VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Bom dia, novamente, especialmente agora a quem nos acompanha, mas aos colegas, à Mesa. Eu acho que a gente tem aquela velha história, trabalhei muito tempo com formação, né, que tu leva a mala, mas às vezes muda o tempo, e tu têm que trocar toda a roupa. Então, hoje eu estou mais ou menos assim. Acho que é a terceira vez que eu tenho que mudar o que eu vou falar aqui, no Grande Expediente. Mas eu vou tentar falar de diversos assuntos. Uma, vereador Fantinel, preciso falar agora, estava sendo solidária com a sua questão da viagem à Brasília. Eu acho que, enfim, já passei por isso, inclusive recentemente aqui nesta Casa, também já estive com a minha assessora em duas viagens, que pagou toda a sua passagem, enfim. Uma demorou tanto para liberar para o Rio de Janeiro, que ela pagou R$ 4 mil. Ficou quase um ano pagando. Porque a Mesa aqui, não liberava a minha ida. Então, várias situações que às vezes, a gente como Câmara, vereadores, vereadoras, jogam as coisas lá fora e não sabem exatamente como funcionam. Mas eu preciso dizer que toda generalização, ela traz consigo uma injustiça. Então, vereador, quando tu dizes assim: “Ah, esses servidores, porque eles falaram, eles falaram.” Talvez foi um, foram dois, foram alguns, foram bastante. Agora, quanto que é a categoria? Nós não podemos generalizar uma categoria de várias pessoas, como foi colocada aqui, e dizer que todos são assim. E independente disso, não dá para jogar fora todo o trabalho que os servidores, que as servidoras fazem, tanto no Executivo, aqui no Legislativo, enfim, porque tem problemas com CCs. Eu também não sou daquelas que acho que tem que endemonizar CC, porque o CC é cabide de emprego, isso e aquilo. Eu acho que para tudo tem uma lógica. Ontem de noite, nós estávamos aqui, conversando com estudantes do direito do curso da Uniftec, e foi comentado, foi apresentado que a Câmara de Vereadores tem 113, se não me engano, cargos comissionados, e 31 servidores. Mas o que acontece? Eu duvido que alguém em sã consciência, diga que um vereador de Caxias do Sul, que este ano passou a ter três assessores, porque até então tinha dois a vida inteira, em uma cidade do tamanho que é, uma Câmara do tamanho que é, acha que isso é um exagero. Só que temos poucos servidores. Eu fiquei satisfeita de saber que parece que iniciou ano passado, enfim, e que, este ano, vai ter um concurso para servidores da Câmara. Então, não é que tenhamos muitos CCs na Câmara, temos poucos servidores. Com o tempo, isso será corrigido, provavelmente. Claro que quando se nomeia assessor simplesmente para acomodação, e isso acontece, e acontece aqui no Executivo muitas vezes, a gente sempre vai denunciar e vai dizer que não é isso que é bom para a máquina pública, porque o trabalho do servidor sempre é muito mais... São funções completamente diferentes. Eu já fui CC em outros momentos e ouvia sempre isso. Até hoje você ouve, assim, que parece que o CC tem que fazer tudo, porque é um prêmio, é um presente, como se não trabalhasse. Que fique bem claro, CC não tem horário, não tem dia. Então, não é bem assim. Agora, a gente sabe, como tem alguns que acabam sendo feitos só para dar cargo, isso e aquilo, e não estou falando só agora, não estou falando só de Caxias, estou falando de um modo geral, acaba se criticando a nomeação de cargos de confiança. Então, acho que esse é um debate que tem que ser diferenciado. Não dá para botar todo servidor...
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PL): Um aparte, se possível.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Que eu vou valorizar aqui como que toca a máquina pública, que precisa ser valorizado, que fez aquela paralisação e que deveria ter recebido mais do que foi oferecido, e só recuou porque teve ameaça. A mesma ameaça que foi... Aliás, nem teve ameaça. Foi um acordo que foi descumprido pelo prefeito, que era esta fala que eu ia, e talvez eu consiga ainda falar hoje, que está aqui preparada, e que eu não vou poder falar, mas que era sobre a educação infantil. Porque o que aconteceu esta semana com a educação infantil, e agora falando de educação e de servidores, foi inadmissível. Mas, enfim, pelo jeito eu vou ter que deixar para um outro momento. Mas eu retomarei esse assunto aqui na Casa, com certeza. Seu aparte, vereador, também não muito longo, porque eu estou...
