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Ex-funcionários da Voges pedem ajuda da Câmara para intermediar nas rescisões trabalhistas

O operador de máquina Vatterson Bittencourt se manifestou na tribuna da Casa e disse que os trabalhadores não teriam recebido direitos


Ex-funcionários do Grupo Voges solicitam auxílio da Câmara Municipal para intermediar na busca das rescisões trabalhistas. Durante a sessão ordinária desta quarta-feira (09/07), sob a concordância dos líderes de bancada, a Casa abriu espaço para o operador de máquina Vatterson Bittencourt se manifestar da tribuna. Outros metalúrgicos, também demitidos pela empresa, assistiram ao pronunciamento do colega no plenário do Legislativo.

Vatterson relatou que, em junho, cerca de 180 pessoas foram demitidas e a empresa alegaria não ter condições de pagar os direitos trabalhistas. "Pedimos que os vereadores nos apoiem de alguma forma porque estamos com dificuldades para pagar nossas contas. Inclusive alguns ex-funcionários que tinham a pensão alimentícia dos filhos descontadas de seu salário foram comunicados por oficiais de Justiça que o valor não estava sendo repassado aos familiares", relatou.

Vatterson informou que alguns trabalhadores acionaram a empresa na Justiça, porém os processos ficam parados. De acordo com o ex-funcionário, o sindicato da categoria também não estaria dando o apoio necessário.

Solidário à reivindicação dos trabalhadores, o vereador Zoraido Silva/PTB acredita que o caso deve ser levado à Defensoria Pública e ao Ministério do Trabalho. "Como pode a pessoa trabalhar e não receber direito algum? É um absurdo. Os direitos são sagrados e as pessoas precisam dos recursos para pagar o alimento, a conta da luz. Deixo o meu repúdio a atitudes como essa", frisou, lembrando que a legislação trabalhista é feita justamente para amparar os cidadãos.

O parlamentar Jaison Barbosa/PDT sugeriu aos integrantes da Comissão dos Direitos Humanos, Cidadania e Segurança (CDHCS) e da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário (CDEFCO) conversarem com o presidente do Grupo Voges, empresário Osvaldo Voges, para buscar soluções. Jaison também propôs convidar algum representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego para participar do encontro. O pedetista ainda cumprimentou a plateia e a Casa, que permitiu a manifestação dos trabalhadores.

A presidente da CDHCS, vereadora Denise Pessôa/PT, disse que já tinha conversado com ex-funcionários, durante um ato recente que ocorreu no Complexo da Maesa. Alguns já tinham pedido auxilio à comissão. "Essas pessoas têm de ter seus direitos garantidos. Trabalharam e merecem o seu salário. Não é um favor, é o justo", considerou. A parlamentar avalia como um bom encaminhamento agendar uma conversa com a direção da empresa.

O vereador Henrique Silva/PCdoB também se colocou em defesa dos trabalhadores. Na opinião do parlamentar, o pedido de recuperação judicial feito pela empresa no ano passado acabou prejudicando os ex-funcionários na questão do pagamento de seus direitos. "Quando se entrou na Justiça, foi tudo caso pensado. A tal da recuperação que a Justiça estabeleceu num prazo de dois anos para fazer os pagamentos não observou a questão dos trabalhadores. A Justiça, que concedeu a recuperação, é a mesma que permite não ter o depósito no Fundo de Garantia (por Tempo de Serviço). Como a empresa está em recuperação, não precisa depositar", afirmou Henrique.

Na opinião do vereador Pedro Incerti/PDT, é necessário dar prioridade às famílias dos demitidos. O pedetista lembrou que dois aumentos tendem a prejudicar ainda mais esses trabalhadores e a população em geral. "Houve um reajuste de 23% na energia elétrica e outro de 10% nos planos de saúde. Esses aumentos refletem na vida do cidadão", lamentou. Incerti aproveitou seu espaço na sessão para destacar algumas obras de infraestrutura feitas pela administração municipal.

Sob a ótica do parlamentar Daniel Guerra/PRB, não ter os direitos trabalhistas assegurados é uma afronta à cidadania. "Vemos a angústia no rosto dos trabalhadores. Esse assunto vem sendo abordado há meses. Aí, pergunto, onde está o Sindicato dos Metalúrgicos, que não conseguiu uma solução efetiva", questionou. 

Diante do desemprego vivido por alguns trabalhadores da Voges, o petebista Flávio Soares Dias demonstrou-se preocupado com a situação das empresas. Segundo ele, vários pequenos negócios fecharam suas portas e alguns de médio porte estariam enfrentando dificuldades. "Não tem tanto emprego assim em Caxias. Tive empresa por muitos anos e sei o aperto pelo qual o empresário passa. A última empresa em que trabalhei como empregado faliu há cinco anos. Até hoje há trabalhadores que não receberam o acerto. Vejo que todos merecem confiança, tanto empregados quanto empresários", frisou.

De acordo com o vereador Mauro Pereira/PMDB, nem sempre os políticos conseguem acompanhar o que ocorre com as indústrias. "Ficamos sabendo depois, quando as coisas já estão acontecendo", ressaltou. Em relação aos ex-funcionários da Voges, o peemedebista sugeriu até mesmo fazer uma rifa ou um jantar para arrecadar fundos e ajudá-los.

09/07/2014 - 20:04
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861

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