira César, aqui 2390, em torno, mais ou menos onde tem o escritório da Unimed, 122 km/h, chegou a atingir na Moreira César. Na Moreira César, em outro ponto, 128 km/h e mais ou menos perto da Unimed também 128 km/h. Então, são velocidades inaceitáveis que contribuem em muito para a sinistralidade na nossa cidade. Esses são dados que a gente conseguiu através de uma parceria com o SAMU. De 2020 a 2023, a quantidade de atropelamentos em nossas cidades. Eu vou desconsiderar 24, que não estavam com os dados totalmente corretos, faltavam dados. Mas nós temos, oficializados, 882 atendimentos via SAMU, só por atropelamento em nossa cidade. Pode passar. Então, dos 906 atendimentos, então, mais ou menos temos, são mais de 200 atropelamentos atendidos pelo SAMU por ano. Pode passar. Aqui, homens e mulheres, então o percentual é de 43% contra 57% de homens. Os bairros, os bairros atingidos, então os 15 maiores bairros com incidência de atropelamentos atendidos pelo SAMU, então, é a área central, depois Lourdes, aí vem o Rio Branco, Desvio Rizzo e vai nessa sequência aí. Então, são bastante dados. E, dentro da área central, as principais ruas que têm atendimento, a Pinheiro Machado, e a Sinimbu é a campeã nesse ponto aí, que são mais atendimentos, principalmente na área central. Esse aqui é um dado que não se trabalha muito, mas é de extremo significado. Talvez para mim não me atinja esse dado, mas para muitos de vocês, quem sabe, os que estão acompanhando a sessão da Câmara atinja diretamente, o número de mortes no trânsito em nossa cidade. Desde 2007 para cá, até dezembro do ano passado, nós temos 914 mortes no trânsito em nossa cidade. Então, começou em 2011, começou um decréscimo, mas começou a oscilar. O que chama atenção nesse paralelo de 2023 e 2024 é que houve 51 óbitos e 51 perdas de vidas nesses últimos dois anos, mas nós temos que considerar também um item que deixa alguma coisa no ar é o ano de 2024 que nós ficamos, vamos dizer, nessa época aqui, nós estávamos ilhados em virtude das enchentes, toda aquela situação que ocorreu em nosso estado. Então, houve pouco trânsito de veículos a mais, mas, mesmo assim, nós tivemos 51 mortes no total. Então, é um dado que precisa ser mais analisado para a gente ter uma ideia do porquê que houve essa redução do número de veículos trafegando, mas o número de mortes continuou igual. Depois, dentro dessa filtragem, só no perímetro urbano, nesse período, nós temos 73 mortes no trânsito. E 15% das mortes no nosso município são nas perimetrais, 11%, não é. Mortes por atropelamento, então, nós temos 152 homens e 92 mulheres, perfazendo o total de 244 óbitos por atropelamento. Dentro disso, a faixa etária, então, mais atingida é a dos idosos. É um trabalho que a gente tem que fazer, assim, trabalhar bem mais isso, não é. Em virtude de que ele é o mais vulnerável, nesses dados que a gente tem, são os mais vulneráveis. Aí, depois, então, também tem a faixa/horário. Aqui, à noite, então, tem mais mortes por atropelamento à noite para os homens e à tarde para as mulheres. Aqui, então, um gráfico de 2007 a 2024 das mortes no trânsito. Então, a gente vê, deu uma pequena redução, mas já aumentou de novo na época da pandemia, mas é muito alto, é inadmissível ter 15 mortes por atropelamento em nossa cidade. É um número... Eu digo sempre assim, não é utopia, eu entro na Secretaria, na Escola Pública de Trânsito, todo 1º de janeiro e digo: “Este ano aqui não vai morrer ninguém. Não pode morrer ninguém no trânsito”. Eu não quero, e não é utopia, eu simplesmente digo assim, eu não consegui atingir meu objetivo, aonde eu errei, aonde eu tenho que consertar? Então, não é utopia, trânsito: morte zero, é uma questão de projeto, é uma questão de a gente atingir um objetivo. Os atropelamentos, por sinal, agosto é um mês, de 2007 até agora, é o mês que contempla o maior número de atropelamentos, 30 mortes por atropelamento, mas aqui tem um dado interessante, o mês de agosto é considerado, inclusive nós temos até uma lei estadual que trabalha como o mês de agosto o Dia Internacional e Estadual do Pedestre. E é o mês que nós temos mais mortes por atropelamento. Então, nós também precisamos, estamos com um projeto em andamento lá dentro da Secretaria através da Escola Pública para nós fazermos um trabalho em cima do pedestre em agosto. Aqui o horário que tem os maiores, 2024 então, os atendimentos do SAMU. Então, o horário de maior incidência é das cinco da tarde às sete horas da noite. Aqui também, né? O tipo de atropelamento e os horários. Então, a gente vê os horários das cinco às sete o atropelamento por carro, por automóvel, então, é o mais frequente. Aqui os bairros, então. Em 2024, foram 63 bairros que o SAMU atendeu. Os principais, então, continua a área central; depois Lourdes e São Pelegrino. E, aqui, a Secretaria dos Transportes, através da fiscalização, ela só atende sinistros com danos materiais. Então, os pontos críticos que nós temos, de 2018 a 2024, aí onde está em preto, no caso, são locais, então, que não ficaram entre os 10 maiores pontos críticos da cidade. Mas vocês podem ver que todos eles envolvem a Perimetral. Todos eles. Que nem, por exemplo, a Bruno Segalla com a Salgado Filho, desde 2018 até o ano passado, está entre os maiores pontos críticos de sinistralidade na nossa cidade. Então, são dados que a gente tem que analisar isso aí, a nossa parte. Os nossos secretários, a parte da engenharia da secretaria está sempre atenta a esses dados aí. Então, aqui, só para vocês terem, assim, uma ideia de números. De 2008 até agora, até março deste ano aqui, a fiscalização de trânsito atendeu mais de 85 mil acidentes, sinistros de trânsito só com danos materiais. Isso sem contar que nós temos as ocorrências on-line, tanto da Prefeitura como da Polícia Civil, mais as Polícias Rodoviárias Estadual e Federal e mais a Brigada Militar também, que faz o atendimento quando há lesão. Então, é um número bem expressivo, que a gente precisa começar a entender melhor esses números. Aqui, só para ter uma ideia, então, até março deste ano, nós já temos 912 ocorrências atendidas pela fiscalização. Mais ou menos, já estamos até, em torno, chegando a 1.200 já, até o final do mês de abril. Então, aqui os dados. E aqui, neste recado que a gente sempre usa, que nenhuma morte no trânsito é aceitável. Presidente, agradeço o espaço. A gente está à disposição dos senhores e das senhoras para qualquer esclarecimento. Convido também o pessoal para irem à secretaria se quiserem conhecer a Escola Pública de Trânsito. Obrigado. (Palmas)