VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Bom dia, senhora presidente, colegas vereadores e vereadoras. O assunto que me traz hoje a esta tribuna é a importância de um bom projeto. O vereador Marcon está olhando atentamente. Eu também, quando cheguei a esta Casa, na primeira legislatura, a gente era muito cobrado das funções do vereador, que estão ali expostas muito bem: fiscalizar, enfim, protocolar projetos, aprovar ou não. Hoje esse dilema ali, muitas vezes, os meios de comunicação, de quantitativo de projetos, não me atinge mais. Porque eu vejo, a gente aprende muito sobre a importância, sim, de um projeto que mude a vida das pessoas. No ano passado, só no ano passado, na condição de presidente, só do Legislativo aqui, passaram nesta Casa em torno de 100 projetos; 95, 96 aprovados. Com certeza, se houve aprovação é porque muda a vida das pessoas para melhor. É para isso que estamos aqui, e este ano não é diferente. Inclusive ontem a gente aprovou aqui de poder, o município, adquirir todo aquele maquinário, enfim, junto à Caixa Econômica, de 40 milhões em troca de maquinário, mas um projeto muito aguardado por este vereador, e acredito que a maioria, para não dizer todos vocês, que deve apontar nesta Casa nos próximos dias, talvez ainda neste mês, vereador Bressan e Ricardo também, que vai em seguida, que era muito, estava muito junto quando a gente debatia esse projeto, principalmente hoje o nosso prefeito Adiló Didomênico, que muitas vezes a gente debatia aqui dentro quando houve a questão das feiras, das proibições, vereador Camillis, de poder ter aqui na nossa cidade o nosso produto original. E do que eu estou falando? Eu sei que o governador do Estado, Eduardo Leite, quando foi prefeito de Pelotas, lá teve uma situação parecida com a nossa, elaborou um projeto que contemple. Do que eu estou falando? Que contemple os temperados nos pequenos mercados, sacolões, açougues da nossa cidade. Hoje, os grandes mercadistas – e eu não tenho nada contra eles, nada –, eles preferem da maneira que assim está exposta. Por que, vereador Bressan? Vem tudo prontinho, embalado, temperadinho, o produto já cortado, não precisa pagar um açougueiro, quatro, cinco mil, seis, de um profissional pro temperado, bota ali, coloca ali a sua margem de lucro, e a população leva do jeito que está, mas aquela originalidade, vereador Camillis e Ricardo, que está ouvindo, da nossa dona de casa, do nosso consumidor de poder chegar, vou citar um final de semana, um domingo, num sacolão que trabalha muito nos domingos, um pequeno mercadinho, vereador Camillis, e ali ter pronto aquele produto, aquele franguinho temperado, chegou uma visita, um coraçãozinho, aquele bife empanado daquela dona de casa, muitas vezes, Marisol, que está sozinha morando, que quer ali adquirir... E hoje tem esses empanados. Mas você sabe muito bem que é diferente. O tempero é outro. Vereador Camillis, que domingo teve o seu almoço, por que o povo da cidade, quando vai lá nas festas da colônia: “É um almoço ótimo, um franguinho de qualidade”. O tempero faz a diferença, vereadora Rose. Hoje, praticamente tu não vê mais isso na nossa cidade, nos nossos mercadinhos, e é um diferencial de sobrevivência desses mercadinhos que fazem a diferença, e muda muito a vida de muitas pessoas, vereador Bressan. Ontem também estive visitando um colega nosso, poderia citar aqui vários, até oriundo da minha comunidade. O Sacolão Zimmermann, iniciou lá com o Pedro Zimmermann, o