Voltar para a tela anterior.

Conheça as personagens da exposição Mulheres Negras Importam

A mostra foi organizada pela Comissão de Direitos Humanos e Cidadania, presidida pela vereadora Estela Balardin/PT


Para homenagear o Dia internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, lembrado em 25 de julho (domingo), a Câmara Municipal de Caxias do Sul lança a exposição virtual Mulheres Negras Importam. A iniciativa é da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania (CDHC), presidida pela vereadora Estela Balardin/PT, em parceria com a Assessoria de Comunicação Social da Casa, incluindo a TV Câmara Caxias (canal 16 da NET).

A mostra conta com fotos de 20 mulheres negras que residem em Caxias do Sul e uma breve biografia de cada uma delas. Segundo a parlamentar, a exibição tem o objetivo de apresentar a história das fotografadas e dar espaço às mulheres negras que, muitas vezes, passam despercebidas, mas que são fundamentais para a construção de uma cidade melhor. 

A seguir, confira todas as biografias das mulheres fotografadas:

Ana J. Athayds, 40 anos, Vendedora.

“O único preconceito que eu passei na vida foi quando minha filha nasceu como o meu ex-marido, que é alemão com italiano. E a criança tem um olhinho bem clarinho, cabelo loiro. Houve situações em que minha filha estava passando mal e a levei para o hospital. Eu estava na companhia de uma amiga que é loira dos olhos azuis. A médica foi falar com essa minha amiga pensando que ela era mãe da minha filha. A médica pensou que eu fosse uma babá. Situações assim, quando a minha filha era pequena, tanto que a minha filha fez questão de pintar o cabelo de preto e ela diz: ‘mãe eu quero ficar mais parecida contigo”.

Ana, vendedora, passou por situações em que não acreditavam que a sua filha poderia realmente ser dela, pela diferença na cor de pele. Ela enxerga que o preconceito começa nesses pequenos detalhes, da dúvida, do não acreditar. Ela já trabalhou como ‘mulambeira’ para dar sustento à sua família. Assim, ela mostra para sua filha não desistir, pois não importa seu trabalho ou sua etnia, o que você paga tem o mesmo valor de qualquer outra pessoa.

Ana Maria da Silva, 72 anos, Recicladora.

“O único serviço foi na reciclagem, trabalhei com a vizinha que nós tínhamos lá embaixo. Trabalhei, ela tinha uma fábrica de chinelos. Fiquei lá algum tempo, depois vim para a reciclagem e aqui estou desde então”.

Ana, aposentada, recicladora, viu que a reciclagem poderia mudar o destino de sua família. Sentiu na pele a perda de dois filhos, e a criação de outros dois. Hoje ela orienta a todos que estudem, pois a educação pode ser o único jeito para melhorar a sociedade, o único jeito para tirar o preconceito existente.

Angela Martins, 61 anos, Educadora Social.

“Eu faço muita coisa, eu faço artesanato, eu faço conserto de roupas às vezes, para os amigos, para os vizinhos. Um traz uma roupa pra pôr um fecho, pregar um botão, diminuir, aumentar. Eu faço tudo isso e eu gosto muito da arte manual, do convívio e da música. Música é vida para mim. Isso sempre esteve em mim. Fui criada por um pai e uma mãe que eram muito repressivos, sabe? Eram muito rigorosos. Era comum na época, né? Não podia isso, não podia aquilo, então eu não tive como externar isso, sabe? E agora eu tive, floresceu aquilo que estava em mim e eu gosto muito.”

Angela nasceu e cresceu em Caxias do Sul, mas a vida a levou de norte a sul, e nessa caminhada, foi colhendo amizades, histórias e motivos para resistir. De livrarias ao carnaval caxiense, Angela já ocupou muito as ruas da nossa cidade, vive daquilo que suas mãos produzem, levando a história às gerações futuras.

Anita dos Santos Hofmam, 63 anos, Professora.

“Sempre gostei do que eu faço. Eu trabalho com ensino médio e fundamental. Eu tenho de tarde, eu trabalho em duas escolas. E têm poucas turmas de fundamental, a maioria é ensino médio. É bem trabalhoso. Ah, mas é muito bom”.

A fala de Anita, professora do Estado, representa uma classe inteira de educadores, pois apesar das dificuldades encontradas, auxiliar os seus estudantes é o que deixa os professores contentes. Para Anita, tudo é uma construção, e ela busca construir jovens para uma sociedade melhor.

Beatris da Silva Jardim, 52 anos, Agente Administrativo RS.

“Eu nunca tive apoio na minha infância. Minha mãe, minha avó, minhas tias sempre foram ensinadas a ser submissas. Tinha meu pai. O meu pai era uma pessoa maravilhosa, mas ele era machista. Eu venho de uma família de cinco irmãos, aí então eu fui ensinada a ser submissa, mas eu por mim, e teve uma tia minha que foi mais tipo eu assim. Sempre pensei que eu tenho capacidade e eu vou vencer, eu tenho, eu por mim, vou fazer o que eu quero, mas sempre foi muito difícil”.

