Um debate sobre a situação financeira do IPAM Saúde (plano de saúde dos servidores públicos municipais) foi promovido na tarde desta sexta-feira (23/05), no plenário do Legislativo caxiense, por iniciativa da Comissão de Desenvolvimento Econômico, presidida pelo vereador Guila Sebben/PP. Alguns dos cerca de 90 funcionários presentes trouxeram à tona insatisfações diante dos déficits financeiros do plano. O presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Caxias do Sul (Sindiserv), João Dorlan, enfatizou contrariedade à suposta necessidade de elevação, na alíquota mensal cobrada dos inscritos no IPAM Saúde. Hoje, o desconto, nos vencimentos, é de 6% para o individual e de 7,7% para o familiar.

Há quase um mês no cargo, a presidente do Instituto de Previdência e Assistência Municipal (IPAM), Cezira Hockele, não descartou a possibilidade de aumento da alíquota. Ressaltou, no entanto, que o assunto estará entre as pautas a serem debatidas com os servidores conveniados ao plano, na assembleia sobre o IPAM Saúde. A reunião acontecerá a partir das 18h30 da próxima sexta-feira, na Universidade de Caxias do Sul (UCS).

A presidente do IPAM destacou que a prioridade, na gestão do instituto, será licitar programas para informatizar o atendimento. Admitiu a defasagem do modelo vigente de autorizações, para exames médicos, pelo qual o servidor tem que se dirigir até a sede do órgão, a fim de buscar um documento impresso. Salientou que as solicitações deverão passar para o formato online, ou seja, via internet.

Cezira também tratou da situação contábil do IPAM Saúde. Afirmou que, em 2013, obteve superávit de R$ 2,964 milhões. O balanço, exibido por servidores do setor financeiro da instituição, apontou para resultados instáveis, de déficits acumulados, em anos anteriores. A presidente disse que ainda não há um valor consolidado do montante deficitário. As estatísticas evidenciaram que, de 2002 a 2007, o passivo médio de cada ano ficou na ordem de R$ 3 milhões. Em 2012, as contas alcançaram um saldo negativo de R$ 4,9 milhões.

Em seguida, o presidente do Sindiserv, além das críticas à suposta elevação daquela alíquota, atentou que o IPAM Saúde precisa de maior sustentação, na gestão orçamentária. Segundo Dorlan, a situação teria sido criada em 2002, quando ocorreram alterações na administração financeira do plano. "O quadro carece de clínicos gerais e pediatras. Com isso, os beneficiários são encaminhados a outros profissionais, tornando o custo final mais oneroso para o próprio IPAM", observou.

O presidente do Sindiserv advertiu que o plano deveria contemplar ações preventivas de saúde, como pilates e quiropraxia. A seu ver, os procedimentos ajudam a evitar complicações futuras que acarretem cirurgias e colocação de próteses. Dorlan ainda pediu maior atenção para com o gerenciamento da Farmácia do IPAM. Para ele, mesmo com o desconto de 25%, na maior parte dos medicamentos, o servidor não consegue preços mais baratos do que os praticados em outras drogarias.

Os vereadores Jaison Barbosa/PDT e Mauro Pereira/PMDB manifestaram-se em apoio ao debate, para qualificar os serviços do IPAM Saúde. Também prestigiaram a reunião os vereadores Denise Pessôa/PT, Henrique Silva/PC do B, Raimundo Bampi/PSB.

Além do vereador-presidente Guila Sebben/PP, integram a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário os vereadores Flávio Cassina/PTB, Henrique Silva/PC do B, Jaison Barbosa/PDT e Raimundo Bampi/PSB.