O vereador Adiló Didomenico/PTB participou do programa "Temática", na Rádio São Francisco, na manhã desta terça-feira (07/06). O assunto abordado foi a preservação do patrimônio histórico, questão levantada recentemente pelo parlamentar do PTB caxiense.

   Também participaram do programa (apresentado por Ronaldo Bueno e produzido por Ivan Sgarabotto), Rodrigo Romanini (arquiteto e membro do coletivo “FAÇO PARTE MAESA”, Rodrigo Salvatti (presidente do núcleo caxiense do Instituto de Arquitetura do Brasil) e membro do COMPAHC (Conselho Municipal do Patrimônio Histórico e Cultural), e Liliana Henrichs (coordenadora da Divisão de Patrimônio da prefeitura e vice-presidente do Conselho Municipal do Patrimônio Histórico).

   Rodrigo Salvati informou que 90% dos pedidos de demolição são autorizados. "Em Caxias do Sul, a gente tem progredido nessa questão de preservação do patrimônio histórico, mas a gente vê que chegam pedidos muito rápidos para a demolição de imóveis antigos", descreveu.

   Adiló Didomenico destacou que é um debate para melhorar o processo. "Não conseguimos agradar a todo mundo. Somos a favor da preservação do patrimônio histórico, mas não concordamos com alguns aspectos da política adotada em Caxias do Sul. Por exemplo, existem alguns imóveis mais antigos que não têm nada de tombamento, e esbarram na burocracia para quem compra e precisa demolir para utilizar o terreno. Então, temos que identificar o que realmente é passível de tombamento, e o restante deve ser liberado para que a cidade possa continuar crescendo", pontuou o vereador.

   Romanini concordou em partes com Didomenico. "Concordo que tem que definir certo que imóveis têm realmente importância histórica, não é somente porque uma edificação tem mais de 50 anos que precisa ser tombada. Agora, não concordo em demolir casas para fazer estacionamentos, por exemplo. Isso deixa a cidade feia e sem memória... Vai na contramão da Europa, por exemplo. Pra que se precisa de tantos estacionamentos no centro, na medida que está se procurando tirar cada vez mais os carros da região?", questionou.

   Liliana fez alguns esclarecimentos. "Todos os pedidos são analisados e quem dá o aval final é o prefeito. O Compahc é um conselho. Cerca de 43 imóveis são tombados em Caxias do Sul, e o tombamento não é uma imposição. O proprietário tem o direito de dizer não e recorrer, em última instância, ao prefeito. Além disso, o processo não tira a propriedade e, se o poder público tiver o interesse no imóvel, o proprietário deve ser indenizado", explicou.

   Por fim, Adiló reinterou a finalidade do pedido de informações feito ao Compach e aprovado por unanimidade na Câmara de Vereadores. "A nossa proposta visa ampliar essa discussão, nunca sendo contra essa questão da preservação, mas sim com a intenção de melhorar o processo e de alguma forma agilizar a burocracia", finalizou o parlamentar.