Beatris, agente administrativa da área da saúde, ainda na infância, percebeu as dificuldades do mundo, com uma base mais fechada ao olhar da mulher. Mas com dedicação, sem desistir, enfrentando preconceitos, ela alcançou onde está e passa para as próximas gerações a importância da luta. Quais são os motivos importantes a serem debatidos, quais são os pontos que pedem a busca por direitos.

Bruna Leticia de Oliveira Santos, 28 anos, Historiadora.

"Sou uma mulher negra. Se eu não fosse, por exemplo, uma mulher reconhecida pela minha inteligência ou pela intelectualidade, eu não seria nada, sabe? Parece que precisa ter sempre alguma coisa, nunca pode ser só você, despida de qualquer coisa.”

Bruna, historiadora e estudiosa, encontrou na universidade seu poder e seu espaço de fala. Cresceu em meio a desigualdade, sentiu a dificuldade de ser pobre e negra em um espaço elitizado. Mas na luta coletiva e na força de transformar os rumos da história, Bruna constrói uma Caxias melhor.

Caren Daiane da Silva, 40 anos, Professora da Rede Municipal.

“Dentro do Clube tinha grupo de capoeira, tinha grupo de dança afro, né? Dali a gente continuou e logo depois, a gente inseriu dentro do clube o pré-vestibular alternativo, que era para negros, afrodescendentes, indígenas e descendentes indígenas. Depois disso, em 2000, a gente começou então a militar no Movimento Negro Unificado.”

Caren, professora da rede municipal, natural de Caxias do Sul, iniciou sua militância dentro do Movimento Negro no Clube Gaúcho (histórica organização de negros e negras de Caxias do Sul) e, logo em seguida, na construção do MNU - Movimento Negro Unificado. Participou de grupos que resgatavam a cultura Afro, algo fundamental, dada a importância da identificação do povo negro com sua cultura ancestral. Além disso, ajudou a construir o curso pré-vestibular popular, voltado para negros e índígenas - aqui cabe uma reflexão: apesar dos vários avanços que se teve com relação ao acesso ao ensino superior para o povo negro, esta ainda é uma importante barreira a ser quebrada na luta antirracista!

Ester Milene, 20 anos, Autônoma.

“Na escola, eu sempre sofri muito bullying por ser negra. A minha mãe me fazia umas trancinhas, tipo aquelas trancinhas de africana, aí ficavam debochando, puxavam o meu cabelo e eu sempre quis entender porque que eu era diferente, só que eu não perguntava pra minha mãe. Quando eu fui crescendo, fui entendendo que existe o preconceito, que existe o racismo. Aí, quando eu estava no ensino médio, chegou um dia uma menina na minha sala de aula e disse: ‘a gente é da UEE (União Estadual dos Estudantes), a gente milita, a gente representa os estudantes’. Eu falei ‘nossa, que legal, né? Acho que eu vou querer participar’. Aí participei de uma reunião, depois acabei gostando…”

Ester, mulher, negra, militante e mãe aos 20 anos. Inicia sua militância da mesma forma em que muitas de nós iniciamos, a partir da identificação com um grupo de pessoas que não apenas reconhece suas dores, mas que acolhe, e se organiza para lutar contra os preconceitos. O movimento negro também é sobre isso, sobre pertencimento, sobre reconhecimento, sobre indignação e inquietude.

Gilca Santana Pires, 55 anos, Professora da Rede Municipal.

“(...) estudava muito nosso país, aí é uma história que tem tudo a ver comigo, né? E a área de educação é isso, a gente acredita. Quando mais nova, eu achava que ia conseguir mudar o mundo sendo questionadora. Eu achava, ainda acho, que quando chegava na sala de aula, a gente ia conseguir transformar tudo, sabe?”

Gilca é uma das tantas pessoas que vê na educação a possibilidade de transformar o mundo. Veio da Bahia, junto com seu filho e marido, e foi acolhida em nossa cidade, tornando-se professora de história da rede municipal de ensino. E é aqui, na cidade da migração, que Gilca constrói uma melhor sociedade, na medida do possível.

Gleci de Oliveira Pinheiro, 71 anos, Aposentada.

“Nós somos de São Gabriel. Vim pra cá com quase 40 anos. Eu achei aqui bastante diferente da onde a gente morava. Lá parece que era um modo mais prático da gente educar, de ensinar. Já quando chegamos aqui, que quando meus filhos se entrosaram com o povão daqui, a coisa ficou um pouco mais difícil”.

