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Emoção marca a eternização de Paulo Cancian na Sala de Imprensa do Legislativo caxiense

Em 2017, o falecido jornalista chefiou a Assessoria de Comunicação Social da Casa


O falecido jornalista Paulo Renato Marques Cancian está eternizado na Câmara Municipal de Caxias do Sul, cuja Sala de Imprensa já tem o seu nome, por meio de placa. Ela foi descerrada em solenidade e se encontra afixada junto à parede externa do espaço, disponibilizado a jornalistas locais, no plenário (Sala das Sessões Deputado Nadyr Rossetti). O ato aconteceu no início da noite desta quarta-feira (29/09) e reverenciou a memória de Cancian. Ao longo de 2017, ele chefiou a Assessoria de Comunicação Social da Casa. A condução dos trabalhos de hoje coube ao presidente do Parlamento local, vereador Velocino Uez. Confira o cerimonial completo no Youtube.  

Atual titular da chefia de Comunicação Social da Câmara, o jornalista Tales Armiliato iniciou os pronunciamentos a partir da tribuna do plenário. Interpretou o ato como a homenagem à imprensa local. “Cancian consistiu em figura singular do jornalismo nacional. Escrevia para diversas plataformas, sobretudo acerca de política e economia. Em programas de rádio, por meio de entrevistas humanas, tornou anônimos conhecidos”, enalteceu.

Armiliato lembrou uma das atitudes que se tornou marca cotidiana de Cancian: beijar e abraçar os amigos. Na ótica do chefe da Comunicação, o gesto demarcou o jeito do agora homenageado postumamente: símbolo de amor ao próximo. Complementou que ele fazia de qualquer ambiente de trabalho um lugar de aprendizado, amizade e espiritualidade.

Presidente do Legislativo no ano de Cancian como chefe da Comunicação, o vereador Felipe Gremelmaier, hoje 2º secretário da Mesa Diretora, encontrou dificuldades para falar. Emocionado do início ao fim da própria manifestação, Felipe enfatizou que Cancian costumava se preocupar mais com os outros do que com ele mesmo.

Felipe pontuou que, em 2017, o então titular do setor usava a expressão transparência ativa, como forma de tomar a iniciativa na divulgação das informações do poder público. “Essa sala, hoje com o nome de Cancian, muito resultou do trabalho dele, que considerava a presença de jornalistas, na Câmara, a maneira de contribuir com a ressonância dos fatos do Parlamento, junto à comunidade”, observou.

Em seguida, manifestaram-se os vereadores Marisol Santos (secretária da Mesa Diretora), também jornalista, Elisandro Fiuza (vice-presidente da Casa), e o próprio presidente Velocino, que fechou os pronunciamentos. Marisol agradeceu pela primeira oportunidade televisiva, em transmissões ao vivo, na antiga UCS TV, à época coordenada por Cancian. Fiuza definiu o homenageado in memoriam como um homem simples, paciente e simpático. Enquanto isso, Velocino fez coro para a trajetória de Cancian, considerada exemplar pelo chefe do Parlamento.

Em nome dos familiares do falecido jornalista, falou a enfermeira Tassiana Cancian, filha do homenageado. Desde a tribuna, afirmou ser um acalento saber que o pai fez a diferença na vida de muitas pessoas. Recordou que Cancian sempre amou o jornalismo e viu nos colegas uma extensão da família.

Entre outras autoridades, prestigiaram a homenagem os vereadores Gilfredo De Camillis, Olmir Cadore e Tatiane Frizzo. O chefe da Assessoria de Comunicação Social da Prefeitura, Roberto Hunoff, representou o prefeito municipal, Adiló Didomenico.

Além da filha, Tassiana, compareceram à solenidade estes familiares de Cancian: Justina Cancian (esposa), os irmãos Heloísa Luchese e José Mário Cancian e os netos Davi Cancian Fragoso e João Guilherme Cancian Fragoso.

A denominação da Sala de Imprensa consta da Resolução 266/A, de 16 de setembro de 2021, que resultou de aprovação unânime de todos os vereadores da Casa. A ideia partiu da Assessoria de Comunicação da instituição, com o aval da Mesa Diretora, que assinou o projeto de resolução 6/2021.

Breve perfil do falecido jornalista Paulo Cancian

Paulo Renato Marques Cancian nasceu em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, em 1º de maio de 1951, filho de José Francisco Cancian e Nair Pereira Marques Cancian e irmão de Eliane Cancian, Heloísa Cancian Luchese, José Mário Cancian, Luís Fernando Cancian e Marisa Cancian. Viveu em Erechim até os 15 anos de idade, quando se mudou para Caxias do Sul, na Serra gaúcha. Concluiu o Ensino Médio no Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza. Em 20 de dezembro de 2018, aos 67 anos, faleceu em Caxias, deixando a mulher, Justina Inês de Farias Cancian, a filha, Tassiana Paula Cancian Fragoso, e os netos, Gabriel Cancian Demin, João Guilherme Cancian Fragoso e Davi Cancian Fragoso.

Ao longo de 2017, ano em que houve o lançamento do livro Democracia, memória e cidadania: 125 anos do poder Legislativo em Caxias do Sul, Cancian foi chefe da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal, cuja Sala de Imprensa passa a ter seu nome, pelos serviços prestados. Ele é Cidadão Caxiense. Recebeu o título em sessão solene do Parlamento local, realizada em 10 de abril de 2012.

Em 1969, ingressou na Rádio Caxias. Atuou como repórter, redator e comentarista de emissoras de rádio e TV, além de periódicos. Na década de 1980, participou da implantação do jornal Pioneiro diário, do qual foi editor e diretor. Fundou e foi editor-chefe do jornal Folha de Hoje, de 1989 a 1994.

Idealizou e dirigiu o jornal Tempo Todo. Pelos anos 1990 e 2000, coordenou a Comunicação Social da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e da Festa da Uva e dirigiu a UCS TV. Exerceu funções sindicais no jornalismo e no radialismo. É um dos fundadores da seccional Serra da Associação Riograndense de Imprensa (ARI).

Frase emblemática da placa de denominação

“Durante décadas, frequentei o Legislativo. Dele, guardo lembranças de trabalho, de amizades e de homens públicos honrados. Tive a graça de registrar falas de tribunos memoráveis. Convivi em meio ao antagonismo, existente entre a corporação política e o exercício do jornalismo engajado. Mas, nos identificávamos como defensores da plataforma comum: a garantia da liberdade de expressão. Mencionar isso hoje, com a hemorragia de liberdade encontrada nas redes sociais, parece não fazer sentido. Porém, nós queríamos o direito à informação; eles, o de manifestação, pelo mandato que exerciam”, escreveu Cancian no livro Democracia, memória e cidadania.

29/09/2021 - 22:02
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Fábio Rausch - MTE 13.707

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