Negri como sócio; depois surgiu o Sacolão da Economia, um dos melhores da cidade, oriundo da 4ª Légua; o Sacolão Cruzeiro, oriundo da 4ª Légua; Sacolão Bela Vista também; Sacolão Amigos também. Não estou defendendo porque é isso, mas que cobra muito, e com razão, não só proprietário, mas principalmente o nosso contribuinte do nosso produto original. Então, com certeza... Estive ontem conversando com a Grégora, estivemos lá. Vários projetos ainda deverão adentrar, mas estou aguardando com muita ansiedade esse projeto que deve aportar nesta Casa. Falta muito pouco, vereador Bressan, que contemple isso. Gera renda, gera sobrevivência para esses pequenos mercados que têm o diferencial, mas, principalmente, muda a qualidade daquele produto original que, muitas vezes, a dona de casa, enfim, a sua família, em ter aquele produto original, vereadora Marisol, com aquele temperinho verde em cima. Sumiu por quê? Porque os mercadinhos, os mercados, os sacolões, enfim, estão enjoados de serem caneteados. Infelizmente, fazendo seu trabalho, a vigilância da saúde vai lá fazer um trabalho justo, higiene e limpeza, não tem lei que contemple esse quesito, vereador Xuxa. Não tem. Então acredito muito... Eu visitei vários mercadinhos, que o prefeito Adiló tem muito pertencimento, que ele conhece muito, na época da campanha, ele dizia com todas as letras: “Caso eu seja prefeito, nós vamos juntos com a Vigilância, Saúde, Governo do Estado, técnicos, Secretaria de Agricultura do Estado". Quando estive ali na CIC, há poucos dias, a secretária da Agricultura, agora trocou de novo, ela disse: “Prefeito Adiló, agora é hora de implantar aquela lei que o senhor tanto nos cobrava" e que, nos próximos dias, a gente vai defender aqui. Seu aparte, vereador Bressan.
VEREADOR ADRIANO BRESSAN (PTB): Obrigado, vereador Velocino. Bom, falar do... A gente é cliente assíduo, principalmente do Sacolão lá.
VEREADOR CLOVIS XUXA (PTB): Se for possível, um aparte.
VEREADOR ADRIANO BRESSAN (PTB): Vai um dia sim e o outro também fazer compras lá, principalmente por causa da amizade que a gente tem com eles e a confiança, vereador. Então essa é uma questão cultural. Não tem como ir fazer um churrasco para pegar e não poder olhar a carne, a carne está lá embalada. Quem quer comprar embalada, nós vamos respeitar, sem problema nenhum, quem quer vender só embalada. Mas a preferência, a questão da cultura, a questão que nós já estamos acostumados, e há quantos anos que tem as carnes temperadas, vereador Velocino? Há 20, 30, 40, 50 anos, nunca deu problema. Por quê? Porque a qualidade e a confiança desses locais que vendem são de extrema confiança da comunidade. A comunidade confia nesses estabelecimentos e estranha... Eu pedi por várias, diversas vezes, a gente chega ao balcão e aí pede: Mas cadê os temperados? Cadê a carne de ovelha temperada? Cadê a carne de porco? O galeto? Não tem. Não tem por causa desse tipo de lei que fizeram até para quebrar esses mercados. Essa é a verdade. E os açougueiros quanto sofrem com isso e têm suas famílias para sustentar. Então contem conosco. Com certeza, o senhor sabe que esses sacolões que o senhor citou são todos nossos conhecidos, e eu tenho certeza absoluta que são pessoas de extrema confiança, que a comunidade confia e compra ali e quer de volta que sejam esses produtos expostos e poderem vender para a comunidade. Obrigado, vereador.
VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Obrigado. Somos parceiros. Vereador Xuxa.