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PL): Sim. Obrigado, vereadora Rose. Eu concordo com a senhora plenamente, tanto que eu quero dizer para a senhora que a senhora sabe que, semana passada, aqui neste mesmo local, aqui, eu parabenizei uma servidora da Superprefeitura de Fazenda Souza pelo excelente serviço. Também tem mais, uma coisa que eu fiquei um pouquinho triste foi porque, depois que o vereador-presidente Lucas pediu para nós assinarmos aquele documento para que o dinheiro da Câmara vá para ajudar os servidores no final do ano, aí saiu na mídia que a gente tinha assinado esse documento, todos os vereadores, eu também assinei, para que esse dinheiro fosse para eles, aí, o que veio nos comentários embaixo? Basta vocês irem lá olhar: “Até que enfim fizeram alguma coisa.” Então é triste, né? Então, a gente tem que se respeitar, né? Entende?
VEREADOR CLAUDIO LIBARDI (PCdoB): Vou lhe pedir um aparte, vereadora Rose.
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PL): Por isso que a gente fica chateado. Um abraço. Obrigado.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Pois é, vereador. O problema é que a Câmara, e aí eu vou ter que falar, aprovou uma Reforma da Previdência cruel para os servidores. Então, não tem como a gente... Como eu estou dizendo, toda generalização traz injustiças para o lado que for. Agora, qual é o problema? Servidores, vamos ter que repetir aqui, aposentados... Naquela época, eu fui à casa de duas senhoras pensionistas beirando os 80 anos, e elas me perguntaram: “Mas a gente também vai ter que... Vai diminuir o nosso salário?” Por Deus, eu não sou uma pessoa de não ter coragem, mas eu falei assim para as duas, duas casas diferentes lá em Forqueta: “Ai, eu vou dar uma pesquisada direitinho, depois eu mando um Whats para a sua filha.” Porque eu fiquei sem coragem de dizer que sim, elas, uma com 78, outra com 80 anos, iam, sim, ter seu salário diminuído. Quando a gente sabe que o salário de pensionista ali, de anos, acho que o marido um trabalhava na Obras, uma coisa assim, já não é aquilo que se pensa. Então, foi muito cruel tudo que aconteceu na Reforma da Previdência aqui, naquele ano. Então isso, as pessoas, o servidor e a servidora estão sentindo no bolso. Então, esta raiva ou esta coisa, às vezes vem nesses momentos em função disso. Seu aparte, vereador Libardi.
VEREADOR CLAUDIO LIBARDI (PCdoB): Obrigado pela gentileza. Eu acredito que tem uma saída só: Se tem alguém imputando um crime ou conduta adversa, nós temos que tomar uma atitude de ingressar judicialmente e não generalizar. Eu entendo a sua revolta, vereador Sandro Fantinel, e eu aqui talvez seja o mais revoltado com condutas que me imputam. Eu tenho mãe, tenho companheira, tenho família, e eu não aceito em nenhum momento que me imputem conduta adversa. Então, o senhor tem que pegar e processar um por vez que lhe atacou. Porque, aqui, o que eu falo, e aqui falo com o respeito que eu tenho pelo senhor, o senhor cria um passivo para o senhor e para todos nós. Porque, depois da sua fala, vamos ter que ouvir durante uma semana que nós estamos separando CCs que trabalham um monte dos servidores que também trabalham. Tem exceções? Tem exceções. Que respondam PADs, que sejam exonerados. Da nossa parte, não tem nenhum prejuízo. Agora, com o que nós temos que tomar cuidado é que a quem nos imputa conduta adversa nós temos que imputar o processo, e não a todos aqueles. Porque senão nós acabamos generalizando. E, aqui, infelizmente, embora nós queiramos ser bodoque, nós todos somos vidraça, como bem trata o vereador Edson da Rosa. Obrigado.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Pois é. Então, é isso. Eu acho que a gente tem que começar a ser exemplar. Vou aproveitar essa sua fala, vereador Libardi, para pedir desculpa, aqui, para quem estava acompanhando a sessão semana passada. Não lembro o dia. Que eu, geralmente eu não faço isso, acabei falando fora do meu momento, enfim, e teve que ser interrompida a sessão. Vou pedir desculpas, porque eu acho que isso não é atitude. Mas, às vezes, a gente realmente é humano também. Mas quando eu fui atacada por um vereador aqui, que estava fazendo turismo. Que, aliás, era a minha segunda pauta aqui. Está aqui, era a minha segunda pauta de hoje a prestação de contas também da minha ida, de ônibus, viajei uma noite, voltei na outra noite, de ônibus para Florianópolis, para participar do II Encontro de Escolas do Legislativo e de Contas da Região Sul, que também ia apresenta hoje. Fui atacada aqui, não só dessa viagem como de outra. Um dia vou ter a oportunidade. Fui para Maricá, fui a um evento de economia solidária, que eu trabalho esse tema aqui, e é a capital da economia solidária. Quero dizer, aqui, que eu só fui dia 16 de dezembro, porque a abertura era naquele dia e, até dia 15, nós estávamos com sessão, e eu não quis faltar. (Esgotado o tempo regimental.) Uma Declaração de Líder.
