Uma pá de cal na possibilidade de a presidente Dilma Rousseff voltar ao cargo. Este é o entendimento do vereador Elói Frizzo/PSB com a chegada da Operação Lava Jato ao Rio Grande do Sul, que resultou na prisão de ex-tesoureiro nacional e ex-deputado federal pelo PT gaúcho, Paulo Ferreira, sob a acusação de desvio de recursos públicos.

O vereador reconheceu que a presidente afastada possa não ter envolvimento direto nos desvios, mas a acusou de omissão. “Seguiu a cartilha do ex-presidente Lula de que nunca sabia de nada”. Para o parlamentar, não dá mais para aceitar o argumento de que o dinheiro chegava legalmente nas contas dos partidos.

Frizzo recordou que Paulo Ferreira esteve em Caxias do Sul, quando uma comissão de vereadores trabalhava na reorganização do Carnaval de Rua. Afirmou que o então deputado prometia recursos para o evento via Lei Rouanet. “Agora se vê de onde vinha o dinheiro”, expôs ao lembrar que as acusações envolvem escolas de samba de Porto Alegre. “Pelo que sei, em Caxias do Sul, ninguém recebeu”.

O vereador do PSB lamentou que ícones da esquerda, de diferentes partidos, com presença forte na luta contra a ditadura, estejam hoje envolvidos com denúncias de corrupção. Também referiu frustração com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a quem apoiou em todas as campanhas presidenciais. “A esquerda pagará caro por isso. Vamos levar muito tempo para recuperar a confiança da população. A cada dia temos uma surpresa com novas denúncias de desvio de recursos públicos”, argumentou.

Frizzo também avaliou que as novas regras eleitorais para o pleito municipal deste ano devem colocar fim à importância dos marqueteiros que, em processos passados, tinham forte influência e eram muito bem remunerados. “Só o marqueteiro João Santana, que fez as campanhas presidenciais do PT, recebeu R$ 80 milhões”, exemplificou. Citou, também, o gasto de R$ 4 milhões da candidata Manuela D’Ávila/PCdoB, nas eleições à Prefeitura de Porto Alegre de 2012. “Acredito que isto muda nestas eleições”, encerrou.