VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Bom dia. Hoje, daqui a pouco, eu vou falar de outro tema, mas eu não poderia deixar de continuar, só um pouquinho, no que muito bem explanou meu colega vereador Lucas Caregnato, sobre a questão da educação. Eu poderia ficar citando muitas coisas, aqui, em relação ao que foi colocado. Por exemplo, vereador: não são só essas 15 escolas que estão tirando o nono ano. Porque a ideia... Vocês imaginem que não é mais se formar em uma escola de nível fundamental, foi uma luta o município ter escola de nível fundamental. Agora, tu terminou o oitavo ano em uma escola, tu faz o nono na outra e depois tu pode tentar outra no ensino médio. Imaginem, vocês, pensemos em todo o ciclo que é uma escola municipal. Agora, não vai ter. Ontem, eu cheguei à Escola Cidade Nova, e casualmente estavam os estudantes com toga, eles usam até toga para a formatura, os dos nonos anos, agora. E eu passei na turma dos oitavos, eles não estavam em condições de ter aula, chorando. As pessoas... Eu não sei se os estudantes vão ter condições de ter aula de agora até o fim do ano; porque eu sou professora e eu sei o quanto isso abala. De uma forma abrupta, absurda, o jeito que foi feito esse debate, essa discussão. E eu também tenho esperança, porque eu não acho que esse governo seja tão... Eu nem sei qual é a palavra que se usa. De não fazer, não ceder ou de não refletir a partir da — vamos dizer isso — intransigente, para dizer o menos. Porque eu estou falando até da questão de voto, eleitoreira, esse governo tem que enxergar que a população está querendo.
VEREADOR CALEBE GARBIN (PP): Uma Declaração à bancada do Progressistas.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Então, eu fico assim, absurdamente assustada com o que está acontecendo. Só que tem mais coisas acontecendo. Tem, por exemplo, a Escola José Bonifácio, no Pedancino, que vai ter três salas de aulas fechadas. Porque transferiram para outra escola, que deve ser a questão do transporte escolar, que já estão tirando do Luiza Morelli, porque não querem mais que os estudantes do Canyon vão para lá. Então, é uma série de coisas que estão acontecendo. Tem mais uma coisa, aqui, que eu vou denunciar, e eu espero que amanhã, nessa audiência da Comissão de Educação, tenha espaço para todo mundo falar e ser ouvido. Mas tem outra coisa. Nós temos duas escolas, nesse momento, sem diretoras; nós temos cinco escolas sem vice; e nós não temos – eu não sei se todo mundo que é da rede sabe – mas para ser da direção tu tem que fazer um curso, e a Smed precisa fornecer esse curso. Foi prometido que esse curso era anualmente. Tem gente querendo assumir as direções, mas que não pode, porque, não tem o curso. Eu pergunto... Ah, e ainda tem escolas, acho que a Assis Brasil, que teve mais de 100 alunos, tem que ter direção. Eu pergunto: o que a Smed vai fazer com essas escolas? Voltar à época que a Smed só nomeava a direção e que não tinha mais escolha na comunidade escolar? Ou essas escolas vão ficar sem direção porque não foi fornecido o curso, que é o básico que uma secretaria tem que fazer? Então, olha, é chocante tudo isso que está acontecendo. Nós vamos seguir nesse debate. E é impressionante, o governo começou há 15 dias com aquela confusão toda da Policlínica e da Casa da Mulher Brasileira e até hoje não resolveu. Eu não tive mais um retorno, o Ministério das Mulheres não teve retorno sobre o terreno. Amanhã eu ia para Porto Alegre, porque o representante do Ministério das Mulheres, junto com todas as deputadas federais do Rio Grande do Sul, farão uma audiência pública sobre as duas Casas da Mulher Brasileira em Caxias e em Porto Alegre. Eu ia para lá, já estava confirmada a presença. Não vou, porque vou ficar aqui na reunião da Comissão de Educação. Mas eu quero saber se o governo vai abrir mão da Casa da Mulher Brasileira, porque a única coisa que eu ouço é “está encaminhado, está encaminhado, está encaminhado,” só que não está. Então, nem terminou essa discussão da Policlínica e da Casa da Mulher Brasileira, veio essa bomba da educação. Nós estamos no meio da bomba da educação, vem a bomba da saúde, da terceirização de parte do Samu. Ontem eu fui no Hemocentro, tem problemas lá que são todos feitos no Hemocentro hoje, uma maravilha. O que eles querem fazer? Levar parte do Hemocentro para o Hemorgs. Aí o material, que tudo é feito aqui hoje, vai ser levado para Porto Alegre, vai voltar de Porto Alegre, vai ter que ter um carro diariamente, um servidor para