VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Senhor presidente, nobres colegas, vereadores e vereadoras, eu confesso que até nem ia me manifestar, mas, diante da provocação, eu prometi desde o primeiro momento, vou repetir, se for o caso, todas às vezes que eu usar esta tribuna, de sempre trazer aqui a realidade. Não é, tipo, uma fala que, às vezes, o contribuinte gostaria de ouvir, e eu vou continuar dessa forma. Vereador Rafael, a sua colocação é muito pertinente. Eu faço um desafio, qual é o vereador que não tem uma demanda aqui dentro diante dessa situação das cirurgias que não foram retomadas? Eu tinha que fazer uma cirurgia de virilha em janeiro, depois passei para fevereiro, desisti de fazê-la para deixar oportunidade para os outros, e uma também porque hoje eu tenho até temência de entrar nos hospitais. Tenho até isso! Então acredito que seja pertinente. Há de existir um planejamento que, quando isso passar, não se espere depois disso para ir atrás de um planejamento. É muito pertinente isso, porque se trata de vidas. Aquelas pessoas, eu tenho casos, também eu, de mais de ano de situações. É muito pertinente. Mas, quando se fala da Secretaria de Obras, vereador Adiló, eu que fui subprefeito de Galópolis, eu lembro como hoje, quando me perguntaram para ser subprefeito de Galópolis, no primeiro momento, foi o Edson Néspolo, eu disse: “Eu não vou pegar aquilo lá, com máquinas praticamente defasadas de muitos anos. Eu vou lá e vou pagar mico. Sem estrutura, muitas vezes, tu não consegue atender”. Eu fui lá, depois da comunidade muito me cobrar: “O senhor tem que vir aqui.” E chegou num certo momento, depois de um ano de governo, que eu sentei na frente do prefeito Alceu e disse: “Se o senhor não me der uma estrutura melhor, eu não vou continuar.” E a partir dali, já tinha adquirido um montante de maquinário, vereador Adiló, na época secretário, depois veio mais duas patrolas e duas retro, que o Adiló comprou lá, vendeu o maquinário mais antigo, mais uma emenda, teve emenda do Assis Melo da máquina patrola que foi para Galópolis. E hoje a realidade não é diferente. Eu falei aqui, lembro muito bem, em 2015, quando eu assumi por 30 dias, que eu disse com o meu pouco entendimento que tinha que haver dentro do Município uma forma de todas as administrações adquirirem maquinário novo, um quantitativo de maquinário dentro da LDO, vereador Toigo. Porque tem muito maquinário dentro do nosso Município que vive mais na oficina. Eu lembro muito bem da retro que eu tinha lá em Galópolis e mesmo assim eu 172 bueiros na minha administração.
VEREADOR RAFAEL BUENO (PDT): Um aparte, vereador?
VEREADOR VELOCINO UEZ (PDT): O maquinário tem que ser maquinário bom, e aquela retro foi desativada. E aí eu lembro muito bem, eu vou citar só um exemplo, eu tenho aqui uma lista, nos últimos 40 dias, só da subprefeitura de Galópolis, temos lá dois caminhões, 843 e 886, só aqueles dois caminhões estragaram quatro vezes em 40 dias. E a Secretaria de Obras... Temos aquele empréstimo de R$ 15 milhões para adquirir máquinas desde o ano passado, está indo bem rapidamente, logo, logo deve estourar para a compra de maquinário novo para poder atender mais. Mas eu não vejo que haja prioridade disso e daquilo, porque, olha, vereador Rafael, de terça-feira passada até ontem, só eu fiz oito indicações de buracos iguais a esse. Está cheio na cidade de buraco, isso nos últimos quinze dias, a maioria deles. Vejam bem, há 15 dias, tinha o decreto pronto para apresentar para o prefeito para racionamento de água a partir do início do mês. Hoje nós teríamos que ter um decreto para chuva. Então é claro que os buracos vão aparecer, isso não é novidade, isso não é de A e B governo. É só vocês andarem nas estradas, na BR está cheio de buracos vindo; a Rota do Sol, todos aqueles buracões. Agora a Codeca vai fazer uma intervenção depois de... enfim, porque DNIT não faz a sua parte, pelo menos liberou para a Codeca, Município de Caxias do Sul fazer uma intervenção. Tem buraco lá, cratera, que eu não sei como é que dá pouco acidente. Então não é novidade. Então eu não acredito que esteja acontecendo de priorizar A ou B. O que está acontecendo é que, nos últimos 15 dias, se tínhamos um buraco, hoje temos, no mínimo dez para cada um. Mais de cinquenta intervenções de estrada de barreiras que caíram. Ontem, eu saí por aqui e fui na estrada do Imigrante e desci pela gruta, lá onde está acontecendo o asfalto. Vão lá ver. Onde a obra já estava praticamente pronta, barreiras e mais barreiras. A subprefeitura de Galópolis trabalhou quinta e sexta só para tirar barreiras de estrada. Hoje, pela manhã, está com a retro lá na Vila Cristina auxiliando.
VEREADOR ARLINDO BANDEIRA (PP): Permite um aparte, vereador?
VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Então não é querer priorizar. Eu não acredito. O que está acontecendo é que nós temos um museu lá na Secretaria de Obras. Urgentemente, vereador Adiló, precisa repor máquinas novas para poder atender mais. Mas mesmo assim está fazendo. Se nós tínhamos em torno... se fala aqui em janeiro, 1.034 calçadas arrancadas, que a Secretaria de Obras estava fazendo intervenções, há poucos dias atrás, quando iniciou o reparo da empresa que ganhou a licitação, tínhamos em torno de 1.500, então está trabalhando. Eu não estou querendo dizer que está fazendo aquilo que o contribuinte gostaria. Agora, está trabalhando, sim, dentro da estrutura que tem. Agora eu convido vocês a irem lá à Secretaria de Obras ver a realidade. E sexta-feira nós estávamos reunidos ali, eu, o prefeito, o vice, o Suzin, o secretário de Obras e mais o Sadi Pirovano, que é o coordenador distrital, vendo qual é a fórmula de arrumar dinheiro para dar uma clareada naquelas máquinas. Não existe milagre. Se a Prefeitura de Caxias está colocando... teve uma arrecadação abaixo, 90 milhões no primeiro quadrimestre, vereador Toigo, mais de 80, 90, de algum lugar tem que sair. Não existe milagre, não existe caixa dois. É fazer o quê? Fazer menos nas intervenções de obras para poder jogar em cima da saúde. A saúde, nós ultrapassamos já os 30%, menos 90, mais 15, não existe milagre. E aí o prefeito Cassina disse outro dia na minha frente para o secretário da Saúde: “Existe alguma forma de nós buscarmos dinheiro? Precisamos abrir mais leitos.” Não existe milagre. A realidade é essa. O cobertor está curto. Primeiro, precisa preservar vidas; depois, se não dá, não dá. Eu não estou aqui lamentando. Não é isso. Não é um choro; é a realidade. O cobertor está curto. Então, se a Secretaria de Obras não está conseguindo ir além, e pior...
VEREADORA PAULA IORIS (PSDB): Um aparte, vereador?
VEREADOR VELOCINO UEZ (PDT): Pior, cada dois, três dias de serviço, com essa lei da pandemia, tem folga, tu nunca consegues formar um grupo. Hoje, eu tenho três; amanhã, eu tenho os outros três. Eles têm que ter a liberação dos funcionários, aquilo que se faz aqui dentro também. Aqui também nós temos, libera, um assessora e o outro fica em casa. Lá não é diferente. Estava conversando, ontem, com o Jaime: “Eu não consigo formar equipe. Agora fica pior ainda com a bandeira.” Menos atendimento, a realidade é essa. Agora, eu não acredito que haja prioridade para lá e para cá, porque senão, eu tenho mais de 30 indicações; Alô, Caxias que foram feitas obras ao longo... todas as calçadas estão lá arrancadas ainda, por que eu não estou cobrando? Eu poderia, como líder de governo, usar isso, mas não faço isso. O secretário tem que saber o que está fazendo. E ele me disse, há dias: “Estamos priorizando alguns locais mais críticos.” E eu vi que fizeram na Av. São Leopoldo, ao lado da UBS, que era muito crítico, calçadas novas. Aqui, porque vocês sabem, ali do lado, talvez tinha que ter esperado depois. Então, assim, eu não acredito que... E outra, na dúvida, vamos conversar, mas vamos conhecer a realidade. Tem que estar lá para conhecer a realidade. Não existe milagre, está um museu na Secretaria de Obras, então, estamos vendo uma fórmula de arrumar um dinheiro que uma licitação ficou pronta para compra de peças. Tem situações que se pega uma peça de uma máquina, de duas máquinas quebradas se arruma uma, para poder aquela pelo menos atuar. Agora, não temos nada para esconder, não é em quatro paredes. O gabinete está sempre aberto para buscar, enfim, o melhor encaminhamento. É junto que a gente consegue. Agora, é pertinente, só que não é dessa forma encontrando... Buracos vão ter e vai aumentar mais ainda. Vai aumentar mais ainda, agora milagre não existe. Eu lembro muito bem, vereador Adiló, quando eu estava... Na época, não era diferente. Não tinha dinheiro para comprar brita. Quando eu voltei, depois de eleito, lá em Galópolis, tivemos que esperar para mudar burocraticamente, como a Secretaria de Obras tinha parado um pouco, e com aquele dinheiro comprar um pouco de brita para poder andar. Não é diferente. E agora piorou e muito, menos arrecadação, mais problemas se para onde? Na obra. Primeiro, a vida; depois, a obra. Seu aparte, vereador Rafael.
VEREADOR RAFAEL BUENO (PDT): Vereador Velocino Uez, não foi nenhuma provocação que eu fiz ao senhor. Eu apenas falei, vereador, uma situação, porque eu acho muita canalhice de alguns pedidos que a gente faz e que talvez tem pessoas que têm conhecimento, e quando a obra vai ser feita, já estão lá tirando fotos e colocando em redes sociais. Eu só estou guardando aqui, só estou guardando. No momento certo, eu vou colocar. É muita canalhice, principalmente em época eleitoral. Se a gente faz por indicação, não é atendido; se a gente faz Alô, Caxias é atendido. E eu estou guardando isso também. A Grégora, chefe de Gabinete, é muito atenciosa com a gente. Sempre que a gente leva, ela cobra do secretário. Só que não adianta cobrar, porque eles não fazem. E o diretor da Secretaria de Obras, que é servidor público, que comece a atender ao telefone, porque ele é pago por mim e por todos os contribuintes para isso. E aqui os vereadores estão balançando a cabeça, porque é verdade. Ganha um celular público para atender e para trabalhar. Ele não atende nem a nossa assessoria. Está ganhando para quê? Então pede para sair, ele e o secretário. São uns tranca ruas? Destranquem. Obrigado.
VEREADOR VELOCINO UEZ (PTB): Está bem, vereador Rafael. Só para concluir, ontem pela manhã eu fui ver, também eu, duas demandas. O que eu fiz? Fui lá e peguei o documento da pessoa, fez o Alô Caxias para dar o encaminhamento, nada mais que isso. Não existe [Ininteligível], existe sim prioridade naquilo que é mais grave, que pode ocasionar outra consequência mais grave. Era isso, senhor presidente.