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Parlamentar Rafael Bueno denuncia perda de insalubridade para mais de 300 cuidadores

Precarização do atendimento a crianças especiais é tratado como gravíssima pelo parlamentar


O vereador Rafael Bueno/PDT trouxe uma grave situação na sessão desta quarta-feira (29/08) da Câmara Municipal ao citar que os mais de 300 monitores e cuidadores de crianças especiais da rede municipal de ensino foram comunicados de que a partir de setembro sofrerão corte de 20% no salário devido à perda da insalubridade. O comunicado foi feito pela TopSul Serviços Temporários, que presta o trabalho terceirizado à prefeitura. A vereadora Gladis Frizzo/MDB também se manifestou e mostrou preocupação. Para ela, tirar um benefício é desvalorizar não apenas o profissional, mas não dar importância à criança que necessita dessa ajuda.

"Quando se fala em crianças, temos que ter um olhar ampliado, ainda mais quando são meninos e meninas especiais e que precisam de muito cuidado na base", criticou Bueno, lembrando que na Legislatura passada o então vereador Daniel Guerra/PRB, hoje prefeito, cobrava ferrenhamente que os cuidadores fossem contemplados com todos seus direitos para não prejudicar as crianças.

Bueno disse que levará o assunto à Comissão da Educação do Legislativo e pedirá que haja interferência junto ao Ministério Público e Secretaria Municipal da Educação. Segundo ele, a empresa terceirizada ao mesmo tempo quer retirar benefício porque não acha o trabalho insalubre e em outro momento alerta aos monitores para continuarem utilizando equipamento de proteção individual.

"O que está acontecendo é uma agressão aos trabalhadores que no salário de meio turno ganham, com a insalubridade de 20%, R$ 651. Já no salário de turno integral fica em R$ 1.303, sem contar os descontos em ambos os casos", destacou.
Para o pedetista, são trabalhadores que têm amor e carinho pelas crianças, mas estão vendo o serviço ficar cada vez mais precarizado:

"O cuidador é o elo entre a família e a escola com a criança. Realiza três, quatro tarefas, e já recebe pouco pela função que trabalham em um local insalubre, sim, porque têm que lidar diariamente não somente com as crianças com algum grau de deficiência, mas aquelas que precisam de atenção diária. Trocar fralda, alimentação. Algumas vezes, são agredidos porque há crianças com surtos."

A alta rotatividade dos funcionários também preocupa Bueno em razão do vínculo das crianças, que poderiam até deixar de frequentar as escolas, criando um problema para a rede de assistência social. Ele fala em concurso público para a função.

"Um monitor se divide em cuidar de até três crianças numa sala de aula. Então, aquele mesmo cuidador tem que trocar a fralda de um, dar alimento ao outro, levar outra criança à biblioteca enquanto o professor cuida. Acho que Caxias do Sul deveria ter concurso para cuidador e monitor tamanha a importância da função."

"Estamos diante de um governo que quer fazer economia em cima das nossas crianças especiais e dos profissionais que cuidam delas. É um grande desprezo", reflete o parlamentar.

29/08/2018 - 17:08
Gabinete do vereador
Câmara Municipal de Caxias do Sul

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