Voltar para a tela anterior.

Dia Municipal das Mulheres Trabalhadoras está em discussão no Legislativo

Texto da parlamentar Rose Frigeri/PT, a partir de proposta da estudante Isadora de Oliveira Brando, que participou de Programa Vereador Por Um Dia 2023, voltará a plenário para votação final


Incluir no Calendário Oficial de Eventos de Caxias do Sul o Dia Municipal das Mulheres Trabalhadoras é a pretensão do projeto de lei (PL) 162/2023, protocolado na Casa pela vereadora Rose Frigeri/PT, a partir da proposta da estudante Isadora de Oliveira Brando, que participou de Programa Vereador Por Um Dia 2023. O texto estabelece o dia 22 de julho para a comemoração anual e voltará a plenário para votação final. Também contém substitutivo para ajuste de redação, sem comprometer o mérito da iniciativa.

A parlamentar explica que a ideia de Isadora, estudante da Escola Municipal de Ensino Fundamental Alberto Pasqualini, recebeu a coordenação do professor Saulo Rodrigo Bastos Velasco. No texto do PL, há explicações sobre o que motiva a data: a lembrança da morte de mulheres que trabalhavam numa fábrica caxiense na primeira metade do século XX.

Segundo o PL, na manhã do dia 22 de julho de 1943, uma violenta explosão atingiu um pavilhão da metalúrgica Gazola, ocasionando a morte de sete operárias e deixando um saldo de 15 feridos. O desastre, ouvido até os arredores do bairro São Pelegrino, causou enorme comoção na cidade.

Um velório coletivo foi realizado na Catedral Diocesana, sob as bênçãos do bispo Dom José Barea. O episódio também abalou profundamente os dirigentes da Gazola Travi, que, posteriormente, foram estimulados pelas autoridades militares e civis do Estado e da União a reconstruírem o prédio e a retomarem a produção.

Na tragédia, morreram sete jovens operárias que trabalhavam enchendo os cartuchos de pólvora de forma precária e perigosa: Graciema Formolo, Júlia Gomes, Maria Bohn, Olívia Gomes, Tereza Morais e Irma Zago. Houve ainda uma vítima esquecida, Anoema da Costa Lima, que morreu no dia 14 de janeiro de 1945, em decorrência dos ferimentos. Sua história veio ao conhecimento público 75 anos após o acidente, resultado da pesquisa do jornalista Rodrigo Lopes e eternizada na obra literária: A história nunca esquece, da autora Tânia Scuro Mendes. Já a jovem Odila Gubert sobreviveu à explosão, mas teve a perna amputada. Odila viveu em sofrimento durante 60 anos e faleceu no ano de 2003, com 80 anos de idade.

“Ao propor o dia 22 de julho de cada ano como o Dia Municipal das Mulheres Trabalhadoras, busca-se homenagear as vítimas da explosão de 1943 e, ao mesmo tempo, todas as mulheres de Caxias do Sul, do Brasil e do mundo que sofrem com a desigualdade de gênero, com a exploração no trabalho e com as diversas discriminações cotidianas”, ressalta Rose Frigeri, na exposição de motivos da matéria.

 

07/03/2024 - 12:51
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861

Ir para o topo