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Legislativo questiona diretor da Festa da Uva S/A

Cleiton De Bortoli compareceu à Câmara Municipal para atender convocação parlamentar


A partir de convocação aprovada em plenário, o diretor administrativo e financeiro da Festa Nacional da Uva S/A, Cleiton De Bortoli, prestou esclarecimentos nesta sexta-feira (22/12) na Câmara Municipal.

Foram tratadas questões como o balancete deste ano, investimentos e despesas e acessibilidade do parque de eventos, e o repasse de R$ 1,5 milhão que o Poder Executivo pretende fazer à empresa.

O comparecimento do gestor foi definido pela aprovação do requerimento 180/2017, de autoria coletiva dos vereadores, em 14 de dezembro. Na manhã desta sexta, Cleiton De Bortoli esteve na Sala das Comissões Geni Peteffi, onde foi recebido por parlamentares da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Fiscalização e Controle Orçamentário do Legislativo, e outros vereadores.

Integrantes da Comissão, Adiló Didomenico/PTB e Flavio Cassina/PTB coordenaram a reunião. Também participaram Gladis Frizzo/PMDB, Alceu Thomé/PTB, Alberto Meneguzzi/PSB, Renato Oliveira/PCdoB, Velocino Uez/PDT, o presidente do Legislativo Felipe Gremelmaier/PMDB e o líder do governo no parlamento e membro da Comissão, Chico Guerra/PRB. Estiveram presentes ainda integrantes da União das Associações de Bairros (UAB), o vice-prefeito Ricardo Fabris, assessores políticos e imprensa.

O diretor da Festa da Uva afirmou que assumiu a empresa com dívida de R$ 300 mil e uma série de problemas de infraestrutura para resolver no parque. Citou necessidade de conserto da escada rolante do Centro de Eventos, de climatizadores, da renovação de contratos, da infiltração que provocou fechamento do Museu Zambelli, além da exigência do Ministério Público para realização de obras de acessibilidade e da renovação do alvará do Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio (PPCI).

Na avaliação de Cleiton De Bortoli, administrações anteriores da Festa da Uva realizaram obras importantes, mas que não eram emergenciais ou necessárias, o que acarretou dívidas. Acrescentou que problemas de infraestrutura não resolvidos antes de sua gestão causaram perda de eventos.

Após apresentar essas situações, o diretor afirmou que é necessário e urgente a aprovação pelo Legislativo do  pedido do Município para liberar R$ 1,5 milhão do dinheiro público à Festa da Uva S/A. A verba, segundo ele, será usada nos reparos da infraestrutura, sendo que o ideal seriam R$ 2,5 milhões.

O diretor disse ainda que a administração passada cedia espaços no parque para muitos eventos por meio de convênio. Assim, conforme Claiton, a empresa não recebia receita ideal por esses aluguéis. O gestor reclamou que neste ano houve queda no número de eventos no parque, o que prejudicou a arrecadação. Atribuiu a isso questões de infraestrutura. Declarou que com corte de despesas, baixou de R$ 225 mil para R$ 103 mil os gastos mensais.

O primeiro vereador a se manifestar foi Adiló Didomenico, que em administrações municipais participou de edições da Festa da Uva na construção de obras e prestação de  serviços. O petebista disse que em todas as administrações há liberação de verba pública para a empresa, aprovada no Legislativo, e que agora não deve ser diferente porque os parlamentares sabem da necessidade e do custo da manutenção do parque. Mas que haverá emenda na proposta do Executivo, exigindo que a cada três meses a Festa da Uva S/A preste contas à Comissão de Desenvolvimento Econômico.

Adiló defendeu gestões passadas da empresa e da Festa, acrescentando que os pavilhões sempre exigem e exigirão gastos com reparos. O vereador explicou que neste ano há menos eventos de entidades externas no parque porque seria ano de Festa da Uva, o que então é normal.

Alberto Meneguzzi reclamou da sujeira em que se encontra o parque. Constatou isso no evento internacional de beatificação do Padre João Schiavo e em um encontro nacional de catequistas. O socialista denunciou a insegurança no parque, o que também foi tema da manifestação do vereador Alceu Thomé.

Renato Oliveira falou sobre a contradição do prefeito Daniel Guerra, que quando vereador dizia que pedidos à Câmara Municipal não devem ser feitos no final do ano Legislativo, “ao apagar das luzes”. O comunista criticou a falta de capina no parque, onde o mato toma conta em vários pontos, e questionou se Claiton se manterá no cargo até 2018, quando acontece a Festa da Uva.

Gladis Frizzo questionou que, embora o diretor da empresa diga que reduziu R$ 100 mil em gastos mensais, em quê foi aplicado R$ 1,2 milhão economizado durante todo o ano. A peemedebista observou que a Festa da Uva aumentou o preço do aluguel para eventos, o que provocou perda de eventos tradicionais no parque, como a Feira de Orquídeas.

Velocino Uez reclamou do matagal no parque, além do aumento do aluguel de espaços e da retirada de atrações coloniais nas casas da Réplica de Caxias do Sul. Questionou o porquê de a empresa adotar essa medida sem apresentar projetos turísticos e culturais substitutos.

Flavio Cassina lamentou que a Festa da Uva afastou parceiros históricos, como a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) e o Sindilojas.

Representantes da UAB e lideranças comunitárias se declararam contra a liberação de verba pública para a Festa da Uva, já que na campanha eleitoral o próprio Daniel Guerra defendia que a empresa deve ser autossustentável. Também criticaram a falta de manutenção e a insegurança do parque.

22/12/2017 - 15:20
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a) e Redator(a): Clever Moreira - 8697

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