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Procuradoria pedirá à Prefeitura número de WhatsApp para atendimentos à mulher agredida

Na tarde desta sexta-feira, um seminário em conjunto com a Comissão de Segurança lembrou os 14 anos da Lei Maria da Penha


Um número de WhatsApp ao Centro de Referência da Mulher (CRM), para atendimentos envolvendo mulheres vítimas de agressão, será solicitado ao Executivo Municipal, pela Procuradoria Especial da Mulher do Legislativo caxiense. A deliberação foi anunciada pela vereadora-procuradora Denise Pessôa/PT, depois de seminário sobre os 14 anos da Lei Maria da Penha, completados nesta sexta-feira (07/08). A lei federal 11.340/2006 criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.

A atividade da tarde de hoje aconteceu na sala das comissões da Câmara, em parceria com a Comissão de Segurança Pública e Proteção Social, presidida pela vereadora Paula Ioris/PSDB. Pelas restrições de isolamento, não houve presença de público externo. Mesmo assim, internautas puderam enviar questionamentos por meio da transmissão ao vivo, pelas redes sociais do Parlamento (Facebook e YouTube).

De acordo com a vereadora Denise, as discussões buscaram encorajar e dar mais condições às mulheres a romperem com o clico de violência. “A rede de proteção à mulher, como o CRM, tem bastante importância no apoio, para que a mulher consiga fazer a denúncia”, destacou a vereadora-procuradora.

A vereadora Paula acredita que fortalecer a Lei Maria da Penha significa combater a agressão doméstica. “Nosso desafio continua sendo tornar a legislação conhecida para proteger as mulheres vítimas e as próprias famílias”, observou a presidente da comissão.

Gerente do CRM, Suzane Dillenburg acolheu a sugestão de número de WhatsApp, para ampliar as formas de atendimento do centro de referência. Atentou que, no 1º semestre deste ano, foram atendidas 641 mulheres, das quais quase 80% receberam medidas protetivas (formas de coibir a violência e proteger a vítima). “Mesmo assim, ainda percebemos um medo da vítima, de passar do boletim de ocorrência para a medida protetiva, em relação a um parceiro agressor, por exemplo”, lamentou.

A delegada Carla Zanetti, da Delegacia Especializada de Atendimentos à Mulher, ressaltou que, em 2019, dos cem feminicídios ocorridos no Rio Grande do Sul, 96% envolveram mulheres sem medidas protetivas e 68%, vítimas que ainda não haviam registrado ocorrência contra o opressor. “É necessário divulgarmos, ainda mais, os direitos da mulher, sobretudo em relação à violência psicológica, a mais difícil de ser comprovada”, atentou. Ela recomendou alguns números telefônicos: 190/Brigada Militar (emergências); 180 (Central de Atendimento à Mulher); 51 98444-0606/WhatsApp da Polícia Civil (denúncias); 54 3220-9280/CRM (orientação e acolhimento).

Durante o seminário, Raquel Dessotti, diretora municipal de Proteção Social, e Vera Lúcia Pra Rech, titular da Coordenadoria da Mulher, detalharam a abertura da exposição da Prefeitura, voltada a demarcar a data de hoje, com visitação até 14 de agosto, de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

No Centro Administrativo, foram expostos 100 sapatos, referentes ao número de feminicídios registrados no Estado, ano passado, sendo cinco deles em Caxias (até o momento, em 2020, a cidade soma um feminicídio). A atração se inspirou na mostra “Zapatos Rojos”, da arquiteta e artista plástica mexicana Elina Chauvet, de 2009, em resposta à onda de feminicídios, em Ciudad Juárez, nos anos 1990. A inspiração do trabalho ocorreu pelo assassinato da irmã da artista, pelas mãos do marido.

A Lei Maria da Penha ganhou esse nome devido à luta da farmacêutica Maria da Penha, para ver seu agressor condenado. Ao longo dos anos, a legislação passou por evoluções, como, por exemplo, tornar crime o descumprimento de medida protetiva e a inclusão do artigo pelo qual o agressor se torna responsável pelo ressarcimento dos custos relacionados aos serviços de saúde da vítima.

07/08/2020 - 19:48
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Fábio Rausch - MTE 13.707

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