Soluções que ampliem áreas de permeabilidade e alterações nos sistemas de canalizações estiveram entre as pautas levantadas na audiência pública da Câmara Municipal de Caxias do Sul desta sexta-feira (18/05). Ao longo de três horas, na tarde de hoje, autoridades e cerca de 90 moradores debateram sobre alternativas para prevenir alagamentos. Ao término do encontro, os representantes da Secretaria de Obras e Serviços Públicos pediram 30 dias para analisar as providências sugeridas. Os vereadores presentes à reunião garantiram que, ao término do prazo, outro encontro será realizado para retomar o assunto.

O presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente, Renato Oliveira/PCdoB, reiterou pedido que já protocolou ao Executivo, sob a forma de indicação, no início de março passado. Ele tenta diminuir a vazão de água que tem provocado seguidos alagamentos nos bairros Fátima Baixa, São José, Santa Catarina e imediações. São necessários estudos, projeto e obra de canalização do esgoto pluvial, a partir do loteamento Vitório Trez, abrangendo os bairros Centenário I e II, os loteamentos São Luiz, Parque Verde e Parque Oásis, com desnível norte, a fim de que, quando chover, a água desemboque na barragem da Maestra, com diminuição da vazão ao sul, explicou.

Para o presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano, Transporte e Habitação, Vinicius Ribeiro/PDT, é fundamental atentar para a permeabilidade. O parlamentar retomou projeto de lei de sua autoria, que está em tramitação, pela Casa. O pedetista quer ampliar os regramentos para impedir o que disse ter constatado. Segundo ele, nos últimos quatro anos, em Caxias do Sul, mais de 40 mil metros quadrados se tornaram impermeáveis.

Vinicius sugeriu, portanto, que a concessão do habite-se passasse por atualizações, a fim de verificar o cumprimento da regra. Lamentou, ainda, que, algumas vezes, após a aprovação do projeto de construção, o proprietário desrespeite as normais e amplie o espaço de impermeabilidade.

Na mesma linha, a vereadora Denise Pessôa/PT apontou dificuldades na região dos bairros Garbin e São José. Afirmou que vêm ocorrendo pavimentações indevidas, o que, da mesma forma, também prejudica a permeabilidade do solo. Assim, conforme a petista, as áreas ficam mais suscetíveis a episódios de alagamentos. A vereadora Ana Corso/PT complementou ressaltando que, no Parque Oásis, por exemplo, não existem esgoto, infraestrutura e saneamento adequados.

Os vereadores Franciso Spiandorello/PSDB e Mauro Pereira/PMDB também compartilharam das preocupações. O peemedebista chegou a citar que a Rua Professor Luiz Facchin carece de outra galeria de escoamento de água.

Enquanto isso, o diretor-geral da Secretaria de Obras e Serviços Públicos, Idair Moschen, referiu providências como a limpeza de galerias. Mas advertiu que os volumes de chuva em curtos espaços de tempo dificultam as tentativas de evitar problemas decorrentes das enchentes. Citou que, em 12 de janeiro passado, a chuva alcançou 130 milímetros em 24 horas, na região Centro-Norte da cidade. Normalmente, a média mensal fica em 150 milímetros de água, observou. De acordo com ele, em 25 de fevereiro, foram 70 milímetros de água, também durante apenas 24 horas.

O vereador Daniel Guerra/PSDB prestigiou o encontro.