VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Senhora presidente, caros colegas. Já indo em direção ao que a vereadora Estela falou, de baixar o preço do combustível antes da eleição, hoje o gás caiu 5.3%, vereadora Estela, e a gente não está mais em período eleitoral. Então tem alguns argumentos que às vezes não coadunam muito com o que está acontecendo. Bom, dito isso. A questão de os brasileiros terem medo do que se avizinha, vereadora Estela. Eu fiz um discurso aqui, eu quis escrever para que nada fosse perdido, nada fosse deixado escapar, porque o que a gente fala aqui acaba ficando para os próximos anos, talvez, até para as próximas décadas. E aí quem sabe os meus filhos vão ver que houve pessoas que alertaram sobre a desgraça que se avizinha em nosso país.
Após a eleição do último dia 30, qualquer brasileiro mais atento às notícias está presenciando atônito a morte do futuro de seu país a cada dia que passa.
Podemos citar no âmbito moral, ou melhor dizendo, na falta de moral, a viagem do presidente eleito Lula ao Egito, a bordo, vejam bem, de um jatinho, cujo proprietário é ninguém menos que o empresário José Seripieri Júnior, empresário este que já foi preso na operação Lava Jato e fez acordo de delação premiada para ser solto – amigão.
Ainda no âmbito da moralidade, o vice Geraldo Alckmin, coordenador da Equipe de Transição, a mando de Lula, já nomeou 18 nomes condenados ou que respondem a processos por corrupção.
Aliás, esta equipe que deveria ter apenas 50 membros já conta hoje com nada menos que 283, mas hoje vai ser atualizada essa lista. E ainda deve ser ampliada nos próximos dias.
Tudo para acomodar os companheiros que, após a transição, receberão cargos no futuro governo.
Dentre eles temos nomes renomados... Da ciência, da tecnologia? Não.
- Guilherme Boulos: conhecido invasor de propriedades;
- André Janones: o maior propagador de fake news da República;
- Stédile: líder do MST, que ontem, aliás, vereador Fantinel e vereador Scalco, invadiu duas propriedades produtivas na Bahia, ambas produtivas.
Dentre tantos outros que assombram qualquer pessoa que ama de verdade seu país...
Mas, como desgraça pouca é bobagem, ontem o PT no fim do dia entregou seu plano para quebrar economicamente o Brasil.
Geraldo Alckmin apresentou ao Congresso a minuta da PEC da gastança – chamada pelo novo governo de “PEC da Transição”
Apesar do eufemismo do governo ao dar nome à proposta, o conteúdo é um cheque em branco para o presidente Lula, já que o ex-presidiário e futuro presidente obterá, caso a PEC seja aprovada, a autorização fiscal para gastar acima do “teto”. Isso, sem sequer apresentar o seu ministro da economia. Aliás, os nomes testados apavoraram o mercado.
Mas vamos ao conteúdo da obra. Obra-prima, aliás.
A PEC propõe retirar de forma permanente o Bolsa Família a R$ 400,00 do teto de gastos, com o custo aproximado de 105 bi. Além disso, para 2023 estão sendo garantidos R$ 200 adicionais e ainda R$ 150 de benefício para cada filho menor de seis anos.
Estes três pontos juntos dão um total de R$ 175 bilhões em gastos fora do orçamento. E chamar gastos de investimento não muda nada. É a mesma coisa. Ainda, 40% das despesas extraordinárias, hoje limitadas ao teto de gastos e ao pagamento da dívida pública, poderão ser usadas para outros fins.
Os gastos em sua totalidade somam quase R$ 200 bilhões fora do teto, e um orçamento de cerca de R$ 100 bilhões para o próximo governo sustentar as suas promessas. Sempre lembrando: quando as pessoas querem o impossível, somente os mentirosos a satisfazem.
Resumindo: Sem apresentar qualquer fonte de financiamento, o PT está pedindo quase R$ 300 bilhões para gastar!
A defesa dos mais pobres pelo PT poderia sensibilizar alguns caso não tivéssemos vivenciado os 13 anos de ingerência dos seus governos passados. A verdade é que o que o PT propõe terá justamente o efeito contrário: A proposta não ajuda a reduzir a pobreza e também irá dificultar a geração de emprego e renda.
Vamos entrar numa trajetória terrível de dívida/PIB caso seja aprovada a PEC dos R$ 175 bilhões para os próximos 4 anos, agora, peço que prestem atenção, o que representa um déficit primário contratado de cerca de 2% do PIB/ano até o fim do mandato.