ficar levando. Em nome de quê? Então, está difícil esse governo. Eu acho que, olha, tudo bem, é o primeiro ano, talvez pensem assim, depois nós vamos ter três, quatro, dois anos para recuperar. Mas é isso. Eu quero fazer esse cartaz junto contigo, viu, vereador Lucas? Tenho certeza que a nossa bancada vai fazer esse cartaz de denunciar quem está a fim de terminar com o serviço público de qualidade, com os nonos anos e com a educação. Porque diz que agora é os nonos de 15 escolas, daqui a pouco vai ser mais, depois vai ser mais. Nós vamos voltar a ter só os anos iniciais? Só até o quinto ano em uma escola municipal? Então, nós vamos ficar acompanhando, e isso não vai ficar desse jeito. Respira, e vamos falar de outras coisas agora, porque é necessário também. Eu fiquei com a função, nós discutimos desde todos os problemas que deram aqui, mas nós já tínhamos feito essa comissão ainda em maio desse ano. Essa comissão foi em 2025, né? Eu peço para a gente passar ali, especialmente para quem está em casa conseguir acompanhar. Não dá para ver direito, porque é um fôlder, é um material que nós estamos fazendo, nós vamos distribuir, mas é uma comissão interna aqui da nossa Casa que visa trabalhar com um espaço mais acolhedor para todas as pessoas que trabalham na Câmara de Vereadores. Todos os vereadores, todas as vereadoras, assessores, assessoras, estagiários, os servidores, todo mundo que está aqui, a gente aprovou por unanimidade este plano de prevenção, de enfrentamento ao assédio, e a discriminação de gênero no meio do nosso plenário. Quando a gente fala assédio, a gente não está escolhendo, dizendo que é só de mulheres. O assédio pode acontecer sobre homens e sobre mulheres. Então, o plano é para prevenir o assédio, e caso ele ocorra a gente ter o devido encaminhamento. Claro, quando entra a política de gênero nós sabemos que... Inclusive, talvez até nessas discussões de CC tem um pouco isso, né, vereador Lucas? Quando se tira CC de forma aleatória. E não estou falando de mim, porque eu não tenho CC, não somos da base, mas o que tem acontecido aqui no governo. Então, esse plano tem essa questão de aplicar a todas essas pessoas, inclusive ao servidor, aos funcionários e funcionárias terceirizados da nossa Casa. Todas as pessoas que trabalham na Casa de Vereadores estão por esse plano aqui. Então, existe uma comissão que é composta das seguintes pessoas: a procuradora da PEM, que nesse ano sou eu, um servidor ou uma servidora, a assessora da PEM, que nesse ano é a Clarice de Freitas. Está ali na tela, né? Uma vereadora ou vereador da Câmara que é da ouvidoria, que neste ano é a vereadora Andressa Marques; um servidor de carreira ou servidora, esse ano aqui, foi indicada a servidora Vânia, que é da comunicação; e um de Cargo Comissionado, a servidora Jocelia Almeida que também está nessa Comissão. Nós temos o caminho da denúncia que é feito daquela forma que está na lei, mas o que que eu gostaria de comunicar aqui? Vou pedir para a vereadora Andressa distribuir um material para todo mundo. Peço uma Declaração de Líder, no momento oportuno, para a bancada do PT. Nós teremos este debate aqui, onde que eu mostro para câmera? Esse debate que vai ser feito na próxima, no dia 28. Às 14h00, para todas as pessoas que puderem e que quiserem participar.
PRESIDENTE LUCAS CAREGNATO (PT): Segue em Declaração de Líder a vereadora Rose Frigeri, da bancada do PT.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): É um debate sobre este tema: “Juntas e juntos por um Ambiente Melhor de Trabalho. ” A Vialana Salatino, vocês estão recebendo ali o currículo dela. Só um minutinho. Vereadora Andressa? Vereadora? Dá um... Ah tá. Eu queria ler, não é? Não vou ler tudo, porque daí o currículo da psicóloga Vialana Salatino, ele vai me tomar todo o tempo porque é um currículo extenso e maravilhoso. Mas ela trabalha, além de ser a coordenadora do Curso de Psicologia da UCS, no Campus das Hortênsias, ela é graduada em pós-graduação, doutora e mestre em educação e ela tem especialização em arte-terapia, em gerência empresarial, em sexualidade clínica e MBA em docência de ensino. E tem vários canais também, tem o canal do YouTube que fala sobre o universo feminino e é coautora do livro “Poderosas e Grandiosas”. Então, nós pedimos já, para a Câmara, através da direção, para já estar na intranet para que todos que quiserem conversar conosco, com a psicóloga Vialana, sobre esse tema tão importante do assédio no ambiente de trabalho, que faça isso na próxima terça-feira.