VEREADOR CLOVIS XUXA (PTB): Vereador Velocino, só para ilustrar uma parte da sua fala, do seu discurso. Que os sacolões vieram daquela região ali do Bairro Linha 40 e Bairro Galópolis. E o sacolão dos amigos são moradores ali do Bairro Galópolis e foram para o Bairro Serrano, na região do Serrano ali, quando eles chegaram lá, todo mundo falava: “O Sacolão ali não é lugar. Não vai dar certo o sacolão ali. Eles vão só botar dinheiro fora.” Hoje, é a melhor potência do Sacolão por essa cultura que eles trazem italiana, esse modo de atender o pessoal. Só para ilustrar isso aí, que o Bairro Serrano abraçou esses moradores ali de Galópolis que abriram o Sacolão dos Amigos no Bairro Serrano, onde está dando o maior sucesso. É um público, muita gente comprando lá, porque essa maneira, essa cultura italiana que eles levam, essa maneira de agradar as pessoas, olhar nos olhos e fazer os preços diferentes. Obrigado.
VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Obrigado, vereador Xuxa. Com certeza, novamente eu vou deixar bem claro: poderia ser esse o argumento pela amizade, a vivência que a gente tem que eu já citei, mas é muito além disso. Vereador Cadore, no momento oportuno, uma Declaração de Líder, que depois eu possa dar apartes para meu colega.
VEREADOR ADRIANO BRESSAN (PTB): Declaração de Líder da bancada do PTB.
PRESIDENTA DENISE PESSÔA (PT): Segue, em Declaração de Líder, o vereador Velocino.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Um aparte, Velocino.
VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Porque talvez eu possa ouvir: “Ah, o vereador, porque é de Galópolis, porque tem lá uma votação enorme.” Sim, até poderia ser, é um compromisso, é uma responsabilidade – vereador Bortola, que está olhando – que a gente tem com aquela população, mas principalmente muda a vida das pessoas. Se coloque no lugar daquelas pessoas, como defendi fortemente aqui junto com o prefeito Adiló e todos os vereadores da nossa originalidade, na época da feira, que queriam trancar tudo, que a gente dizia. Então eu quero que digam, não estou indo contra o trabalho do agente fiscalizador, vereador Cadore, o senhor que é da saúde, mas, sim, que haja um pouco de bom senso, flexibilidade. Agora, se provar que aquele franguinho temperado com aquele temperinho verde, vereador Bressan, a carne de porco que, para quem bem entende, precisaria temperar até de um dia para o outro, a carne de ovelha também se não tem um bom tempero, que ela é mais forte... O frango, hoje, nada contra a produção de frango, antigamente, vereador Bressan, uma vez, eram 80, 90 dias um frango para ficar pronto para ir para o abate, o vereador Camillis está sinalizando, hoje, são 45 dias, muito hormônio, pura água. Se não for um temperinho de qualidade, praticamente deixou de ser bom. E muitas vezes a dona de casa, o contribuinte com poder aquisitivo muito alto, acaba tendo que ir na carne de gado que ficou muito cara, a gente tem que reconhecer, reconhece também dos criadores, ficou muito fora da realidade. Vocês viram ontem, na feira do peixe vivo ali o quanto venderam. Por quê? Porque as outras carnes ficaram muito caras, muito difíceis. Analisem ali na feira do peixe. O peixe ali na feira, de novo o agricultor está ali presente, de 16, R$ 19,00 o quilo. Enquanto aqueles mais de luxo, 59, 49 e aí o poder aquisitivo o povo não tem. Muitas vezes, vereadora Rose, vai no frango, vai no porco, mas o tempero faz a diferença. Mas aquele tempero original tradicional nosso de Caxias, das comunidades, que não tem uma lei que regra isso. Claro, com toda a higiene e limpeza. Tempera lá um franguinho de noite para vender no dia seguinte, todo no geladinho, tudo certinho, o que muda? Deu dor de barriga em alguém comendo isso? Seu aparte, vereador Cadore.
