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Lideranças debatem sobre insegurança no interior e defesa do Executivo

Espaço dos líderes também tratou da atuação da Guarda Municipal


A participação de mais de 300 pessoas em audiência pública realizada na terça-feira (29/08), em Fazenda Souza, comprovou a angústia dos moradores do interior de Caxias do Sul com a violência que se instalou na área rural. A iniciativa da Comissão Permanente de Agricultura, Agroindústria, Pecuária e Cooperativismo, presidida pelo vereador Ricardo Daneluz/PDT, foi um dos assuntos trazidos a plenário no espaço destinado aos líderes, durante a sessão ordinária desta quarta-feira (30/08), na Câmara Municipal. A defesa feita pelo líder do PR, Renato Nunes, sobre o desempenho da administração do prefeito Daniel Guerra/PRB, diante da possibilidade de impeachment em análise na Casa, também mereceu a atenção dos vereadores.

Na audiência da Comissão de Agricultura, marcaram presença autoridades da área da segurança, vereadores e comunidade. Relatos dramáticos de assaltos às famílias, incluindo adultos e crianças que têm sido torturadas, abigeato e outros crimes têm causado aflição nos moradores da zona rural, informou o pedetista Ricardo Daneluz. Estiveram também presentes no encontro os vereadores Arlindo Bandeira/PP, Alceu Thomé/PTB (ambos integrantes da Comissão de Agricultura), Velocino Uez/PDT, Kiko Girardi/PSD, Edio Elói Frizzo/PSB, Adiló Didomenico/PTB e Paula Ioris/PSDB. Entre as autoridades: o secretário municipal da Segurança, José Francisco Mallmann, o Capitão Constante da BM, o delegado Guilherme da 3ª Delegacia de Política (DP), o chefe da Guarda Municipal, Ivo Rauber, além de lideranças da comunidade.

De forma objetiva, os participantes da audiência pública apresentaram as seguintes sugestões: instalação de câmeras de segurança nos acessos às comunidades, cercamento eletrônico, patrulha rural, viatura sediada em cada distrito, rondas noturnas da BM e outras prioridades para o interior nos aspectos da segurança pública. A Comissão de Agricultura e a Comissão Temporária Especial para o Enfrentamento da Violência assumiram o compromisso de criar um grupo de trabalho com o objetivo de encontrar soluções de curto prazo. Representante da Brigada Militar, Capitão Constante vai estudar uma adequação de efetivo que permita deslocar alguns dos novos soldados para o interior. 

O destaque infeliz da audiência, na avaliação de Daneluz, foi o pronunciamento do secretário Mallmann ao afirmar à comunidade que a prioridade da administração é atender o centro, etapa que ainda está em andamento, depois, bairros e, finalmente, o interior. O pedetista comemorou, entretanto, a informação trazida pelo vereador Alberto Meneguzzi/PSB de que deve ser criada uma Delegacia Especializada em Roubos no Interior.

Sobre a audiência pública também falaram em aparte os vereadores Arlindo Bandeira/PP, apoiando a ação; Velocino Uez/PDT, que solicitou a realização de audiência pública sobre o mesmo tema na região de Galópolis, se possível em setembro; e Gustavo Toigo/PDT, dizendo que tudo é uma questão de política de governo, resgatando a prioridade dada ao interior pela administração Alceu Barbosa Velho/PDT (2013-2016). O parlamentar Edson da Rosa/PMDB sustentou que, infelizmente, esse comportamento das autoridades se repete e que não cabe apresentar conjecturas quando todos aguardam por encaminhamentos.

O último aparte sobre o encontro em Fazenda Souza foi da vereadora Paula Ioris/PSDB, que manifestou sua contrariedade com longos discursos feitos por autoridades nas audiências, sempre justificando suas dificuldades, quando o objetivo é ouvir a população. Para Paula, ficou evidente a falta de visão integrada capaz de oferecer alternativas e que não dá para esperar planos que estão sendo elaborados. Na mesma linha de priorizar o espaço para a população se manifestar, falou o vereador Adiló Didomenico/PTB, que considera dois minutos o tempo adequado para as autoridades discorrerem sobre seu currículo de apresentação.

