A atual situação do setor vitícola foi pautada pelo vereador Raimundo Bampi/PSB, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (14/08). O socialista relatou preocupação para com a crise enfrentada pelos produtores de uva, que, segundo ele, ainda não receberam o pagamento pela produção da safra deste ano, que terminou há cinco meses.

Ele comentou sobre a premiação do concurso Melhores Vinhos e Sucos de Uva, realizada na última quarta-feira, pela Secretaria Municipal da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Afirmou que, apesar desse incentivo, por parte do governo municipal, a situação do setor vitícola enfrenta dificuldades desde antes do início da colheita.

Bampi considerou que, durante a negociação do preço da uva, em janeiro passado, o setor empresarial impôs as suas vontades. "Houve agricultores que esperaram mais de 50 horas, em frente às empresas, com suas cargas de uva, até serem atendidos. Muitas vezes, isso foi planejado pelas empresas, a fim de diminuir o grau glucométrico (nível de glicose na fruta) e, assim, obter mais vantagens e maiores lucros", reclamou. Conforme ele, o preço médio do quilo da uva se encontra em R$ 0,57.

Entre os motivos da crise, o parlamentar elencou a diminuição do consumo de vinho, a carga tributária imposta na bebida de procedência nacional e a falta de fiscalização. Mencionou que a Lei Seca, que impõe limites à quantidade de álcool consumida por motoristas, acabou ocasionando diminuição no consumo de vinho, mesmo que, na sua opinião, os apreciadores da bebida a utilizem de forma consciente. Citou que a carga tributária para vinhos estrangeiros chegou a 9%, enquanto que alcançou até 43% para os nacionais.

O parlamentar enalteceu que a fruta levou o nome de Caxias do Sul para todo o país, através da tradicional Festa da Uva. Para ele, é urgente que sejam tomadas medidas para a remuneração adequada do viticultor, e não apenas da indústria, a fim de sanar a crise e manter a produção adequada.