Foi aprovada, por unanimidade, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (28/04), a moção de apoio à imediata saída do deputado federal Eduardo Cunha/PMDB da Presidência da Câmara Federal e à sua Cassação. O documento nº 11/2016, de autoria da bancada do PT, denuncia que Cunha não possui as mínimas condições éticas e morais para seguir conduzindo a presidência da Casa e que deve ser cassado por quebra de decoro.

O documento aponta que Cunha se serviu do desvio de poder, utilizando-se da sua posição para interesses próprios, prejudicando as intuições e a confiança dos brasileiros para protelar e paralisar o processo disciplinar aberto contra ele no dia 15 de dezembro de 2015. Cunha é acusado por ter mentido em depoimento da CPI da Petrobras ao afirmar que não possuía contas no Exterior, fato que foi posteriormente comprovado pelo Ministério Público da Suíça. Além disso, o deputado deflagrou o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff em represália aos três deputados do PT integrantes do conselho que não votariam para salvá-lo. 

Segundo o vereador e líder da bancada Rodrigo Beltrão/PT, a Câmara de Vereadores tem o dever de se manifestar em relação a Eduardo Cunha. “Não é possível escutar de forma pacífica um deputado que sabotou o país, que faz uma verdadeira cruzada contra o governo, por meio de suas pautas-bomba; que, por sua influência, tem um processo no Conselho de Ética parado há mais de seis meses e ao mesmo tempo consegue realizar uma votação contra uma presidente da República em três meses”, declarou Beltrão.

O vereador concluiu sua fala defendendo que a moção é uma forma de fazer com que a voz dos caxienses chegue ao Senado, pedindo a saída de Cunha. “Nós não podemos admitir que a representação popular máxima possa gozar de todo o poder que tem ao manipular as investigações e processos em seu favor”, afirmou Beltrão.

A vereadora Denise Pessôa/PT comentou que Cunha, na sessão de ontem (27/04), manipulou o debate sobre o direito da mulher. “Ele está fazendo muito mal para a democracia. O PT foi contra a presidência do Eduardo Cunha e inclusive o deputado Pepe Vargas foi um dos opositores à sua candidatura”, declarou Denise.

Ana Corso/PT qualificou como “bofetada na cara” que o Brasil esteja com o deputado ocupando um espaço estratégico mesmo sendo réu. “Estamos assistindo a uma coisa lamentável no nosso país devido à postura de um deputado”, declarou Ana.

O documento será enviado ao presidente da Câmara dos Deputados, ao presidente da Comissão de Ética da Câmara dos Deputados, ao procurador-geral da República, ao ministro do STF Teori Zavascki, aos Lideres dos partidos e aos deputados Pepe Vargas e Mauro Pereira.