Em relação à segurança pública na cidade, Renato Oliveira, líder do PCdoB, recomendou mais atenção com a iluminação pública no condomínio residencial Rota Nova, onde apenas oito postes estariam em funcionamento. O parlamentar chamou a atenção para a possibilidade de a administração apresentar novos projetos habitacionais dentro do “Minha Casa Minha Vida”. Segundo ele, Caxias precisa de mais moradias à população e houve uma sinalização favorável nesse sentido de parte de representante do governo federal. Finalizou seu pronunciamento, apelando ao vereador Chico Guerra/PRB, que havia falado no grande expediente em defesa de atos do prefeito. Renato pediu a Chico para trazer a plenário informações sobre a Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae), falta de medicamentos, médicos, contrato da Unidade de Pronto Atendimento (UPA), entre outros temas ligados à saúde.

Líder de governo na Casa, Chico Guerra solicitou aparte para dizer que não fala sobre a greve dos médicos porque a Justiça diz que ela não é legal. Se não é legal, no seu entendimento, não há greve. O contraponto de Oliveira veio com a recomendação de que visite o Postão 24 Horas e as Unidades Básicas de Saúde (UBS) para conhecer a realidade.

O líder do PR, vereador Renato Nunes, respondeu às críticas formuladas contra a saída de cargos em comissão (CCs) das secretarias e a truculência da Guarda Municipal na inauguração do Residencial Rota Nova, salientando que esse tipo de fato ocorre também com a BM. Por fim, criticou o conteúdo do documento que solicitou o impeachment do prefeito, considerando um deboche. Discorreu sobre alguns dos mais de 50 itens da denúncia protocolada na Câmara e anunciou que votará pelo arquivamento. 

Paulo Périco/PMDB pediu a Guerra que Mallmann pare de referir seu currículo em qualquer lugar, pois cada um tem sua história, frisou. Sobre o episódio envolvendo a Guarda Municipal e um cidadão no Residencial Rota Nova, Périco diz que faltou preparo. Em referência ao discurso de Nunes em relação à denúncia contra Guerra, o vereador peemedebista deixou claro que o processo não partiu da Câmara, mas sim de um cidadão. Périco também comentou sobre a denúncia e questionou qual a estratégia política que há por trás desse movimento. O parlamentar Edio Elói Frizzo/PSB criticou o trato dos vereadores de situação em relação à Câmara. Para Edson da Rosa/PMDB, o problema, no governo municipal, são as contradições.

Na ótica de Arlindo Bandeira/PP, não se deve dar atenção a picuinhas e fofocas. O progressista considera frágil o texto da denúncia protocolada contra o prefeito Daniel Guerra por um membro de seu partido. Bandeira solicitou a expulsão desse integrante e pediu desculpas a Caxias, aos vereadores e ao prefeito.

Na opinião de Frizzo, não se pode desqualificar a pessoa que apresentou o pedido, que, na sua avaliação, é muito bem formulado. “Está na constituição: é o direito de cidadania. Alguns itens dão margem à interpretação sobre crime de responsabilidade ou quebra de decoro. Por isso, acho justo que prefeito responda cada um dos itens”, opinou Frizzo. Rafael Bueno/PDT disse que não tem como falar se houve crime ou não, mas que os fatos registrados em oito meses legitimariam a incompetência e a intransigência de um governo.

Por fim, o parlamentar Kiko Girardi/PSD criticou manifestação recente do presidente do PP municipal, Ovidio Deitos, que teria insinuado influência do vice-prefeito, Ricardo Fabris/PSD, na questão da denúncia, tendo em vista um eventual futuro interesse político.

30/08/2017 - 14:24
Assessoria de Imprensa
Câmara Municipal de Caxias do Sul

Editor(a): Vania Espeiorin - MTE 9.861
Redator(a): Paulo Cancian - MTE 3.507

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