O risco de precarização do sistema de transporte coletivo em Caxias do Sul, o impacto sobre a população mais carente diante da possibilidade de uma greve dos motoristas levou o vereador Adiló Didomênico/PTB a propor que o Poder Legislativo, a Administração Municipal, a empresa concessionária e todos representantes da comunidade iniciem com urgência a busca de uma solução negociada para o impasse quanto ao reajuste da tarifa. Para ele há um passivo sendo construído na medida em que há um contrato em vigor, uma planilha de custos montada pelo Geipot e praticada em todo o País. “O transporte público é umas concessão e todos nós temos responsabilidade e devemos fazer de tudo para não caminharmos para um tumulto” ponderou o vereador, aludindo que a falta de entendimento pode levar a uma greve dos motoristas da empresa. Considera equivocada a fala de que reajuste de salário é entre motoristas e empresa. “O município tem responsabilidade e o aumento de salários integra a planilha do Geipot". Adiló entende que o município tem espaço até para reduzir o valor da tarifa, desde que aceite debater o estabelecimento de novos critérios, inclusive de revisão das gratuidades, de linhas com baixa demanda, avaliação do dia de passe livre. “Todos sabemos que não há cafezinho de graça e que sempre é a parte mais fraca que paga a conta” sustentou. Elogiou ao modelo de interatividade que a Prefeitura de Porto Alegre adotou lançando uma pesquisa com os usuários para conhecer que tipo de transporte eles queriam como forma de chegar a uma tarifa mais justa. Em Porto Alegre a passagem está a R$ 3,75, mas, a exemplo daqui, também tem muitas gratuidades. Entende que até mesmo as receitas oriundas do Estacionamento Rotativo Pago poderiam ajudar nesta recomposição de preços em favor do usuário. Em aparte o vereador Rafael Bueno/PDT lamentou o fato do Prefeito não ter atendido ao pedido de audiência feito pelo Sindicato da categoria dos motoristas e a ausência de representante da Administração na reunião promovida com o Ministério Público do Trabalho. Alerta que há indicativo de greve na Visate até sexta-feira (17). O vereador Gustavo Toigo/PDT referendou a necessidade de abertura de debate sobre as gratuidades, enquanto o vereador Édio Elói Frizzo/PSB relatou ter inferido a possibilidade de uma revisão de posição do Secretário dos Transportes e Mobilidade, Cristiano de Abreu Soares, que em debate na Rádio São Francisco, mencionou que se houver prova de desequilíbrio financeiro o município pode discutir a questão. Ao final do seu pronunciamento no Grande Expediente da Sessão Ordinária desta quarta-feira (15), o vereador Adiló Didomênico fez um histórico sobre o transporte público há algumas décadas, as poucas linhas que existiam exigiam que os passageiros fizessem grandes trechos a pé para acessar o ônibus, ao contrário de hoje que todos querem ônibus na frente de casa, o que implica em tarifa mais alta. E concluiu desmistificando um conceito falho: ”ao contrário do que se propaga, não é a empresa que dita as regras de operação do transporte coletivo e sim o Município”, finalizou.