Gleci, mãe, avó e bisavó, aposentada, sempre demonstrou muito interesse pela criação de seus filhos e netos. Sentiu muita diferença de lugar, mas não sentiu tanto a questão do preconceito, pois deixou o convívio sempre mais restrito. Mas hoje, com sua neta, ela percebe o preconceito e as dores existentes.

Ivete Aparecida Carvalho, 52 anos, Doméstica.

“A guria, minha filha, ela já é da minha cor, assim ela já sofre mais bullying na escola. Ela tinha depressão, uma época tomou até remédio. Já os guris [filhos dela], nasceram um pouco mais claros, puxaram o pai, foi mais fácil. Eu dizia pra ela que era uma negra linda. Você tem que se gostar. Você que tem que ser amada, tem que ter um psicológico, eu também passei por isso. O racismo nunca vai acabar?”

Ivete, doméstica, cabeleireira entre muitas outras funções, preza pelo sustento de seu lar, como muitas das mulheres da vida real. O racismo sofrido por ela fazia com que não gostasse de si, e viu, em sua filha, a mesma dor e o mesmo preconceito, passado de geração para geração. Mas Ivete viu na possibilidade de fazer sua filha gostar de si, uma porta para romper com as estruturas de opressão da nossa sociedade.

Jamille Santos, 19 anos, Artista.

"Comecei a minha forma de luta através da dança. Eu venho do hip-hop, meu irmão é professor de dança e coreógrafo. E eu comecei em casa com ele dançando em casa enfim. E a poesia, eu fui desenvolvendo depois na escola, no ensino fundamental. Eu cobri a poesia marginal, que é o Slam, através da internet. Em 2018, eu fui vice-campeã estadual, e em 2019, eu fui campeã, e assim a gente foi representando o Sul em São Paulo. A minha trajetória é mais ou menos assim, eu comecei pela dança, fui pra poesia e hoje em dia eu estou estudando, desenvolvendo a música”.

Jamille, mulher jovem, artista, representou o Rio Grande do Sul em uma das maiores competições de poesia Slam. Ela sente que por ser mulher negra, ainda há falta de oportunidades. No círculo dela, existe uma espécie de dever de se dedicar o triplo para que o trabalho dela seja visto. A luta dela é essa, para que existam mais oportunidades no meio artístico, principalmente, que pessoas negras sejam vistas iguais, acreditando na importância de ter mais escolas de artes e de cultura nos bairros.

Juçara de Quadro, 64 anos, Educadora Social.

“E vendo essa realidade assim, da dificuldade dos nossos jovens negros e eu na época, também jovem, a gente começou a construir espaços, para que desse visibilidade, principalmente, às mulheres negras. Construímos um grupo de dança afro, onde a atuação das mulheres negras era muito grande. Inclusive, elas foram chamadas pra todos os eventos que aconteciam em Caxias. Ali, nós mostramos pra toda Caxias nossa cultura”

Juçara é reconhecida como uma das grandes e principais lideranças do movimento negro de Caxias. Participou da atuação dos negros em diferentes aspectos, desde o resgate cultural, passando pela articulação e organização da negritude enquanto coletivo, até a atuação propriamente na institucionalidade.

Karina Luiza dos Santos de Paula, 42 anos, Professora.

“Com 14 anos eu já tinha envolvimento político, já ia atrás dos movimentos. Daí então, no ensino médio, isso pra mim foi natural. Depois eu fui pra faculdade, entrei no mercado de trabalho. Eu tive uma filha com 18 anos, então quando eu estava na faculdade, já tinha minha filha, o meu trabalho e a faculdade. Então até me envolvi em alguns movimentos, mas não tinha aquela dedicação, porque eu tinha outros compromissos que não me permitiam”.

 Karina, mãe, professora, desde nova esteve presente nos movimentos negros e movimentos femininos. Para ela, é importante esse debate, é importante conhecer esse lado, porque nossa sociedade permanece patriarcal. Sem que haja essas discussões, essas trocas de pensamentos, não é possível sair da bolha em que vivemos.

Marcia Cristiane Rodrigues, 46 anos, Cabeleireira.

“A mulher, quando ela casa, tem muitas por aí que dizem ‘ah eu casei agora eu não posso mais me arrumar, eu não posso’. Não mulheres, é pra vocês, isso é pra mulher, é pra nós, não é pro marido, não é pra outro homem, não é pra ninguém, é pro teu o teu ego. Assim você ser aquela mulher maravilhosa, você se olhar no espelho e se achar linda nem que esteja com um quilinho a mais, um quilinho a menos, isso é de menos. Eu acho que o corpo assim não inclui nada, não impede nada. Eu acho que a mulher tem que se valorizar sim, e em questão financeira, depender de si, trabalhar e se cuidar”.

