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Paula Ioris apresenta estudo que aponta a evasão escolar como raiz da violência

A vereadora voltou a defender medidas preventivas nas políticas públicas


A evasão escolar e o seu reflexo, nos índices de violência, foram pautados pela vereadora Paula Ioris/PSDB, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (31/08). Ela afirmou que o perfil da criminalidade está cada vez mais jovem e disse ter percebido, na visita que o Legislativo fez à Penitenciária do Apanhador, que a maioria dos apenados é de pouca idade.

Para abordar o tema, a vereadora trouxe ao plenário a pesquisa do sociólogo gaúcho Marcos Rolim, que buscou investigar a formação de jovens violentos, no Brasil, a partir desta delimitação: “Dois grupos de jovens de idades semelhantes, todos homens, pobres e criados na mesma região. Um grupo vira matador e outro, trabalhador. Por quê?”.

Rolim entrevistou um grupo de jovens, de 16 a 20 anos de idade, internados na Fundação de Atendimento Socioeducativo do Rio Grande do Sul, e pediu para que eles dissessem o nome de um amigo de infância. O autor do estudo esperava que prevalecessem, no grupo, relatos de violência familiar, mas percebeu, diante das negativas, que a evasão escolar aproxima os jovens de grupos armados, que oferecem um suposto treinamento para a violência.

Todos os entrevistados pelo sociólogo haviam deixado a escola e citaram motivos banais para isso: eram burros por não conseguirem aprender, a escola era chata e eram vítimas de chacota por causa do furo de um sapato, por exemplo. A conclusão do estudo é a de que a prevenção da criminalidade deve levar em conta a redução da evasão. Paula chamou a atenção para a importância de se enxergar a origem do problema, no sentido de agir preventivamente.

Em seguida, a vereadora Paula destacou a realidade de Caxias do Sul, no que tange ao abandono escolar. Mencionou que, em 2016, 2.724 crianças e adolescentes haviam deixado as salas de aula, no município, e que 4.211 alunos foram considerados infrequentes, ou seja, não compareceram à escola por cinco dias seguidos ou mais. Para 2017, segundo ela, a tendência é de que os números continuem negativos. Somente nos primeiros 48 dias letivos do ano, o Conselho Tutelar já havia recebido o encaminhamento de 611 infrequentes. Os dados se referem apenas às instituições públicas de ensino.

“As escolas estão como verdadeiros presídios, para se protegerem do que vem de fora, não há proximidade com a comunidade”, afirmou Paula, defendendo a criação de uma frente de trabalho parlamentar que visasse a melhorar a realidade e unisse alunos, familiares e instituições de ensino.

Complementando as informações trazidas pela tucana, o vereador Gustavo Toigo/PDT defendeu que o poder público fortalecesse a aproximação entre as famílias e as escolas, com atividades que entrelaçassem as relações entre as instituições e os familiares de alunos. Edson da Rosa/PMDB defendeu a construção maciça de escolas, como um meio de enfrentar a violência. A vereadora Gladis Frizzo/PMDB pontuou que a evasão é uma realidade muito mais comum nas comunidades carentes e defendeu que a Guarda Municipal fizesse patrulhas nas proximidades das escolas.

31/08/2017 - 11:50
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Fábio Rausch - MTE 13.707
Redator(a): Matheus Teodoro

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