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Raquel Ely comove o público ao se tornar Cidadã Caxiense

A honraria que partiu da Mesa Diretora foi entregue à professora em sessão solene desta terça-feira (02/04), Dia Mundial da Conscientização do Autismo, causa pela qual a homenageada atua


Aplaudida de pé pela plateia que compareceu ao Legislativo caxiense, nesta terça-feira (02/04), a professora Raquel Ely tornou-se a mais recente Cidadã Caxiense. A distinção recebeu o aval de todos os parlamentares da Casa e nasceu de uma proposta da Mesa Diretora deste ano, formada pelos vereadores Marisol Santos/PSDB (presidente), Adriano Bressan/PRD (1º vice), Renato Oliveira/PCdoB (2º vice), Felipe Gremelmaier/MDB (1º secretário) e Zé Dambrós/PSB (2º secretário). 

A cerimônia foi conduzida pela presidente Marisol, que também se manifestou pela Câmara na tribuna, lembrando que hoje, 2 de abril, é o Dia Mundial da Conscientização do Autismo, causa pela qual a homenageada atua e que a faz ser reconhecida pela comunidade.  A parlamentar mencionou a trajetória de Raquel. Ressaltou os cuidados da docente para com a filha Sophia, diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e que a motivou a criar o Instituto Movimento Unidos pelo Autismo (UniTEA), do qual é presidente, e abraçar outras mães que vivenciam essa dedicação.

Marisol destacou, principalmente, que a educadora lhe cativa e emociona porque dividem interesses comuns, como a luta por um mundo melhor, pela educação e pela inclusão. “Inspiração talvez seja a palavra que mais descreve a Raquel para mim. Ela tem se saído bem em todos os seus propósitos de vida”, avalia a vereadora, valorizando a capacidade da homenageada de compartilhar conhecimentos e se mobilizar pela conscientização em relação ao autismo.

O título de Cidadão Caxiense é um reconhecimento concedido a pessoas que nascem em outras cidades, mas adotam Caxias para viver e aqui passam a prestar relevantes serviços à população. No caso de Raquel Ely, é natural de São Leopoldo/RS e veio para Caxias do Sul em 2006. Pela honraria recebida pela Câmara, se disse muito agradecida, mencionando, especialmente, as vereadoras Marisol Santos/PSDB e Tatiane Frizzo/PSDB, por acompanharem de perto as demandas de quem é diagnosticado com TEA e suas famílias.

Tanto a presidente Marisol quanto Tatiane estiveram na mesa de autoridades, nesta noite, ao lado do 2º secretário da Mesa Diretora, parlamentar Zé Dambrós/PSB, e da vice-prefeita de Caxias do Sul, Paula Ioris/PSDB.

Raquel Ely expressou gratidão à família, à equipe que lhe auxilia no UniTEA e às empresas e aos profissionais apoiadores do instituto, que possui cerca de 450 famílias cadastradas. Afirmou não saber se merece a distinção, mas que tudo o que busca fazer através da educação é exercer a cidadania. Nesse momento, emocionou-se e emocionou a plateia ao recordar dos obstáculos que enfrentou na infância para se expressar e se socializar. Começou a falar aos sete anos e a dar os primeiros sinais de interação com os colegas na escola aos 11 anos. “Me reconheço, hoje, uma pessoa autista, com exame genético feito. E aproveito este momento para dizer a meus conterrâneos autistas de nível de suporte 1, e não estou romantizando o autismo, porque existem de nível 2 e 3, e minha filha é um exemplo disso, podemos fazer coisas legais. Não desistam”, estimula Raquel.

Na sua opinião, a conscientização é palavra-chave no que se refere à inserção do autismo no dia a dia das pessoas. Através da consciência, se amplia a tendência de diminuir a discriminação. “Qual mãe nunca se deparou com preconceito? Ele permeia nossas vidas, o cotidiano, e causa uma dor profunda a quem o vivencia. Se não fosse o preconceito, não precisaríamos lutar pela inclusão”, observa. Raquel pediu a ajuda das pessoas para promover a dignidade e o respeito, pois, para ela, a inclusão começa pelo respeito.  Disse que a luta dos autistas precisa de recursos financeiros, mas não só. Segundo a docente, precisa de formação continuada a profissionais da saúde e da educação, de emprego, de dignidade, de amor.

A vice-prefeita Paula Ioris saudou Raquel e sua família e agradeceu pela diferença que a professora faz na sociedade. Pontuou o trabalho do UniTEA e listou ações que o município vem realizando pela inclusão e para valorizar as potencialidades de quem é diagnosticado com TEA.

Veja também a reportagem da TV Câmara Caxias:

CONHEÇA MAIS SOBRE A HOMENAGEADA:
   - Raquel Ely nasceu em 6 de setembro de 1975, na cidade de São Leopoldo/RS. É casada com Daniel Ely e é mãe de Gabriel, Samuel e Sophia Ely. Veio para Caxias do Sul em 2006, em busca de oportunidades de emprego e melhor qualidade de vida. Ela é entusiasta da educação desde pequena, tendo seus professores como suas referências pessoais. Quando jovem, foi estudante de Letras na Universidade do Vale do Rio Sinos (Unisinos).

- A homenageada concluiu sua graduação na Universidade de Caxias do Sul (UCS), em 2008, e foi docente em escolas públicas da região. Em 2009, Raquel e sua família foram morar na cidade de Rosário, na Argentina, onde permaneceram por três anos.

- Meses depois, Raquel mudou-se com o marido e os filhos para o Alabama, nos Estados Unidos, onde a filha Sophia foi diagnosticada com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A família recebeu acolhimento e treinamento para intervenção domiciliar dos terapeutas do programa do governo americano “Early intervation, a step ahead”, levando orientações e um guia para estimulação, por meio de atividades cotidianas realizadas na Clínica do Autismo da Universidade de Birmingham.

- Anos depois, o material deu origem ao Instituto Movimento Unidos pelo Autismo (UniTEA). Com o aumento da demanda, Raquel viu a necessidade de especializar-se em neurociências para aprofundar as discussões que ocorriam em seus grupos. Em 2016, criou o primeiro curso de extensão sobre Autismo para a UCS e, em 2018, foi a ministrante do segundo curso.

- Em 2018, a docente fundou o UniTEA e, juntamente com a UCS, idealizou o I Seminário sobre Autismo da Serra Gaúcha. Hoje, o Instituto UniTEA, presidido por Raquel, continua seguindo o propósito vinculado à educação, com atendimento a aproximadamente 450 famílias, por profissionais contratados em seus programas, como: TEAjudar – entrega de cestas básicas a famílias em vulnerabilidade; TEAcolher – grupos de familiares atendidos por assistente social e psicólogos; TEAbilitar – formação e desenvolvimento de habilidades de jovens com TEA para o mercado de trabalho; TEAtualizar – implementação de cursos e treinamentos sobre manejo para profissionais de saúde, educação e empresas.

- Além disso, a instituição promove seminários e outros eventos vinculados ao tema para a conscientização e promoção da inclusão do autista em todos os âmbitos sociais, como, por exemplo, a Primeira Caminhada pelo Autismo.

Íntegra da Sessão Solene:

 

02/04/2024 - 22:25
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861

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