O médico João Luiz Kras Borges utilizou a Tribuna Livre nesta quarta-feira (22) para tornar pública a denúncia entregue à Comissão de Saúde e Meio Ambiente  da Câmara de Vereadores na tarde de terça-feira (21) sobre o “Desmanche da Saúde Pública” que estaria ocorrendo em Caxias. Após mencionar as conquistas que garantiram à cidade indicadores que a transformaram em referência no atendimento à Saúde no RS, “uma ilha de qualidade” o representante do Sindicato dos Médicos que trabalha para o município há 19 anos, falou da mudança radical ocorrida a partir de janeiro, quando foi rompido o “acordo de cavalheiros” estabelecido entre município e os profissionais. Os médicos atenderiam uma cota diária de de consultas com qualidade, ficando liberados depois para outras atividades, como forma de compensar o baixo salário pago pelo município. Com o rompimento do acordo e a exigência de cumprimento de horário – que já está sendo atendido – pediram exoneração 11 médicos especialistas, aqueles que tratam de doenças mais graves não atendidas pelo Clínico Geral (mais fácil de repor) e que eram diferencial no sistema de saúde em Caxias do Sul . Essa decisão, mais a opção pelo cumprimento de horário, reduziram a oferta de consultas no sistema, acumulando uma demanda até segunda-feira (20) de 9.660 consultas. Estes números refletem o desmonte da estrutura que estava dando certo e que pode se agravar com a chegada do inverno e o risco da gripe H1N1, pois cresce a demanda dobre o PA e o encaminhamento dos pacientes mais graves para a rede hospitalar, que já atingiu o limite.  O representante do Sindicato projeta que a luta agora é pelo reajuste dos salários para manter o que restou do corpo médico do município. E finalizou solicitando a intermediação do Poder Legislativo para encontrar uma solução para o impasse.