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Violência nas escolas preocupa educadores

Comissão Temporária Especial para Enfrentamento da Violência reúne Executivo e forças de segurança e diretores


Violência na escola foi o assunto que reuniu diretores e professores de escolas estaduais e municipais com representantes do Poder Executivo, Poder Legislativo, 4ª Coordenadoria Regional da Educação, Polícia Civil, Guarda Municipal, Redes de Pacificação e Justiça Restaurativa, na tarde de quarta-feira (22). O encontro foi uma iniciativa da Comissão Temporária Especial para o Enfrentamento da Violência da Câmara Municipal e ocorreu na sede do Legislativo.

A vereadora-presidente da Comissão Paula Ioris/PSDB coordenou a reunião que teve a expressiva presença de 49 participantes. A meta era criar um plano de ação para resolução de problemas prioritários e urgentes envolvendo alunos em situação de violência nas escolas. “Estamos sentados lado ao lado (a dinâmica da reunião foi em círculo) porque somos iguais e parte da solução. Temos funções diferentes, mas o problema da violência é de todos nós, portanto, de nossa responsabilidade”, destacou Paula.

Os diretores e professores de escolas presentes fizeram uso da palavra e relataram situações graves que envolvem alunos embriagados, que consomem e vendem drogas, e até que levam armas brancas ou de fogo para o ambiente escolar.

Nas exposições ficou evidente que as escolas se sentem acolhidas pela Secretaria Municipal da Educação, em função de programas preventivos existentes e outros que ainda precisam ser aprimorados e espandidos, como Cipave, Interligar — grupo Reconexão e Cuidar — e as Redes de Apoio à Escola (RAE). Porém, eles se sentem desamparadas pelos órgãos de segurança, que, em alguns momentos, por falta de efetivos não respondem aos chamados. “A gente fica de mãos atadas sem ter o que fazer”, resumiu a diretora da Escola Municipal João de Zorzi, Ana Regina Susin.

O delegado Joigler Paduano, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, estranhou que apesar dos relatos dos participantes, as denúncias relacionadas ao tráfico, dentro e fora das escolas, não chegam à Polícia Civil, e reforçou a importância de a comunidade contribuir com as investigações. “50% das ocorrências da Delegacia são de estupro. Violência e drogas nas escolas envolvendo crianças e adolescentes são 10%”, informou.

A secretária Municipal da Educação, Marina Tadiello, se sensibilizou com a angústia dos educadores, mas defende uma mudança de cultura, com investimento de políticas de paz nas escolas. “Apenas a remediação da violência não dá conta do problema. O investimento em valores com os alunos é o que fará a transformação social”, argumentou.

O papel de protagonismo dos educadores na transformação sobre o olhar a respeito da violência foi abordado pela coordenadora do Programa Caxias da Paz, Eva Domingues. “A violência é um reflexo, é a expressão de uma necessidade não atendida. Precisamos mudar o nosso olhar sobre as coisas”. Nesse sentido, ela plantou a semente da implementação da filosofia da cultura de paz nas escolas, uma nova forma de se relacionar com os outros e lidar com conflitos, que não se limitem a repressão.

Foi consenso entre os participantes que é preciso um esforço imediato e urgente nos casos graves vivenciados no contexto escolar que precisam da presença e atuação das forças de segurança. Para atender essa demanda pontual, ficou acordado que o gerente operacional da Guarda Municipal, Cristiano Vitali, e a diretora das Redes de Pacificação, Juliana Marcon, se comprometeram de levar o assunto ao Secretário Municipal de Segurança e Proteção Social, José Francisco Mallmann, para que em conjunto com a Brigada Militar deem respostas imediatas às escolas mais afetadas.

Por ser um tema antigo, que não se esgota e de difícil solução, ficou acordado com os participantes a realização de um novo encontro, dentro de 40 dias, para retomar as discussões e verificar se os encaminhamentos foram suficientes. A intenção é ampliar o debate e poder contar com a presença da promotora do Ministério Público, Simone Martini, do Secretário Mallmann e do comandante do 12º BPM, major Jorge Ribas, ausentes no encontro.

Na avaliação da vereadora Paula Ioris os objetivos do primeiro encontro foram atingidos. “Foi uma oportunidade de escuta de todas as partes envolvidas. Assim como de reflexão a respeito das responsabilidades de cada um”, concluiu.

 

 

 

22/06/2017 - 17:00
Gabinete da Vereadora Paula Ioris/PSDB
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