Vamos aos cálculos: Estabilizar a dívida/PIB em 80% mais um déficit primário de 2% do PIB, e com o atual juro real de 6% significa dizer que o Brasil teria que crescer 6,8%/ano para financiar esse “furo do teto”. Como sabemos que isso não vai ocorrer, a alternativa é clara: endividamento! O que qualquer de um de nós faria se precisasse de dinheiro e não tivesse: ia se endividar, até que dá. Depois começa a produzir dinheiro.
A gastança que se avizinha já fez as expectativas para a taxa Selic aumentarem para 14,75%; Ou seja, um aumento da taxa, ao contrário do corte antes esperado. A relação dívida/PIB projetada para convergir em 75% no próximo ano também já está sendo revista para até 97,5% no final desta década.
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PATRIOTA): Peço um aparte, vereador.
VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS):
Só no ano que vem o endividamento poderá ser maior do que nos últimos 4 anos – e isso que tivemos uma pandemia! Além disso, dificilmente a inflação baixará caso o Congresso aprove esta PEC e ocorra esta farra fiscal, como o PT quer. Ou seja: o caos petista está em gestação.
O descontrole do orçamento levará o país a um nível catastrófico de endividamento. Isso fará com que seja mais difícil o Brasil conseguir recursos, fazendo os juros da dívida explodirem.
Além dessa gastança desenfreada pressionar a inflação, o poder de compra do povo será menor, o que vai afetar justamente os mais pobres, já que a maior parte do orçamento vai ser utilizada para o pagamento de juros.
Não é à toa, colegas, que os maiores doadores da campanha de Lula são os banqueiros… Aliás, não é à toa que Neca Setubal, herdeira do Itaú, também está na equipe de transição. Coincidências, vereador Bressan.
Afirmo a vocês sem sombra de dúvida que quem mais perderá com essa gastança anunciada serão os mesmos que governo Lula diz defender: os mais pobres. São eles que não possuem recursos para se defender da inflação, e são eles que acabam perdendo seus empregos e renda primeiro numa crise!
Espero que o Congresso tenha a responsabilidade que Lula e sua equipe não têm com o futuro do Brasil, e rejeite sumariamente esta PEC, ou o caos econômico vivido em 2014/2015/2016, a maior recessão da nossa história, superando o crash de 1929, gerada pela gastança desenfreada de Lula e Dilma, estará de volta já no ano que vem.
O Brasil fez uma péssima escolha ao colocar irresponsáveis no poder. Mas, aos que pensam no futuro dessa nação, resta a palavra de consolo do nosso ministro do STF, Luís Roberto Barroso, em um linguajar típico do crime: “Perdeu, mané”.
Que Deus tenha misericórdia do Brasil.
(Texto fornecido pelo orador.)
Seu aparte, vereador Fantinel.
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PATRIOTA): Vereador Marcon, quando o senhor começou a falar disseram que o que o senhor estava dizendo era bobagem. Mas eu fui à tribuna semana passada, eu fiz uma colocação e não tive resposta até o presente momento. Onde eu disse, deixei claro e continuo afirmando para todo mundo que já sabe: Como é que o presidente Jair Bolsonaro, durante a pandemia e até o presente momento, pagou o auxílio dos R$ 600? Que inclusive, na pandemia, dava R$ 1.200 para aquelas mães que tinham filho pequeno. Como é que ele pagou em dia, até o presente momento, o auxílio emergencial e aquele auxílio lá sem furar o teto? Ele tirou dinheiro de onde? Fez dinheiro? Tirou dinheiro de onde? Não roubou, só isso. Agora eles, para fazer a mesma coisa que ele fez sem ter que furar o teto, têm que furar o teto em 200, 300 bilhões? Isso aí é para acomodar os companheiros. E vou mais longe. O presidente Jair Bolsonaro tinha 22 ministérios; agora precisa mais de 30. Para quê? Economiza esse dinheiro, dessa diferença dos 22 para mais de 30, e usa esse dinheiro para ajudar no auxílio. Não, mas tem que acampar a companheirada. Por isso que tem que ter 283 em vez de 50 na equipe de transição. Obrigado, vereador.
VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Olha, vereador Fantinel, o recado está dado. Se a PEC da gastança for aprovada, o caos econômico vai se avizinhar no Brasil. Me cobrem. Os livros e a história econômica não mentem. Obrigado.