O vereador Rafael Bueno/PDT fez uma grave denúncia na segunda-feira (15/10), durante audiência pública na Câmara Municipal que tratou das agroindústrias do município. Bueno mostrou uma ocorrência registrada na Polícia Civil pela senhora Deisiane Vanin da Rosa.

Dona da Agroindústria Rosa, na localidade de São Jorge da Mulada, em Criúva, ela produzia 25 quilos de queijo/dia, mas teve o negócio embargado pela fiscalização da Secretaria da Agricultura desde dezembro passado. O motivo, segundo ela, é que os fiscais não se contentam com as melhorias que ela faz e pedem adequações "impossíveis", o que inviabiliza o trabalho. Bueno disse que a mulher procurou a secretaria para novamente buscar a regularização, no dia 9 de agosto, mas foi ameaçada e intimidada por funcionários, os quais ela nomina na ocorrência, porque havia dado entrevista à imprensa mostrando a sua situação. O documento foi mostrado no telão.

"É um fato muito grave, que precisa ser investigado pela Polícia Civil, porque, além de os donos de agroindústrias estarem sendo prejudicados por uma fiscalização abusiva, agora estão sendo ameaçados caso busquem seus direitos. Eles querem trabalhar, produzir e pensar o futuro", destacou Bueno.

O pedetista disse que apesar de não integrar a Comissão de Agricultura Agroindústria, Pecuária e Cooperativismo do Legislativo acompanha as situações pelas quais passam os agricultores. Bueno disse ser grave o que passam os donos de agroindústrias. 

"Recebi por mais de uma vez grupos de agricultores que denunciaram abusos por parte da fiscalização da Secretaria da Agricultura. Abusos que estão inviabilizando o trabalho dessa gente batalhadora que dedicou décadas nas suas atividades. Que estão vendo seu presente e futuro sendo inviabilizados, e o que é pior, vendo serem destruídos justamente o que oferecem a todos nós, que é uma alimentação saudável. Essas pessoas estão sofrendo com depressão, estão doentes, e vendo a situação se agravar a cada dia", relatou,

Bueno reclamou a falta da titular da pasta da Agricultura, Camila Sirena, na audiência. Segundo ele, isso mostra uma secretaria "acéfala, sem foco, que não está priorizando a essência, que é a agricultura familiar, o fomento e o fortalecimento das agroindústrias, a valorização do homem e da mulher do campo"

O parlamentar visitou  a secretaria na segunda-feira de manhã e constatou servidores públicos, alguns com décadas de trabalho, de "mãos amarradas" para exercer seu trabalho. 

"Constatei um serviço completamente desarticulado. Vi um grupo de sete servidores, incluindo cinco agrônomos, um técnico agrícola e um médico veterinário. Estavam enfiados numa sala minúscula com apenas um telefone, um computador, sem norte", disse.

Para Bueno, a culpa está numa secretária que não dialoga, não se reúne, não tem plano estratégico, que se preocupa apenas em fiscalizar com terrorismo, com rigor exagerado. Que enxerga apena o que está ruim, mas não valoriza, não incentiva, não apoia. Que mata os sonhos, a economia, que causa desemprego. Uma Secretaria que age pelo mal e que intimida e afronta", afirmou.