PRESIDENTE LUCAS CAREGNATO (PT): Segue em Declaração de Líder, da bancada do PT, vereadora Rose Frigeri.
VEREADORA ROSELAINE FRIGERI (PT): Fui. Minha assessora foi com o seu dinheiro. Como já tinha fechado, enfim, o prazo ali das contas, fui sem valor de transporte interno. Que só de chegar, do Rio de Janeiro até Maricá, dei um Uber de R$ 300, tirado da minha diária, que ainda eu dividi coisas com a minha assessoria. Voltei no dia 19, dia 20, porque a gente fez roteiro de várias coisas lá. Prestei contas aqui, e fui acusada de querer passar o Natal no Rio de Janeiro com dinheiro público. Aí não dá para a gente não perder a estribeira, né? Então, o vereador Libardi coloca essas coisas quando lhe imputam alguma coisa, porque isso é grave. Eu usar dinheiro público para outras coisas é grave, e foi dito aqui, na sessão, ao vivo. Então, isso realmente a gente precisa acabar. Porque o que está certo, está certo; o que está errado, está errado. Eu posso ter todas as divergências com o vereador Fantinel, e tenho, na política. Agora, isso não significa que, depois de um dia de trabalho, um vereador ou uma vereadora não possa tirar uma foto em um bar, em uma lancheria ou em um restaurante. Eu acho, assim, isso sério. Eu sei que muita gente pensa “é melhor não...”. Eu nem tinha sido eleita. Aliás, eu tinha sido eleita, nem tinha assumido, eu fui aqui em um negócio mexicano, nós fomos brindar, as minhas amigas disseram: “Não, não pode brindar com isso aí, porque agora tu vai ser vereadora.” Eu: “Ah, pelo amor de Deus, né, gente?” Então, tem coisas que eu acho que não dá para a gente levar tão a fundo assim, né? E aqui está falando uma pessoa que não gosta de vinho, tá? Por incrível que pareça. Bom, gente, eu preciso falar pelo menos de um assunto que está no jornal de hoje, que é o município de Vacaria abre uma casa de passagem em função da chegada do frio e de ter possibilidade de cinco graus. Hoje de manhã, nós estávamos com isso, se não menos aqui em Caxias. Vacaria tem 176 pessoas em situação de rua. Caxias do Sul passa das mil. Ontem, a vereadora Andressa Marques comentou da nossa ida, enquanto Frente Parlamentar em Defesa da População em Situação de Rua, lá na casa que vai se chamar núcleo... Agora esqueci. Solidário. Esqueci o nome, mas que está sendo... Esse espaço foi apresentado pelo Sirena, presidente da Fundação Caxias, em uma das reuniões. Em várias reuniões, ele expressava esse desejo do Comitê PopRua, que funcionou no ano de 2023 e que, em 2024, começou a ser esvaziado por situações, aqui, que eu já coloquei. Foi desmanchado muita coisa do serviço da população em situação de rua pela FAS do ano passado para cá. O Comitê foi praticamente esvaziado, não existe mais. Vereador Tenente Cristiano, o senhor foi indicado para ser o representante pela Comissão de Direitos Humanos nesse Comitê, e eu sou a suplente. Mas você, desde que o senhor foi indicado, teve alguma reunião? Não. Porque ele não tem sido mais chamado. E o Sirena sempre colocou essa vontade de conseguir um espaço para receber pessoas em situação de rua. E realmente ele conseguiu esse espaço, está com umas ideias, ainda não iniciou, muito boas. Nós conversamos lá. Nenhum dos vereadores que estavam lá... O vereador Calebe e a vereadora Andressa são testemunhas da vontade do Sirena de querer acertar em muitas coisas. Nós conversamos sobre todos os assuntos. Mas parece que isso aí não é bem o que nós achávamos que ia acontecer. Primeiro ia ser uma OSC, uma Organização da Sociedade Civil. Conversando com o presidente da FAS, eu acabei descobrindo, nós acabamos descobrindo que a Casa Carlos Miguel, que hoje atende 40 pessoas no Fátima, vai ir para esse espaço. Portanto, já não é mais uma Organização da Sociedade Civil; é no mínimo uma junção de duas coisas. Também está sendo dito que lá vai ter 100 vagas. Claro que nós temos que descontar essas 40 que já têm hoje. Então, serão 60 vagas. Só o que é a minha fala aqui? Com o que nós estamos muito preocupados? Pela lei nacional, qualquer espaço para a população em