VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Senhora presidente, caros colegas. Confesso, Estela, que eu não tenho nem como mensurar como é que foi sua infância, como é que foi nascer numa cidade com maioria descendente de italianos, com maioria de cor de pele branca. Eu não tenho como falar disso, então eu vou dizer que este projeto eu votarei contra, porque eu acho que não é criando segregação entre as pessoas que a gente vai colocar elas dentro da sociedade. Para mim, uma pessoa de cor de pele negra, branca, amarela, para mim, não faz diferença. Porque se nós criássemos, por exemplo, o projeto Julho das Brancas nesta Casa, como seria a recepção dos colegas? Eu acho que seria ruim e de forma correta seria ruim, porque nós temos que criar, então, o Julho das Mulheres, das mulheres. Maravilha! Então as mulheres já são contempladas. Nós não precisamos... (Manifestação sem uso de microfone.) Concordo plenamente, mas nós segregarmos as pessoas... (Manifestação na plateia.)
VEREADOR SANDRO FANTINEL (PATRIOTA): Peço a palavra.
PRESIDENTA DENISE PESSÔA (PT): Vou pedir a gentileza, para a gente tentar manter aqui a palavra do vereador.
VEREADOR MAURÍCIO MARCON (PODEMOS): Obrigado, presidente. Peço só que, quando a gente fizer acusações contra um vereador, que a gente cite então, porque a gente pode estar incorrendo em crime aqui, e não é o objetivo. Está dizendo que eu estou segregando. E eu nunca segreguei ninguém. Sempre trato todos iguais aqui dentro. Então a gente tem que sempre colocar. Então o meu ponto de vista, vereadora Estela, é que eu acho que, criando segregações, a gente não vai agregar. Nós precisamos dizer que todos somos iguais. E Julho das Pretas, agosto das amarelas, outubro das índias não vai fazer diferença. Quando a gente fala de etnias, como foi citado aqui da alemã, é uma situação etnia, então nós podemos colocar certamente um projeto, então, o dia 10 de julho da etnia de quem é afrodescendente. Eu não seria contra, não tem problema. Agora nós fazermos, por exemplo, se tiver uma mulher... o Julho das Pretas criar, por exemplo, um programa contra o câncer de mama, de combate ao câncer de mama, será que alguém que, eventualmente, não nasceu negro vai poder ser contemplado? Eu acho que sim. Então não tem por que nós criarmos segregação entre as pessoas. O Morgan Freeman fala muito disso, ele tem um vídeo muito famoso que ele diz: “Quando vai acabar o preconceito? Quando nós pararmos de tratar as pessoas de forma diferente por causa da cor da pele.” Então o meu ponto de vista é que todos somos iguais, ninguém é diferente, tanto mulher quanto homens. Aqui nesta Casa, a gente tem, desde vereador branco, vereador negro, vereadora branca, vereadora negra, não temos índios, não temos asiáticos. Mas isso não importa, somos todos seres humanos. E isso que importa para mim que todos sejam tratados como seres humanos. Então como eu votaria contra caso viesse o agosto das brancas, eu vou votar contra o Julho das Pretas, porque eu acho que não faz sentido nós segregarmos seres humanos por causa da cor da pele. Isso é algo vergonhoso! Isso existe legislação para quem segrega. E me entristece muito que este crime, que é crime, ainda exista no nosso país. Espero que, dentro da nossa geração, vereador Lucas, nós possamos ver a igualdade de valores para todos, todos, independente da cor de pele. E tenham certeza que quando eu faço minha doação lá eu não fico olhando se a pessoa é negra, se a pessoa é branca. Isso para mim não importa; importa é que é um ser humano. E, como falou nossa colega, quando ela veio aqui hoje no espaço de lideranças aqui, ela disse: “Nós precisamos de cotas sociais e raciais.” – falou. Mas eu acho que tem que ser social, porque se alguém, um filho de um pedreiro branco nasce numa favela, ele não vai ter o mesmo direito do que daqui a pouco um grande empresário que é negro, e aí o filho tem direito. Isso não é agregar. Isso, para mim, é segregar. Eu defendo cotas sociais, quem não tenha recurso suficiente para entrar em concurso público ou em faculdade. Agora segregar as pessoas por causa da cor da pele eu digo aos colegas, nunca vou poder ser favorável a isso porque volta dizer, acho que todos somos iguais. Obrigado, senhora presidente.