VEREADORA ANDRESSA MARQUES (PCdoB): Um aparte vereadora Rose.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Já lhe dou. É o dia do servidor e da servidora pública municipal. Então, nós não queremos só dar parabéns porque de novo, não é, não adianta a secretária vir aqui de manhã cedo dar parabéns, por exemplo, para as professoras, para os professores e às 11h00 do mesmo dia, essa bomba. Então, nós preferimos discutir já as bombas, não é? Então, vamos dar os parabéns aos colegas servidores, servidoras. Porque não é só a eles, fazendo um trabalho de qualidade como é feito, é a população que está beneficiária disso, que sai bem, é uma questão de cidadania. Então, nesse dia, nós vamos fazer esse debate, porque é importante para todas nós, para todos nós, nós não termos, nós não chegarmos aqui muitas vezes se arrastando porque o ambiente não está legal. Então, nós precisamos construir junto com as pessoas que trabalham conosco. Às vezes a gente, as pessoas que a gente mais tem contato são as pessoas do ambiente de trabalho. Quantas vezes a gente chega aqui de manhã cedo e às vezes vai até sabe-se que horas na Câmara ou em qualquer espaço de trabalho. Então, nós precisamos construir um espaço bom para todo mundo. Seu aparte, vereador Andressa.
VEREADORA ANDRESSA MARQUES (PCdoB): Vereadora Rose, parabenizar pelo tema trazido aqui para nossa sessão e dizer que a nossa Comissão tem trabalhado bastante, inclusive, na produção de materiais que vamos estar entregando para as equipes. E quando a gente fala da questão de assédio, de discriminação sobre os diferentes temas, eu falei isso numa outra oportunidade, mas repito aqui: nós não estamos dizendo que a Câmara reproduz apenas, esse tipo de coisa; nós estamos dizendo que a sociedade reproduz. E que, por vezes, as relações de trabalho elas podem ser nocivas às pessoas. Por posturas que ou se tem o conhecimento de que elas são prejudiciais ou não. Mas nós, a questão é que nós precisamos tratar. Quando nós somos vereadores e vereadores de uma cidade como Caxias do Sul, para que a gente possa dar o recado para a sociedade, nós temos que começar dentro da nossa Casa. Então, não adianta a gente falar sobre assédio, sobre relações de trabalho e de respeito para fora se a gente não faz isso aqui dentro. Então, essa iniciativa da comissão, a gente convida todos os vereadores e vereadoras, os servidores, todo mundo que trabalha na Casa, estagiários, enfim, para que a gente possa estar discutindo e pensando como fazer com que o ambiente da Câmara, por mais que nós tenhamos as nossas divergências, a gente não precisa se desrespeitar, né? A gente precisa manter o respeito e saber o que é certo, o que é errado e poder estar respeitando todo mundo, independente de qualquer coisa. Obrigada, vereadora Rose.
VEREADORA ROSE FRIGERI (PT): É isso. Então, a gente convida e pede, também, o apoio aos colegas, que estimulem as suas assessorias e os estagiários a participarem, porque, muitas vezes, a gente não tem noção do que é aquele assunto ou a gente tem uma noção diferente. E é importante ver pessoas especialistas, ouvir pessoas especialistas. Eu não canso de dizer que nós estamos sempre aprendendo. Eu acho que foi na segunda de manhã que eu participei de uma rede de conversas sobre a conscientização do climatério, que é uma lei que eu fiz o ano passado e nós estamos trabalhando isso nesses dias aqui. E eu aprendi muito. Porque, às vezes, a gente tem uma visão das coisas, uma visão, às vezes, até de não ir ao assunto, não querer saber, “porque isso não me interessa”, e quando a gente vê não é bem assim. Então, é importante. Como a vereadora Andressa colocou, nós temos muitas divergências. Na PEM, nós somos sete vereadoras com muitas divergências políticas, ideológicas. Agora, nem por isso a gente não quer que o ambiente da Câmara, que o ambiente de... Isso aqui é uma questão unânime na PEM. Essa questão da importância da gente ter um ambiente bom de trabalho, e tenho certeza que os colegas também querem. Não é porque a gente se discorda, aqui, que a gente pensa diferente ou porque a gente tem pessoas abaixo de nós, que a gente vai mandar e não ter um ambiente bom para trabalhar, né? Então, todo mundo, todo mundo precisa de respeito, e esse é o nosso objetivo, então, convidando as pessoas. Nós vamos passar nos setores, as sete vereadoras, quem puder, hoje, entre as 15 e as 17 horas, nós passaremos nos setores divulgando essa atividade, entregando material, porque nós precisamos que o nosso ambiente de trabalho seja um ambiente bom. Não adianta a gente fazer falar de saúde mental nas escolas, de saúde mental nas UBS, de saúde mental nos outros espaços, se nós, aqui, também não temos um bom espaço para tratarmos a nossa saúde física e mental. Obrigada.