situação de rua deve atender no máximo 50 pessoas, em quartos, em espaço de quatro por quatro. Lá vai ser um espaço com várias, todas as pessoas juntas. Mas isso não seria problema, se não for um espaço da própria prefeitura. Mas está sendo, está sendo uma mistura, porque a prefeitura vai dar acho que, este ano, três milhões para aquele funcionamento, e depois vai ter que dar mais, porque, claro, tem um serviço seu, porque está deixando de pagar aluguel. Outro dia o vereador Claudio Libardi apresentou aqui a questão dos aluguéis. Está deixando de pagar aluguel, está indo lá. Beleza, está economizando. Então, a FAS tem que contribuir. Só que eu venho cobrar aqui, essa casa vai ser aberta, o próprio Sirena fala, não vai ser inaugurada, porque falta muita coisa. Mas ela vai já ser aberta no dia 6 de junho, agora. Mas eu quero dizer para a FAS e para a Prefeitura que, até o dia 6 de junho, falta algum tempo, está muito frio, e a FAS tem que fazer alguma coisa. Porque é o seguinte, se é uma iniciativa de empresários, da fundação, da CIC, isso não tira responsabilização do poder público em trabalhar com isso. Aí também, quantos técnicos, quantas técnicas vão ter para atender 100 pessoas em uma única casa? Isso é muito grande, é inovador. Pode dar certo, e eu torço muito que dê, porque a ideia é impressionante, porque vai ter jantar, vai ter almoço, vai ter pouso e vai ter muitas oficinas, que é o mais importante. Oficinas que vão ensinar essas pessoas a trabalharem, depois serem inseridas no mercado de trabalho e, com o tempo, poderem ter sua própria casa, pagar seu aluguel, enfim, resgatar sua dignidade. Aquelas pessoas que vão para a rua e que... Não é o inverso, a pessoa é viciada, enfim, e ela vai para a rua. Geralmente é o contrário. Ela vai para a rua e aí ela faz uso de drogas. Esses dias... Esses dias não, já faz muito tempo, eu falei com um menino, que deve estar um adulto agora, eu disse: “Mas por que tu estás cheirando cola?” Cola de sapateiro. Ele falou para mim: “É a única forma de eu aguentar a fome e o frio de viver na rua.” O guri devia ter uns 12, 13 anos. Então, as pessoas, às vezes, são levadas a isso. O que foi nos dito? Que já tem acordo para levar essas pessoas para tratamento, tanto do alcoolismo como da drogadição. Então, é uma proposta muito boa. Mas eu quero que a FAS assuma. E antes, isto: também foi nos dito que era a Tere, que todo mundo conhece a Tere. A Tere, aqui, ela fez... (Manifestação sem uso do microfone) É, a mãe Tere. Mas a Tere da Pastoral, da população de situação de rua e tal. A Tere ia ser quem ia administrar junto o espaço. Agora está com o Mão Amiga. Tudo bem, mas nós não entendemos muito bem essas tramitações que aconteceram, mas isso nós vamos aprofundar. O que eu quero perguntar é se esse espaço, que a maioria dele é feito pela sociedade civil, a FAS vai dizer: “Não, já vai ter a inauguração daquela casa”. Por quê? O Poder Público não está inaugurando nada novo, só está transferindo uma casa que tem no Fátima para ali. O prefeito vive dizendo que tem que estimular que essas pessoas vão para as casas. Eu disse um dia para o prefeito: “Mas, prefeito, se todo mundo que tiver na rua, quiser, realmente, ir para as casas, não vai ter vaga”. Aí ele disse: “Não, mas daí a gente compra e tal”. Então, não existe. Eu quero pedir aqui, vereador Daniel, é frio, vai ter gente que acaba morrendo. Ontem de noite estava um horror, eu saí, aqui da Câmara, sei lá, quase 10 horas, estava insuportável na rua. A temperatura está prometendo baixar, ficar ainda pior. O que vai ser feito com essas pessoas que estão? Não dá para dar cobertor, não dá para dar comida, porque isso “incentiva que fiquem na rua”. Isso não é a minha fala, é a fala, inclusive, do prefeito municipal. O que vai ser feito, então, para as pessoas? Deixar elas morrerem de fome ou de frio? Então, isso é importante e necessário, porque dia 6 está muito longe. E mesmo que seja mais 60 vagas, 20 mulheres, é pouco! Independente desta Casa, o município precisa fazer a sua parte. Obrigada.