VEREADOR OLMIR CADORE (PSDB): Vereador Velocino, a sua explanação é muito clara: nós não passamos por cima da fiscalização. A saúde preconiza e defende a fiscalização. É importante que haja um controle. Agora, é indiscutível a necessidade de que esse projeto venha. Eu que convivo com o Adiló e andei com ele nos mercados do meu bairro, especialmente o Empório Minuano, o Sacolão Minuano, o Supermercado Savi, o Toniolli, todos eles defendem a ideia do temperado e tem muita qualidade. Houve um momento em que a fiscalização abordou um desses mercados, mas abordou de uma forma errada, porque a qualidade era clara, era evidente no produto. Então beneficia a sociedade, beneficia o cidadão e beneficia quem quer vender. Então parabéns pelo projeto, iniciativa do Adiló, com a tua participação, volta a esta Casa e nós com certeza iremos aprovar. Muito obrigado.
VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Vereador Ricardo que também sempre foi um defensor dessa causa, com a palavra. O aparte.
VEREADOR RICARDO DANELUZ (PDT): Obrigado, vereador Uez. O senhor traz aqui um assunto extremamente pertinente. Nós conversamos ontem na prefeitura sobre esse assunto. Trabalhamos anos atrás junto ao vereador Adiló, então na época. Fomos a Porto Alegre combatemos muito essa normativa, essa legislação estadual que proíbe, então, que os açougues e fiambrerias façam o seu trabalho tradicional, seu trabalho usual. Na verdade é uma norma que é de interesse dos gigantes, daqueles grandes que tem interesse de fazer a venda em escala para todo o Brasil. Que bom que agora existe uma solução, que a gente possa através do próprio município mudar essa legislação e com certeza nós somos parceiros. Parabéns por trazer esse tema no dia de hoje, para estar trabalhando junto nessa questão tão importante para os nossos mercados, especialmente os pequenos.
VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Vereador Ricardo, o senhor fala com muito pertencimento. Inclusive eu vou mais além. Eu já lhe falei aqui que o meu cunhado disse que já esteve ali na Vila Oliva, no parque de rodeio, e o senhor faz eventos ali famosos. Ele me mostrou fotos de ovelha inteira, porco inteiro ali preparado. Mas, além de um bicho de boa qualidade o tempero faz a diferença e senhor sabe disso. Então o senhor fala com muito pertencimento. Novamente, nós não somos contra o agente que faz o seu trabalho, mas sim precisamos de uma lei que contemple, enfim, esse quesito que eu já falei aqui. Então, nos próximos dias haverá de vir a esta Casa, falta muito pouco ainda. A secretária Grégora disse que agora faltam os últimos passos ainda, porque o projeto está sendo elaborado, além do discriminativo, junto com a Secretaria da Saúde para que não haja, ali na frente, uma má interpretação. Mas o mais importante de tudo, que se possa criar fonte de renda para esses pequenos mercados muitas vezes, que fazem a diferença. O sol nasceu para todos. E principalmente o nosso contribuinte, em um momento difícil do poder aquisitivo, aquela dona de casa que muitas vezes, mais idosa, enfim, em todos os quesitos que não tem mais este poder de fazer isso, possa ir próximo ao seu comércio, na sua casa e encontrar este produto original, com qualidade já comprovada pela população. Quem vai fazer a avaliação do produto é a população. Como a gente dizia na época ali na feira: se a população procura determinado produto, como eu defendia na feira, o mel ou o ovo da colônia, é porque sabe que é diferente, que faz a diferença, vereador Xuxa. Então o que a gente está colocando aqui é nada mais do que mudar a vida das pessoas. Tenho sim a responsabilidade de estar aqui nesta Casa representando este nicho que tem – esse público –, que tem esses mercadinhos, sacolões. Mas principalmente mudar a vida das pessoas no dia a dia, com qualidade, para que se possa adquirir o seu produto muito próximo. Então nos próximos dias, eu já estou colocando como mês que vem, mas talvez ele adentre ainda neste mês, tudo depende da construção que o governo está finalizando junto da Secretaria da Saúde, para que a gente possa discutir melhor. Mas principalmente que possa, ali naqueles comércios, a população encontrar esse produto de grande qualidade e valia para nossa população. Era isso, senhores colegas vereadores e presidente.