Marcia, cabeleireira, mãe, avó, já foi madrinha de bateria de escola de samba. Mostra a força da mulher, da mulher negra na sociedade caxiense, pois mesmo incluída dentro do mundo estético, sofreu preconceitos ao ser chamada para vaga de emprego. Hoje ela luta pela independência da mulher, pela valorização da mulher, para que nenhuma se sinta inferior e que ninguém as faça sentir dessa forma.

Maria da Conceição, 72 anos, Aposentada.

“A minha história é comprida, eu sou de Alagoas, mas têm 50 anos que eu moro aqui no Sul. Pra mim, o Sul é um pedacinho do céu. O racismo sempre existiu e existe, então a gente está aqui para vencer, estamos juntos com a grande população de negros. A gente tem que batalhar. Batalhar, se não ficamos para trás”.

Maria, carinhosamente conhecida como Baia, escolheu conhecer o mundo. Enfrenta os preconceitos com sorriso no rosto, mostrando o que há de melhor dentro de si. Ela batalha para que a próxima geração tenha a oportunidade de ter escolhas, de não se sentir coagido de algo.

Maria Geneci Silveira, 69 anos, Servidora Federal aposentada e Cientista Política.

“Minha militância surgiu quando eu era menina ainda, aonde eu vi uma situação de um senhor negro não poder entrar numa igreja num dia de muita chuva, porque o padre correu com ele [expulsou] de lá, que ele não podia entrar na igreja. No entanto, eu corri e eu entrei porque era conhecida na cidade, aí eu perguntei para o padre o motivo dele não poder entrar, a resposta foi: ‘não, pois aquela era a casa de Deus. ’ Eu disse que então é casa dele também, aí saí também junto com o senhor.”

Geneci veio de fora, lá da nossa Capital. Aos 13 anos, indignou-se ao ver o racismo ocorrendo bem na frente de seus olhos, incentivada pela família e por uma mãe que sempre lhe mostrou a importância de lutar, se organizou nos movimentos sociais antirracistas e, há mais de 40 anos, vem trabalhando, estudando e convidando novas pessoas para construir essa mudança, que vive nela desde jovem, a mudança pela igualdade, pelo acesso e por justiça social.

Maurisseia dos Reis Nunes, 44 anos, Técnica de Enfermagem.

“Eu acho que a gente faz diferença também na comunidade. A gente sabe que pode acontecer, outra coisa pode mudar. Quando tu se apresenta de uma forma num lugar onde tu tem pouca identificação, você faz a diferença. E daí a pessoa se reconhece em você, ela pode ver que tem outros caminhos. Eu vim da comunidade igual todo mundo, mas tem um diferencial, a educação foi o diferencial. A gente, a batalha e a luta foram diferentes, claro que foram, sempre foi mais difícil, mas persistência, tem”.

Maurisseia é técnica de enfermagem há três anos na UBS Vila-Lobos. O estudo e a educação, para ela, foram responsáveis por mudar toda a vida dela. A decisão da enfermagem desde nova também ajudou muito na formação. Ela acredita que o diferencial está na educação, que não é apenas a alfabetização e sim também cultura, formação de pensamento, ensinar a questionar, a criticar. Com isso, é capaz de ir longe.

Silvanir, 43 anos, Autônoma.

“Olha eu não sei se é porque aonde eu chego, eu trato as pessoas com educação. Porque até no postinho [de saúde] que a gente vai, tem vizinhos que dizem: 'nossa, como é que tu chega lá? As meninas vêm conversar contigo’.  Daí às vezes eu até brigo e digo 'será porque eu estou em um bom dia? Eu não sinto isso”.

Na fala de Silvanir, ela demonstra que não é em todos os lugares que existe preconceito. Com a educação que lhe foi dada, ela consegue receber um bom atendimento por onde ela já é conhecida, impressionando muitas vezes quem não está acostumado com a empatia do ser humano. Para Silvanir, a educação é a base, ela é capaz de melhorar um ser humano.

Suelen Silva, 39 anos, Psicóloga.

“Entrei pra universidade no curso de Educação Física, pois era o curso que eu podia pagar, já que minha família não tinha condições de me ajudar. Mas aí acabei trancando, não era o que eu queria. Aí um tempo depois virei bolsista FIES e consegui terminar a faculdade. Hoje atuo como psicóloga clínica há oito anos. Tenho um filho, de oito anos, que foi concebido ainda nesse processo da graduação. Foi bem bacana por ter vivido, né?”

A fala de Suelen é simbólica, e representa uma quantia significativa das mulheres negras do país, ainda nos dias atuais. Na impossibilidade de custear seus estudos, acabam fazendo um curso de uma profissão que nunca quiseram atuar, ou, acabam abandonando os estudos. Daí a importância de políticas públicas nesse sentido. Elas emancipam, fazem justiça, e permitem sonhar.

22/07/2021 - 13:47
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Fábio Rausch - MTE 13.707
Redator(a): Letícia Kreling

Ir para o topo